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Lirani Maria Franco: professora dedicada à defesa dos direitos das mulheres

Saiu no site GAZETA DO POVO

 

Veja publicação original:     Lirani Maria Franco: professora dedicada à defesa dos direitos das mulheres

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Por Marina Pilato

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É possível dizer que a personalidade de Lirani Maria Franco – que faleceu no dia 25 de fevereiro, aos 56 anos, após complicações em um procedimento cirúrgico – era a ideal para a profissão de professora, que ela exerceu a vida toda. Não porque desde cedo descobriu o amor pela educação, o que de fato aconteceu também, mas porque ela era extremamente cuidadosa, acolhedora e agregadora.

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A menina que prestou vestibular contra a vontade dos pais e só contou a eles que iria cursar Matemática na PUC-PR quando tinha em mãos o jornal com seu nome impresso entre os aprovados já mostrava que levava no sangue a vontade de lutar. Concluir o curso superior exigiu força de vontade. Morar em Fazendo Rio Grande (PR) e fazer o curso em Curitiba demandava trajetos diários longos e cansativos. Mas nada que abalasse nela o intuito de se formar para educar. A dedicação gerou frutos, pois terminou a graduação como a melhor aluna.

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Começou a dar aulas com 16 anos, como professora auxiliar. Aos 18 foi contratada por uma escola da rede municipal de Mandirituba (PR). Mas foi em 1983, após ser aprovada em um concurso do estado, que passou a fazer parte da rede pública paranaense, onde ficaria até sua aposentadoria dando aulas no Colégio Estadual Desembargador Jorge Andriguetto.

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Foi na atenção aos problemas cotidianos de suas alunas, meninas e mulheres, que Lirani percebeu de forma ainda mais forte a necessidade de defender os direitos das mulheres. Veio de uma família de presenças femininas fortes e, com seu jeito agregador, se envolvia e não media esforços para ajudar quem precisava.

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Tanto que ultrapassou os limites pessoais e levou essa vontade de contribuir para a sociedade para a esfera pública, cumprindo dois mandatos como vereadora em Fazenda Rio Grande. Suas principais bandeiras eram a educação pública de qualidade, a defesa dos direitos das mulheres e o protagonismo dos jovens. Foi diretora e secretária da Mulher Trabalhadora e dos Direitos da LGBT da APP-Sindicato, diretora nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e fez parte de conselhos relacionados à educação e aos direitos das mulheres.

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No colégio onde deu aula a vida toda, deixou ex-alunos que levavam forte na memória sua forma cuidadosa de ensinar e o companheirismo que extrapolava as carteiras da sala de aula. Alguns deles não apenas escolheram o ofício da educação por causa dela, mas também a área da matemática, como o atual diretor do colégio. Lirani gostava de enfatizar a aplicação dos números que eram ensinados em sala na rotina diária, mostrando uma dimensão mais real e palpável da matemática.

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Gostava de viajar, de ler e de cuidar dos sobrinhos, sempre junto do marido, o também professor Edson Luiz da Cruz. Baixinha, Lirani já tinha uma frase pronta para quem lhe apontasse essa característica física: “Eu sou do tamanho daquilo que eu vejo, não do tamanho da minha estatura”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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