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Impacto10: As mulheres que marcaram o esporte brasileiro em 2016

Saiu no site ESPNW:

  • Poliana, maratonas aquáticas

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  • Poliana tem braços e pernas, mas quem a vê de longe, cruzando o oceano é capaz de jurar que na verdade ela é dona de barbatanas e nadadeiras. Sua dedicação nos treinos e competições fazem dela é uma verdadeira soberana das águas, sejam elas doces ou salgadas.

    Como as de Copacabana, onde entrou para a disputa da Maratona Aquática dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Durante a maioria dos 10 km da prova, ficou no pelotão de frente. Mas o fôlego, um dos seus maiores aliados, resolveu pregar-lhe uma peça no trecho final. A soberana dos mares ficou para trás e chegou em quarto lugar.

    Mas Poseidon, o deus dos Oceanos, não poderia ser injusto e deixar Poliana Okimoto, dona de medalhas em Mundiais e Jogos Pan-Americanos, fora do pódio olímpico em seu próprio país. A segunda colocada, Aurélie Muller, foi desclassificada. O bronze de Poliana fez dela a primeira nadadora brasileira a conquistar uma medalha olímpica.

  • Joanna, nadadora

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  • Nunca uma mulher brasileira chegou tão perto de uma medalha olímpica na Natação quanto Joanna Maranhão. Não foi no Rio-2016, mas doze anos antes, em Atenas-2004, quando ficou em quinto lugar.

    Por mais de uma década, Joanna brilhou em diversas competições mundo, mas o pódio olímpico nunca veio. E quer saber? A medalha sente mais a falta de Joanna do que o contrário.

    Porque não é qualquer mulher que luta contra os próprios fantasmas como ela faz. Que não tem medo de expor as próprias opiniões, de meter o dedo em feridas que seu país insiste em esconder. Que superou a depressão para voltar a nadar em busca das vitórias e disputar os Jogos Olímpicos pela quarta e provavelmente última vez na carreira.

    Campeãs existem aos montes. Joanna Maranhão só há uma.

  • Martine e Kahena, velejadoras

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  • A imagem é impactante demais para ser esquecida: com o protocolo mandado por água abaixo, a torcida brasileira se aglomera na Baía de Guanabara e carrega nos braços o barco de Martine Grael e Kahena Kunze. Elas acabavam de gravar em letras douradas o nome das mulheres do Brasil em um dos esportes que mais deu medalhas olímpicas ao país: a vela.

    Rivais na adolescência que perceberam ser ainda mais fortes competindo juntas, ambas trazem a vela no DNA: o pai de Martina, Torben, é um mito do esporte nacional, com cinco medalhas olímpicas. Ambos representam um caso único no Brasil de pai e filha campeões olímpicos. Já o pai de Kahena, Cláudio, foi campeão mundial em 1973.

    Se Isabel Swan e Fernanda Oliveira abriram o caminho do pódio olímpico para as velejadoras brasileiras em Pequim-2008, Martine Grael e Kahena Kunze chegaram ao lugar mais alto dele oito anos depois. Nas ondas do mar, ao sabor do vento e nos braços do povo.

  • Maya Gabeira, surfista

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  • Ser mãe de Maya Gabeira não deve ser coisa fácil. Imaginemos Dona Yame Reis ao ver uma onda de 20 metros de altura engolir sua filha em outubro de 2013, em Nazaré, norte de Portugal. Quantos pedidos de “filha, cuidado” não foram atendidos? No fundo, Yame sabia que nunca seriam atendidos. Porque Maya é assim. Destemida.

    Uma das mais renomadas surfistas de ondas gigantes do planeta, Maya tinha pouco mais de 20 anos quando se tornou a primeira mulher a surfar no gelado mar do Alaska. Antes do acidente em Portugal, já fora vítima da força do mar em Teahupoo, no Havaí, quando decidiu aprimorar sua técnica de prender a respiração. Em Nazaré, isso se mostraria crucial.

    Mesmo assim, ela voltou ao mesmo lugar onde quase perdeu a vida para fazer o que mais ama: surfar. E para mostrar a todas nós, ressabiadas quando a água ultrapassa os joelhos, que viver é desafiar nossos medos. E superar limites.

  • Veronica Hipolito, paratleta

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  • Quem vê aquela menina magrinha com um sorriso que parece não querer sair do rosto dificilmente é capaz de imaginar o quanto a vida lhe impôs dificuldades. Aos 12 anos, teve um tumor no cérebro. Aos 15, sofreu um AVC que paralisou o lado direito do seu corpo.

    Se é nos momentos de dificuldade que se forjam os grandes seres humanos, Verônica Hipólito é a prova viva disso. Sem nunca se abater, seguiu firme no esporte. Seus braços e pernas tão finas quanto a sua inabalável simpatia passam longe de sugerir que ela seja praticante de Atletismo. Mas ela é. E não é uma atleta qualquer.

    Os Jogos Paralímpicos por si só celebram a superação de limites. Limites? Verônica Hipólito dá de ombros para eles. Uma medalha de prata e outra de bronze no Rio 2016, pouco mais de um ano depois de passar por mais uma cirurgia no cérebro mostram que os tais limites só existem na cabeça de quem não acredita que pode superá-los. E Verônica fez isso, sempre sorrindo.

 

Publicação Original: Impacto10: As mulheres que marcaram o esporte brasileiro em 2016

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