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“Estou apaixonada e minha vida virou de cabeça pra baixo”

Saiu no site UNIVERSA:

 

Veja publicação original:  “Estou apaixonada e minha vida virou de cabeça pra baixo”

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Por Regina Navarro Lins

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“Desde que me separei, há quatro anos, pensei que nunca mais fosse me apaixonar por alguém. Mas isso aconteceu, e a minha vida virou de cabeça pra baixo. A minha preocupação é que não tenho pensado em mais nada, só nele. Por causa disso, me tornei a pessoa irresponsável que nunca fui – falto ao trabalho, desmarco compromissos….isso sem falar nos amigos, dos quais me afastei. Será que não vou voltar a ser o que eu era?”

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A paixão nos faz olhar o mundo de outra forma. Tudo assume cores e matizes surpreendentes. Êxtase, euforia, apreensão, dias inquietos, noites insones… É possível estar entre muitas pessoas e ficar preso por uma única imagem. Todos desaparecem, até a realidade se afasta do cenário e a pessoa amada se torna a única presença significativa, a única que nos importa. Vivemos numa espécie de “solidão a dois”.

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Atormenta a mente e o corpo, conduzindo muitos a um impasse, um escândalo ou uma tragédia. A paixão, sem dúvida,  causa muitas tormentas. Sua característica principal é a urgência; é tão invasiva que pode fazer com que sejam ignoradas todas as obrigações habituais. Perturba as relações cotidianas, arrancando a pessoa das atividades a que está acostumada, deixando-a completamente fora do ar. É comum se fazerem escolhas radicais e muitas vezes penosas — larga-se o emprego, muda-se de cidade, abandona-se a família.

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Contudo, a paixão está em via de extinção. As mentalidades estão mudando e a tendência é outra.

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A filósofa francesa Elisabeth Badinter acredita que agora homens e mulheres sonham com outra coisa diferente dos dilaceramentos. Se as promessas de sofrimento devem vencer os prazeres, preferimos nos desligar.

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Além disso, a permissividade tirou da paixão seu motor mais poderoso: a proibição. Ao admitir que o coração não está mais fora da lei, mas acima dela, pregou-se uma peça no desejo, acredita ela.  Então, mesmo que ainda quiséssemos, não poderíamos mais. As condições da paixão não estão mais reunidas, tanto do ponto de vista social quanto psicológico.

 

 

 

 

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