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108 projetos, iniciativas e pessoas que trabalham com a transformação dos homens, no Brasil e no mundo

Saiu no site PAPO DE HOMEM:

 

Veja publicação original:  108 projetos, iniciativas e pessoas que trabalham com a transformação dos homens, no Brasil e no mundo

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Por Guilherme Nascimento Valadares

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Uma lista colaborativa e em construção de projetos, iniciativas e pessoas trabalhando com a transformação das masculinidades. Nos ajuda a deixar ainda mais completa?

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Existe um movimento de transformação dos homens acontecendo?​

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Meu palpite é que sim, ainda que caminhe a passos lentos e fragmentados.

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Essa energia vem ganhando força por meio da ação independente e corajosa de homens e mulheres em diferentes cantos do mundo. Fora as movimentações dos homens surgidas na década de 70 (impulsionadas por Robert Bly e outros), cujas sementes seguiram ao longo dos anos seguintes, hoje parece haver uma retomada dessa conversa.

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Entretanto, a cobertura midiática sobre masculinidades ainda está muito negativa, centrada em torno de perguntas como:

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Há uma crise dos homens?

Por que há tantos comportamentos masculinos que podem ser tão tóxicos?

O quão danosos e frequentes são os comportamentos negativos dos homens?

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Acredito ser hora de colocarmos mais energia em outras perguntas, em complemento às anteriores, tais quais:

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Quais são as masculinidades saudáveis, desejáveis e possíveis de nosso tempo?

Onde estão os exemplos concretos que já existem e como podemos torná-los mais conhecidos?

Como educar os meninos para o futuro, indo além dos nãos? Quais os sims e locais de potência para a formação de masculinidades seguras em jovens?

Como homens e mulheres podem cultivar relações mais construtivas, amorosas e de parceria legítima, na prática?

Quem são as pessoas, projetos e iniciativas fazendo isso acontecer, no Brasil e no mundo? Como fazem isso?

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Eu, Túlio Custódio e Ivan Martins no Homens Possíveis 2017 (nosso tradicional evento de fechamento do ano)

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Não à toa tenho evitado usar o termo “masculinidade tóxica” (explico seu significado nesse texto), como comentei aqui.

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O debate em torno dos aspectos negativos dos homens é absolutamente necessário, nos ajuda a estruturar e entender os desafios a serem vencidos. Mas quando ele domina 90% da pauta e não sonhamos outras possibilidades, a mensagem arrisca se transformar em algo patológico.

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O que muitos passam a absorver é que o masculino É tóxico. E que todos homens SÃO tóxicos, potenciais abusadores, opressores, estupradores.

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Masculino se torna sinônimo quase de uma “doença”, de algo a ser combatido.

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Soa exagero? Pois é exatamente o que a respeitada escritora e professora Lisa Wade propõe nesse artigo, que a gente pare de perder tempo e declare logo uma guerra à masculinidade:

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“(…) precisamos atacar a masculinidade. Não digo que precisamos recuperar a masculinidade — isso é, encorajá-los a se identificar com uma versão mais gentil e bondosa disso.

(…)

O problema não é a masculinidade tóxica; o problema é que a masculinidade é tóxica.”

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Assustador.

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E tenho escutado falas similares em vários outros locais.

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Não creio que essa visão nos ajude a avançar. Essa narrativa pode nos fixar em posições limitadas: homens reduzidos a um papel de eternos opressores e mulheres como eternas vítimas indefesas.

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De um lado, isso pode aumentar o ressentimento, em especial das mulheres. E do outro, afastar muitos e muitas da conversa, em especial homens.

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Mulheres vêem os homens ficando distantes, acuados e confusos com o debate, as deixando mais frustradas, raivosas e certas de que precisam falar mais alto e com mais intensidade. Homens recuam ainda mais — ou, pior, alguns atacam e se abrigam em discursos violentos, sexistas e preconceituosos.

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Se instala uma dinâmica de acusação, ódio, denúncia e cabo de guerra. Todos saímos perdendo. Tenho observado esse ciclo ganhar cada vez mais força nas viagens e atividades que conduzo pelo Brasil, infelizmente.

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 A edição 2017 do “PAI: os desafios da paternidade atual” — esse ano faremos mais uma!

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Publicarmos essa lista é um estímulo para mais abordagens construtivas, pacificadoras, articuladoras e nutritivas para a transformação das masculinidades e das relações entre os gêneros.

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A lista:

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Digressões à parte, vamos adiante.

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Essa é uma brevíssima curadoria, escrita numa sentada. Reforço que não sou a autoridade suprema do assunto ou porta voz de alguma coisa além de mim mesmo e dos aprendizados do PdH.

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Tenho bem mais nomes a acrescentar, mas não sou tão organizado quanto gostaria e tenho referências e links espalhados nos meu favoritos de diversas redes sociais, no Evernote, no Google Docs, nas notas do IPhone e em infinitos papéizinhos espalhados em pilhas milimetricamente organizadas pela casa.

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A lista, acima de tudo, está em construção e é colaborativa.

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Reúne pessoas que trabalham com as mais diversas abordagens e visões — algumas das quais conflitantes entre si. O propósito é ser isso mesmo, um panorama.

