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Educando as meninas para se protegerem

Saiu no site SÃO PAULO PARA CRIANÇAS

 

Veja publicação original:  Educando as meninas para se protegerem

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O mês de março é marcado por uma história de luta e reivindicações dos direitos das mulheres. Em 1857, centenas de operárias morreram queimadas por policiais em uma fábrica têxtil de Nova York (EUA). Elas reivindicavam a redução da jornada de trabalho e o direito à licença-maternidade. Em homenagem às vítimas, no ano de 1911, foi instituída a comemoração de 8 de março, o Dia Internacional da Mulher.

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Pautas diversas estão em debate, mas o que vamos refletir aqui, é como este problema tem afetado as mulheres desde cedo, desde tenra idade quando eram só meninas. E mais que isso, como prepará-las e fortalece-las para encararem o mundo.

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Uma fotografia da realidade

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Temos observado através das mídias crescimento do feminicídio* , que também tem atingido cada vez mais mulheres mais jovens. Para o enfrentamento da violência contra as meninas e mulheres, além de dar visibilidade aos crimes, é fundamental a manutenção, a ampliação e o aprimoramento das redes de apoio à mulher, previstos na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), que viabilizam o atendimento e as alternativas de vidas para as mulheres. A rede de atendimento deve garantir o acompanhamento às vítimas e empenhar um papel importante na prevenção da violência, desde muito cedo.

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Por que educar as meninas a se protegerem?

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A resistência da criança é uma barreira que pode evitar que um episódio de violência ocorra. O trabalho de prevenção através da educação sexual consiste em fortalecer a criança a dizer não, a reagir a seu favor de alguma maneira.

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A educação para a sexualidade é o melhor caminho para prevenir experiências negativas na vida das crianças e dos adolescentes. É o espaço para se fomentar uma consciência saudável sobre a sexualidade, sobre o cuidado com o corpo e sobre o prazer das relações humanas.

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Com essa consciência as crianças e os adolescentes são capazes de estabelecer vínculos seguros consigo mesmos e com aqueles com quem convivem. Com isso, é possível afirmar que trabalhar habilidades de autoproteção junto as crianças e adolescentes é uma maneira eficiente, dentre outras medidas que devem ser tomadas, para se combater a violência.

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Ensine as meninas…

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  • A nomearem e valorizarem as partes do corpo, tendo clareza do cuidado e da privacidade de suas partes íntimas.
  • A reconhecerem os sinais do corpo que indicam desconforto, e ensinar para que elas se expressem quando sentirem insegurança ou medo.
  • Que devem ser respeitadas, ouvidas, e principalmente, que tenham pleno direito de dizerem NÃO.
  • Que há segredos que NÃO podem ser guardados.
  • Que ela deve saber o que é abuso sexual.
  • Que ela deve pedir ajuda se passar por situação de risco ou violência.

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Afirmações perigosas

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Infelizmente a grande maioria dos pais e educadores ainda não estão orientados para educar seus filhos dessa forma, pelo contrário, acabam reforçando uma cultura violenta.

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Uma cultura se expressa a partir dos símbolos que usamos no cotidiano, mas que, muitas vezes, sem darmos conta, são nocivas para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igual para meninas e meninos, mulheres e homens.

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Você já deve ter se deparado em repetidas ocasiões com expressões como “foi um crime passional” ou “os ciúmes a mataram” e frases que tentam atribuir a causa da agressão ao “amor” do autor do crime.

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Na vida real não existem crimes passionais, nem por ciúmes nem por amor, mas são formas de assassinato que implicam em um problema profundo, que surge do sentido de posse que existe do homem em relação a mulher.

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Que tal não dizer mais qualquer palavra que possa fragilizar ainda mais a vida das meninas e mulheres.

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As crianças aprendem pelo exemplo, nossas falas, gestos e atitudes constroem o caráter dos nossos filhos, e consequentemente, dos cidadãos deste país.

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*Feminicídio é descrito como o assassinato de mulheres por homens motivados pelo ódio, desprezo, prazer ou sentimento de propriedade. Fonte:https://scielosp.org/article/csc/2017.v22n9/3077-3086/pt/

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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