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Artigo: Não basta dizer ‘BASTA!’

Saiu no site CORREIO BRAZILIENSE

 

Veja publicação original:  Artigo: Não basta dizer ‘BASTA!’

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Por Ana Dubeux

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Foram tantas as vezes em que falei sobre feminicídio neste espaço. Foram tantos os momentos em que alertei sobre a proximidade dos assassinos em relação às próprias vítimas. Foram tantas as reportagens sobre homens que matam mulheres. Posso até perder as contas, mas jamais perderei de vista a necessidade de continuar falando, noticiando, repetindo e exigindo mudanças urgentes para proteger as mulheres que, dia a dia, continuam sendo presas fáceis e vulneráveis à covardia e a todo tipo de violência.

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Aconteceu de novo. Um homem armado entrou na Secretaria de Educação e assassinou uma mulher e depois se matou. Só em 2019, 13 mulheres foram mortas no DF. E provavelmente você vai ler e ouvir falar de novo sobre isso daqui a pouco. Porque o feminicídio é uma chaga social, um crime frequente apesar de assombroso. Não podemos gritar “Basta!” e seguir em frente até que ocorra mais uma vez e mais outra vez. Devemos fazer mais para evitar. Sociedade, governo, família, todas as instituições deveriam se unir para dar cabo a uma matança sem sentido e feroz.

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Algumas iniciativas começam a aparecer. A Universidade de Brasília está se mobilizando; o Congresso criou uma comissão externa para discutir a violência doméstica coordenada pela deputada brasiliense Flavia Arruda. Foi lançado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados o Projeto Glória, uma plataforma de inteligência artificial voltada para o combate à violência contra mulher idealizada pela professora Cristina Castro-Lucas, da UnB.

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Sou de uma geração que não terá a chance de ver o feminicídio ser erradicado, tampouco se tornar apenas um evento ocasional. Mas tenho esperança de que minha filha e minha neta não cresçam e envelheçam num mundo que mata mulheres em série por motivos absolutamente torpes. Sentimento de posse, “ciúmes”, impossibilidade de receber um não, separação são algumas das justificativas elencadas para esses crimes monstruosos.

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Acabar com o feminicídio será possível quando expurgarmos o machismo, a erva daninha que cresce em nossos quintais, alimentada por uma educação duvidosa, distante da cidadania, da igualdade de gêneros, de uma cultura humanista, que valorize o ser humano e a vida. E isso é uma responsabilidade de todos nós. Vamos juntos?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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