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Conheça Luna Lomonaco, vencedora do prêmio da Sociedade Brasileira de Matemática

Saiu no site GALILEU

 

Veja publicação original:   Conheça Luna Lomonaco, vencedora do prêmio da Sociedade Brasileira de Matemática

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A italiana é a primeira mulher a receber a premiação concedida pela instituição de matemática

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A italiana Luna Lomonaco se tornou a primeira mulher a ganhar o Prêmio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), que reconhece o melhor trabalho original de pesquisa desse campo do conhecimento. A honra se deu graças a um artigo sobre Sistemas Dinâmicos. Na publicação, a pesquisadora discorre sobre o conjunto de Mandelbrot, que é um tipo de fractal, nome dado às formas geométricas determinadas por fórmulas matemáticas e que conseguem dar sentido a eventos aparentemente aleatórios.

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Concedido a cada dois anos, o Prêmio reconheceu a importância da pesquisa de Lomonaco em dar luz a um tema notavelmente complexo. Engana-se, entretanto, quem pensa que a pesquisadora italiana era uma apaixonada por resolver equações e problemas matemáticos nos tempos da escola. “Fiz uma escola bem focada nas Ciências Humanas. Estudei grego, latim e filosofia, área pela qual me apaixonei”, afirma em entrevista à GALILEU. E foi por conta da filosofia que ela resolveu estudar Exatas: para a especialista, os estudos matemáticos também oferecem a oportunidade para realizar importantes reflexões.

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“Tinha algo que me incomodava na filosofia. Uma delas é o fato de que cada filósofo redefine o vocabulário e escreve algo do zero, contradizendo seus antecessores”, relata. Para a italiana, essa competitividade na matemática é menor: “Me parece algo mais humano no sentido de que todo matemático segue na mesma direção. Por mais que as ideias mudem, os conceitos se mantêm e se desenvolvem”.

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Mulher e matemática
Antes de vir morar no Brasil, em 2014, Lomonaco já era dona de um currículo invejável: graduada na Universidade de Padova, na Itália, fez mestrado na Universidade de Barcelona, na Espanha, e doutorado na Roskilde University, na Dinamarca. Também morou em Pequim, na China, antes de vir para cá e se tornar professora do Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (IME-USP).

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Como se não bastasse, hoje Lomonaco é apoiada pelo Instituto Serrapilheira e, em 2018, recebeu o prêmio do L’óreal-Unesco-ABC “Para Mulheres na Ciência”, que busca promover a igualdade de gênero no ambiente científico. O assunto, aliás, é importantíssimo para a pesquisadora: “É claro que ainda existe machismo na matemática”, diz a pesquisadora.

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Mas nem sempre a italiana pensou assim. De acordo com ela, até participar de uma conferência para mulheres matemáticasu em 2017, acreditava que essa era uma área igualitária. “Não é fácil ser mulher na matemática, e às vezes até as mulheres esquecem disso”, considera. Contudo, graças a diversas conversas após o evento, Lomonaco lembrou de diversos momentos em sua carreira em que se sentiu diminuída por seus colegas do sexo masculino.“Era algo sútil. Falavam comigo com um tom de ‘o que você está fazendo aqui?’”, diz.

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Lomonaco chegou ao Brasil em 2014, quando iniciou um pós-doutorado em conjunto com a Fapesp (Foto: Reprodução)

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Felizmente, desde que chegou no Brasil, a intelectual se sentiu mais integrada nos ambientes em que trabalhou. “Não estou dizendo que aqui a sociedade é menos machista, mas me sinto menos como uma fraude”, acrescenta. “Parei de pensar que eu não era o suficiente — mesmo outras pessoas fazendo eu me sentir assim.”

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Em seu discurso durante o recebimento do Prêmio concedido pela SBM, Lomonaco relembrou as dificuldades da carreira. “Estive muito perto de desistir”, disse. Mesmo assim, durante a entrevista, a cientista se declarou muito feliz por ter seu trabalho reconhecido e contou que, além de ser uma grande responsabilidade, fez questão de dedicar o prêmio às suas semelhantes: todas as mulheres matemáticas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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