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As desigualdades impostas ao gênero feminino não derivam da condição de ser mulher, mas da ausência de virtudes humanas

Saiu no Site REPÓRTER EM AÇÃO.

 

Veja a Publicação original.

A estatística demonstra: a cada 4 minutos uma mulher é agredida no Brasil e 145 mil casos registrados em que as mulheres sobreviveram, existem ainda os casos não registrados, neles, o agressor em sua maioria absoluta é o companheiro; somos 51,03% no mercado de trabalho ocupamos 48,6% dos cargos de chefia, no entanto, recebemos 76,5% do valor do salário dos homens que ocupam o mesmo cargo, (fonte: IBGE).

A nova geração, dita como “pós feminista”, chega a quase igualdade em números como demonstrado, mas carrega o fardo da “libertação”, os números também refletem que as mulheres trabalham em média 3 horas semanais a mais que os homens, para suprir os cuidados com o lar e com os seus.

Em 1968, eclode no Brasil a Revolução Feminista – movimento independente, porém de cunho político, com a finalidade de defesa dos direitos de igualdade. As mulheres Lutaram para poder trabalhar livremente naquilo que lhes apetecia, para poderem usar a roupa que quisessem, para poder usar contraceptivo, ter ou não um filho concebido  e manter os filhos matriculados nas escolas após o divórcio. Sim, elas passaram por isso!

Digo “elas”, porque vi algumas mulheres sofrerem essas desigualdades, mesmo muito tempo depois do episódio em que sutiãs foram queimados em praça pública, como forma de protesto.

Não raro nos deparamos com uma empresária que deixa de contratar uma mulher com filhos porque por vez ou outra, se contratada, poderá faltar ao emprego por conta do filho que adoeceu, ou escutamos “La vem a Maria, se divorciou. Culpa dela! ou ainda “a culpa de ser abusada foi dela, olha a roupa que estava usando” em um caso bem recente “foi agredida dentro da sua casa? Bem feito! Quem mandou receber um homem sem nem ao menos o conhecer direito”.

As desigualdades impostas ao gênero feminino não derivam da condição de ser mulher, mas da ausência de virtudes humanas, já que, por vezes, a desigualdade é imposta pela própria classe feminina.

Convergem para essa afirmativa, as agressões dos companheiros às mulheres que dificilmente têm possibilidade de se defender, são a mulheres que suportam sozinhas as consequências de um aborto, são as mulheres que ganham menos. Notem isso não é um fardo pela condição feminina, mas da falta de caráter e virtude humana.

Neste contexto, mesmo que a condição biológica da mulher seja condenada, pelos estudiosos e líderes do movimento feminista, para se alcançar um conceito igualitário entre os gêneros, o fato é que as diferenças existem, e são gritantes, porém não geram inferioridade de um sobre o outro – homem e mulher, mas características únicas e complementares.

Ansiando por igualdade, acabamos atraindo um fardo ainda maior, ao passo que além das tarefas que antes nos eram “próprias” acabamos absorvendo outras, que outrora eram destinadas aos homens, culminando em uma verdadeira mistura de valores e posições.

Ao absurdo de que o cavalheirismo de abrir a porta do carro para uma mulher, dar-lhe o paletó em uma noite fria, às mais radicais soa como machismo, por outro lado, uma profissional que tem filhos e resolve abdicar a carreira para exercer  ofício de mãe se sente culpada por não dar à sociedade aquilo que hoje espera dela o sacrifício de ir à luta e cumular as tarefas.

A minha geração foi educada para trabalhar, produzir resultados, dividir os bancos acadêmicos com os homens, Fomos à luta e vencemos, tomamos por vezes os lugares deles até mesmo dentro dos relacionamentos e de nossas casas.

Ganhamos, ao final, exaustão. Os direitos impostos através de revoltas e leis, não cuidaram de sarar a falta de caráter e virtude do ser humano, que continua a subjugar o fisicamente mais fraco, a explorar e a diminuir, os números mostram bem isso.

Particularmente, escolhi viver todos os papéis, o de mãe,  de profissional, esposa, mas acima de tudo MULHER, reconhecendo em mim e em cada uma das mulheres a força que temos para lutar e transformar, e a liberdade de sermos quem quisermos, mesmo assumindo e suportando todos os fardos.

Ninivi Ziliene Pereira Carneiro

Advogada

OAB/MT 18815A

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