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Conheça as empresas ‘amigas’ das mulheres; veja como se inscrever em vagas de emprego

Saiu no EXTRA

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A pandemia agravou a desigualdade no mercado de trabalho. A empregabilidade feminina está no menor patamar dos últimos 30 anos. No terceiro trimestre de 2020, 8,5 milhões de mulheres deixaram o mercado de trabalho.

Apesar do agravamento da crise, há empresas que têm iniciativas para esse grupo. Para ajudar quem está em busca de emprego, o EXTRA reuniu sites e companhias onde é possível cadastrar o seu currículo. Entre as iniciativas de empresas consideradas “amigas das mulheres”, estão a prioridade na contratação e a valorização do trabalho feminino (Confira o quadro abaixo).

Toda vez que uma empresa faz uma política desse tipo, ela vai para o jornal. Do ano passado para cá, nós fomos as maiores perdedoras. O peso carregado pela maternidade piorou com o fechamento das escolas, o home office e o acúmulo de funções — avalia a economista e especialista em questões de gênero Hildete Pereira de Melo.

Ela acrescenta que muitas mulheres chefes de família são levadas à informalidade. Por isso, diz que é preciso implementar políticas públicas e investir em escolas em tempo integral e ampliação do número de vagas em creches.

Além disso, a crise dos setores de serviço, comércio e cuidados domésticos, responsáveis por boa parte da contratação de mão de obra feminina, também colaborou para o desemprego.

Para a economista Vivian Almeida, professora do Ibmec, a iniciativa privada tem papel importante na redução da desigualdade, mas ainda com impacto reduzido:

— A desigualdade já era realidade. A mulher era mãe, dona de casa, profissional. Mas, com a pandemia, a situação de muitas mulheres ficou inconciliável. Historicamente, se alguém precisa abrir mão do trabalho, será a mulher e não o homem.

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Incentivos a renda extra e autonomia

Como efeito da pandemia, o relatório do Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) aponta que em 2020 118 milhões de mulheres estavam em situação de pobreza. São 23 milhões a mais do que em 2019. Além do aumento do desemprego, as mulheres se viram com sobrecarga de trabalho doméstico três vezes maior do que a dos homens.

Para as chefes de famílias e mulheres com filhos, a situação é ainda mais dramática. Muitas foram demitidas, e outras tantas pediram para sair porque precisavam de horários mais flexíveis para cuidar de filhos e de outras pessoas da família. Danielle Cerqueira, de 46 anos, que trabalhava com transporte escolar, decidiu começar a trabalhar como motorista de aplicativo. Durante o período de isolamento, no ano passado, fazia plantões em portas de hospitais:

— Trabalho de 10 a 12 horas diariamente e só folgo uma vez por semana — conta.

Para complementar a renda, Danielle carrega sobre o seu carro um painel digital de propaganda. A Mobees, empresa responsável pelo equipamento, decidiu ampliar para 30% o percentual de mulheres parceiras.

— Recebemos mais cadastros masculinos. Então, a gente dá uma força. Precisamos dar essa renda extra. A maioria das mulheres são chefes de família e únicas provedoras da casa — explica Flávia Coelho, cofundadora da Mobees.

Fora do mercado formal, elas são 40% dos novos negócios mercado de trabalho. Para dar uma força a empreendedoras, a Mobees também está selecionando negócios de mulheres e vai oferecer publicidade em seus painéis.

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Desigualdade de gênero

Jean Alves recebeu uma licença de 5 meses para cuidar do filho
Jean Alves recebeu uma licença de 5 meses para cuidar do filho Foto: Arquivo pessoal

O afastamento feminino durante a licença maternidade é apontado por especialistas como um dos principais focos de desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Para reduzir esta distância, algumas empresas brasileiras estão adotando medidas já utilizadas em países europeus, como estender a licença paternidade. Na Loft, empresa de negociação de imóveis, 18 funcionários já tiveram licença estendida, com afastamentos de dois a seis meses após o nascimento dos filhos.

— O objetivo é igualar o custo dos funcionários homens e mulheres a fim de promover uma mudança cultural para reduzir a diferença de gêneros — diz Renata Feijó, diretora de RH da Loft.

O engenheiro de software Jean Alves, de 30 anos, foi o primeiro da empresa a conseguir o benefício. Ele teve medo de ser demitido após o retorno, uma realidade que muitas mulheres enfrentam:

— Fiquei desconfiado e conversei com minha chefe sobre isso. Ela que disse: “É um benefício para melhorar a equidade de gênero. Aproveita este beneficio”. Correu tudo bem e fiquei mais perto do meu filho — explica.

Na seguradora Zurich, a preocupação com a valorização do trabalho feminino tem promovido uma série de mudanças. A empresa aumentou nos últimos anos a participação de mulheres, além disso adotou horários flexíveis de horário e saída, adotou licença parental e oferece um programa de mentoria de carreira e apoio de mulheres que retornam da licença maternidade.

— O mercado que não usa o poder das mulheres está perdendo oportunidades — avalia Carlos Toledo, diretor de Recursos Humanos da Zurich no Brasil.

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Qual é o cenário hoje?

Mais de 13 milhões de mulheres perderam emprego durante a pandemia na América Latina, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho. No Brasil, o IBGE mostrou que taxa de ocupação feminina hoje equivalente à de 1990, isso nos joga para 30 anos atrás. As mulheres, a duras penas, vinham ganhando espaço muito gradativamente, mas regredimos muito.

O que esperar depois dessa crise?

Sem políticas públicas, a expectativa é que seja uma recuperação desigual no pós-crise. O que deveria estar sendo discutido e considerado é que alguns trabalhadores foram mais afetados que outros. As mulheres e as mulheres negras, principalmente, foram as mais prejudicadas. A desigualdade tem que ser ponto de partida, se não for assim, apenas vai reproduzir esta desigualdade.

O que poderia ser feito?

É papel do Estado a articulação de políticas públicas. Poderiam ser criados incentivos, inclusive fiscais, para a contratação e a manutenção do trabalho feminino. Além disso, os setores que empregam mais mulheres, como o o comércio, serviços e o doméstico, foram os mais afetados. Tem que haver um programa para isso.

O que houve na pandemia?

A média salarial das mulheres no emprego formal no país está em torno de um a um e meio salário mínimo. Aquelas que estão inseridas nesta faixa salarial viram os seus filhos em casa, com as escolas fechadas. Quase 50% passaram a cuidar de alguém na pandemia. Muitas abriram mão dos empregos formais para dar conta…

Veja a Matéria Completa Aqui!

 

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