HOME

Home

Guarapuava tem lei que busca coibir assédio sexual no transporte coletivo

Saiu no site CORREIO DO CIDADÃO

 

Veja publicação original: Guarapuava tem lei que busca coibir assédio sexual no transporte coletivo

.

A iniciativa foi da vereadora Terezinha Daiprai (PT), e está em vigor no município desde o final do mês de outubro

.

“Constranger alguém por meio de palavras, comentários, gestos ou contatos físicos que possuem teor obsceno ou conotação sexual é crime”. É o que diz a lei n° 2857/2018 do município de Guarapuava, resultado de uma proposição da vereadora Terezinha Daiprai (PT).

.

Uma pesquisa divulgada pela ActionAid em 2016 apontou que cerca de 86% das brasileiras entrevistadas já sofreram algum tipo de assédio público; desse número, 68% têm medo de sofrer assédio em transporte coletivo.

.

Em conjunto a isso, a vereadora diz que se baseou no “grande número de relatos” ocorridos na região para propor um projeto de lei.

.

“Eu participo da Marcha Mundial das Mulheres, que é um movimento feminista que debate essas questões relativas aos direitos das mulheres, e principalmente essa questão do respeito quando se trata das relações de gênero”, explica, pontuando que, do seu ponto de vista, o assédio ainda é uma atitude normatizada em nossa sociedade.

.

A lei, que foi sancionada pelo prefeito Cesar Silvestri Filho, determina a criação do “Programa de Combate ao Assédio Sexual no interior dos ônibus de transporte coletivo de passageiros”, e apresenta ações afirmativas, educativas e repreensíveis a fim de coibir o assédio sexual e a violência contra as mulheres, além de incentivar a denúncia de agressores.

.

Assim, já foram afixados adesivos padronizados com os dizeres “Assédio Sexual no Ônibus é Crime” no interior dos veículos que circulam no município. A legislação ainda determina que as imagens de videomonitoramento e o sistema de GPS dos ônibus, quando existentes, devem ser disponibilizados para as autoridades policiais identificarem os assediadores.

.

“Nós entramos com o projeto aqui na Câmara, e na mesma semana que ele foi aprovado, o Supremo Tribunal Federal sancionou a lei federal que tipifica como crime o assédio. As duas leis vieram no mesmo período”, explica, ressaltando que o município já confeccionou todos os adesivos.

.

Dessa forma, a pena para os casos de importunação sexual e divulgação de cenas de estupro, nudez, sexo e pornografia é prisão de um a cinco anos.

.

“A população aprovou, porque tem o caráter de incentivar a denúncia, punir os agressores, e também ser educativa no sentido de fazer com que as pessoas compreendam que é uma prática que precisa acabar”, diz.

.

Na “Casa do Povo”, o projeto foi aprovado por unanimidade pelos vereadores.

.

.

A vereadora Terezinha Daiprai durante entrevista, em seu gabinete

.

.

MUDANÇAS

.

A vereadora diz que, apesar de estar feliz pela aprovação da lei e pela sua execução, lamenta que seja necessária uma punição penal para coibir os casos de assédio sexual, algo que já deveria ter sido superado por nossa sociedade.

.

“Eu espero que meninos e meninas sejam educados da mesma forma, para que a nossa questão biológica não faça os homens pensarem que têm domínio sobre o corpo da mulher”, conta.

.

Ela ressalta, ainda, que até mesmo termos linguísticos utilizados devem ser evitados, já que podem ferir a dignidade da outra pessoa. “As palavras também têm efeitos. Não é qualquer coisa que se diz”, pontua.

.

“Eu entendo que o viés machista ainda é muito forte, e por isso a lei é importante, já que a sua existência pode fomentar o debate e novas discussões”.

 

 

 

 

 

 

 

.

.

.

.

.

.

.

.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhe

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no linkedin
LinkedIn

HOME