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Curador brasileiro de festivais internacionais de cinema é acusado de abuso sexual por 16 mulheres

Saiu no Site theintercept Brazil

Veja a Publicação original.

o dia 13 de maio, a americana Cat de Almeida publicou em sua página no Facebook um post no qual sugere que sofreu abuso sexual pelo produtor de cinema brasileiro e curador de festivais internacionais Gustavo Beck. Ela escreveu o nome de Beck no topo da longa postagem e disse que queria falar sobre a sua experiência de “agressão sexual, machismo e opressão” na indústria do cinema. Também digitou que “estupro é um crime violento onde o sexo é a arma”.

Dezenas de pessoas compartilharam o post (já apagado da rede). Uma delas foi a cineasta brasileira Flora Dias, que comentou brevemente a sua experiência profissional com Beck e escreveu: “Meu apoio e carinho às mulheres que decidiram trazer à tona relatos da prática abusiva sistemática desse sujeito”. Outro compartilhamento saiu da conta da cineasta Deborah Viegas, ex-namorada de Beck, que incluiu um relato pessoal e disse ao final: “se alguém quiser partilhar qualquer experiência em off, sintam se livres pra me mandar uma mensagem privada”. Por meio dos contatos feitos a partir dos posts, mulheres passaram a conversar entre si sobre suas experiências com Beck.

Intercept entrou em contato com algumas dessas mulheres, e 18 delas dividiram conosco suas memórias. Além de Almeida, apenas outras duas aceitaram ter seus nomes revelados – as demais pediram para não ser identificadas por medo de represálias. Os relatos das mulheres divididas em seis países repetem histórias semelhantes de violência sexual, física ou psicológica por parte de Beck. Assim como no caso do produtor americano Harvey Weinstein, elas nos disseram que foi a influência de Beck no mundo do cinema que fez com que as vítimas evitassem denunciá-lo.

Em carta enviada ao Intercept, ele negou as acusações “incondicionalmente”.

A maior parte dos festivais de cinema conta com conselheiros que atuam como “olheiros”, acompanhando a produção cinematográfica de determinadas regiões ou países e indicando filmes. É o caso de Beck, que também atua como curador e jurado em alguns festivais. Devido a sua influência nesses espaços, ele é considerado referência da América Latina em eventos internacionais de cinema.

Atualmente, ele mora em Portugal e até o ano passado trabalhava como programador convidado do Festival Internacional de Cinema de Rotterdam, na Holanda, e como curador nos festivais Viennale, na Áustria, e Bafici, na Argentina. Ele também fez parte do comitê de seleção deste ano do IndieLisboa, de Portugal, e constava até esta quinta (28) pela manhã na lista de colaboradores do Mubi, um serviço de streaming para o cinema independente.

O caso de Cat de Almeida, segundo ela nos detalhou por telefone, aconteceu em 2017, quando participava com o então namorado do Bafici em Buenos Aires. Beck fazia parte do comitê de seleção do Buenos Aires Lab, o BAL, laboratório do festival criado para incentivar o desenvolvimento de filmes latino-americanos. Na época, ela tinha 24 anos e ajudava na produção do filme do seu então companheiro, o cineasta mexicano Pablo Escoto. Dizendo estar interessado em conhecer mais o trabalho do casal, Beck teria convidado a dupla para um happy hour, mas, como o namorado de Almeida tinha um compromisso, ela acabou indo sozinha encontrá-lo.

 

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