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Deputado Da Cunha acusado de agredir a ex até desmaiar passa por nova audiência na Justiça Criminal

Saiu no site G1 SANTOS

 

Deputado federal foi denunciado pelo Ministério Público (MP) pelos crimes de lesão corporal, ameaça e dano. Ele nega as acusações. Também foram ouvidas a ex-companheira e testemunhas.

O deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP), acusado de agredir a ex-companheira Betina Grusiecki até desmaiar em Santos, no litoral de São Paulo, passou por uma audiência de instrução, na tarde desta sexta-feira (23). Conforme apurado pelo g1, a previsão é que a sentença seja anunciada em até dois meses. O processo segue sob segredo de Justiça.

 

 

Da Cunha é delegado de polícia e tinha uma união estável há três anos com a nutricionista. Ele foi acusado de agredir a ex no apartamento do casal. O deputado foi denunciado pelo Ministério Público (MP) pelos crimes de lesão corporal, ameaça e dano. Ele nega as acusações.

A audiência durou aproximadamente 2h30 e foi realizada de forma on-line. A vítima e testemunhas foram ouvidas, enquanto o deputado federal foi interrogado. O conteúdo da sessão não foi divulgado.

 

Ainda conforme apurado pelo g1, os pais de Betina e o filho do Da Cunha, de 15 anos, foram testemunhas no caso.

O que dizem as partes?
A advogada de Betina, a ex-promotora de Justiça, Gabriela Manssur afirmou que espera que a Justiça contemple as provas apresentadas no processo.

 

 

“Chegamos na etapa final da 1ª Instância e aguardamos a condenação do réu, como sempre pleiteamos desde o início. Entendendo que há provas suficientes, dando valor probatório à palavra da vítima”, disse.

Para Gabriela, a audiência ocorreu sem nenhuma interferência e com respeito de ambas as partes. A assistente de acusação afirmou que pleiteou pela condenação do Da Cunha.

 

“A gente aguarda a decisão da Justiça. Sempre acreditando que a Justiça será feita e que a palavra da vítima, junto com as demais provas constantes nos autos, tenham o valor que deve ser levado em consideração pelo judiciário, a exemplo do caso do Daniel Alves”, explicou a advogada.

Procurado, o advogado de defesa do deputado federal, Eugênio Malavasi, afirmou que, por ora, não irá se manifestar.

 

Denúncia MP
A denúncia foi oferecida pelo Ministério Público (MP), por meio da Promotoria de Justiça de Santos, pelo 5º promotor Rogério Pereira da Luz Ferreira.

Com base nas acusações, o autor da denúncia entendeu que Da Cunha foi o responsável por iniciar a discussão e agredir a mulher. Desta forma, ele teve como objetivo ferir a vítima. “Ele agarrou a ofendida e, com violência, bateu a cabeça dela contra uma das paredes do imóvel”.

 

Para o promotor, o deputado ainda quis amedrontar a companheira para restringir a liberdade e também conseguiu cumprir este objetivo ao ameaçá-la de morte.

A promotoria ainda alega que Da Cunha agiu para “ridicularizar e menosprezar a vítima” ao destruir roupas e pertences dela. A denúncia apresentada conta, inclusive, com fotos das roupas de Betina manchadas como prova.

 

Para a promotoria, “todos os crimes foram praticados porque a vítima é do sexo feminino, e em circunstâncias que caracterizam a violência doméstica”. O MP ainda concluiu que o ferimento causado em Da Cunha foi justificado pela legítima defesa de Betina.

Além disso, o autor da denúncia pediu que o parlamentar não tenha foro privilegiado, pois o crime não foi praticado em razão das funções relacionadas ao cargo de deputado federal.

 

 

Defesa
Na época da acusação, a assessoria de imprensa do deputado Da Cunha enviou uma nota informando que ele nega veementemente que tenha agredido a companheira. “Houve uma discussão, em meio à comemoração de seu aniversário, mas em nenhum momento ocorreu qualquer tipo de violência física de sua parte”, diz o comunicado.

Da Cunha foi eleito deputado federal por São Pa

 

O g1 teve acesso ao boletim de ocorrência feito pela nutricionista Betina Grusiecki, de 28 anos, por lesão corporal, ameaça, injúria e violência doméstica. De acordo com o depoimento da mulher, Da Cunha começou uma discussão com a companheira após consumir bebida alcoólica no sábado (14) e, em determinado momento, ele passou a xingá-la de “lixo” e “putinha”.

Em seguida, o delegado começou as agressões. Segundo a vítima, ela chegou a desmaiar após Da Cunha apertar o pescoço e bater a cabeça dela na parede. Betina disse que quando acordou, viu o homem voltar em sua direção e, para se defender, jogou um secador de cabelos nele.

 

O deputado voltou a bater a cabeça da companheira contra a parede e fez ameaças. “Vou encher de tiros a sua cabeça, vou te matar e vou matar sua mãe”, teria dito Da Cunha, antes de quebrar o óculos e destruir as roupas da mulher, segundo o boletim de ocorrência. A Justiça deferiu uma medida protetiva em desfavor do deputado federal.

 

Vídeo mostra Da Cunha falando sobre violência doméstica antes de ser acusado de agressão

Um vídeo obtido pelo g1 mostra o deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP), acusado de agredir a companheira até ela desmaiar, falando sobre a importância do combate a violência doméstica

No vídeo publicado em agosto de 2020, o delegado conversou com o ex-deputado federal Arnaldo Faria de Sá sobre a lei Maria da Penha e o Estatuto do Idoso. Na conversa, ele citou as vítimas de violência doméstica e idosos como “minorias que estão desprotegidas”.

 

 

O delegado começou a fazer sucesso na internet com vídeos que mostram operações policiais e o dia-a-dia dos agentes. Em 2021, ele relatou em seu canal no YouTube que tinha sido afastado das ruas e teve que entregar as armas e distintivo por conta de uma declaração feita durante participação em um podcast com o vereador e ex-PM Gabriel Monteiro (PSD).

 

Na ocasião, ele falou “que há grande corrupção no alto escalão da PM do Rio de Janeiro”. Em seguida, ele falou que há ratos dentro da Polícia.

No mesmo ano, ele pediu licença de dois anos da Polícia Civil e, pouco tempo depois, confessou publicamente que encenou o vídeo do flagrante de um sequestro em uma comunidade da capital paulista, em julho de 2020. Neste ano, a arma e distintivos de Da Cunha foram devolvidos ao deputado.

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