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Escrafunchem e completem com as sugestões de vocês. Se embrenhando nos links vão descobrir que vários dos projetos também possuem pequenos grupos fechados em redes como Facebook e Whatsapp.

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Como podem notar, há preponderância de projetos e pessoas ligadas à paternidade, um dos gatilhos chave para a mudança nos homens. E também tem muita coisa em São Paulo.

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É um recorte ainda carente de aprofundamento fora das capitais, em outros continentes, nas periferias, em raça, masculinidades não-binárias e tantos outros aspectos.

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 A primeira edição do “Homens Possíveis”, com homens e mulheres de várias cidades

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Meu sonho seria vermos projetos e um calendário de eventos regular em todos os estados do Brasil. Será que chegamos lá?

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Projetos nacionais:

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Eventos:

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Projetos internacionais:

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Institutos/Redes/Campanhas:

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Pessoas que trabalham/defendem/estudam transformação das masculinidades (em diferentes territórios):

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Várias das pessoas abaixo possuem outras atividades ou não se dedicam primariamente às masculinidades. A listagem não é uma ordem de importância, ela é tão incompleta quanto minha memória. Inserimos apenas pessoas que seguem vivas.

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E no mundo:

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  • Tony Porter (ativista anti -violência de gênero, educador, TED speaker)
  • Elizabeth Nyamayro (ativista, líder da campanha global #HeforShe, da ONU Mulheres, TED speaker)
  • Philip Zimbardo (psicólogo, TED speaker)
  • Jackson Katz (educador anti-sexismo, TED speaker)
  • Michael Kimmel (ativista, pesquisador, TED speaker)
  • Justin Baldoni (ator, produtor, ativista, TED speaker)
  • Colin Stokes (diretor da ONG Citizen Schools, TED speaker)
  • LB Hannahs (ativista, facilitador, aborda em sua fala no TED como é ser um pai transexual)
  • Emma Watson (embaixadora global da campanha #HeForShe)
  • Camila Pitanga (embaixadora brasileira da ONU Mulheres)
  • Daniel Ellenberg (psicólogo e facilitador de grupos de homens desde 1985)
  • Arne Rubenstein (médico, facilitador de grupos e especialista em trabalho com adolescentes, fundou o The Rites of Passage Institute)
  • Gary Barker (fundador do Instituto Promundo, pesquisador, ativista)
  • Jordan Peterson (psicólogo, escritor)
  • Tim Morrison (facilitador de grupos de homens e trabalhos espirituais)
  • Tully O’Connor (facilitador de grupos de homens, trabalhos com espiritualidade e sexualidade)
  • David Deida (escritor, facilitador de grupos e trabalhos envolvendo espiritualidade e sexualidade)
  • Christina Hoff Summers (acadêmica feminista, autora do livro “The War Against Boys”)
  • Camile Paglia (feminista, ativista, escritora de diversos livros, dentre eles “Free Women, Free Men”)
  • Dan Doty (fundador do movimento Every Man)
  • Owen Marcus (escritor e facilitador de grupos, trabalha com homens desde 1992, co-fundador do Every Man)
  • Steve Dubbeldam (fundador do Wilderness Collective)
  • Warren Farrell (autor do fascinante livro The Boy Crisis, trabalha com masculinidades há décadas, uma das voz mais importantes no campo; vale muito assistir sua fala sobre a crise dos meninos no TEDx)
  • Cassie Jay (produtora do documentário The Red Pill, que retrata o mergulho de uma feminista no Men’s Rights Movement, ao longo de um ano)
  • Terry Crews (ator, ex-jogador da NFL e ativista em defesa de masculinidades mais saudáveis)
  • 30 campeões do impacto #HeforShe (corporativos, governamentais e educacionais)

 

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 Roda sobre masculinidades que conduzimos na AMCHAM, com VPs das maiores empresas do Brasil

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Quero ler mais sobre o que acontece no campos das masculinidades no Brasil e no mundo, por onde começo?

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O que fiz pessoalmente foi criar um alerta no Google Alerts para os termos “masculinidade” e “masculinity”. Vai receber updates periódicos fascinantes (além de notar o quanto o termo “masculinidade tóxica” tem dominado os debates em língua inglesa, o que considero um grande perigo).

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Vale buscar os mesmos termos no YouTube, só esse ano foram publicados mais de 3.000 novos vídeos à respeito, segundo report do Google BrandLab.

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Está empolgado e quer iniciar um grupo de homens? Comece por aqui:

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Dá uma olhada no nosso artigo “Como criar um grupo de homens, um guia básico“. Está bem didático e com inúmeros links e referências de aprofundamento, como livros, textos e filmes que valem à pena ser vistos.

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Nem de longe é um texto exaustivo, apenas reúne algumas sugestões e aprendizados do que funcionou pra nós. Usem, adaptem e compartilhem à vontade.

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Depois assista o maravilhoso “The Mask We Live In”, sobre como os meninos são criados. Saiu do Netflix Brasil, mas você pode comprar/alugar aqui, vale cada centavo. E não deixe de ver nosso documentário original e projeto do coração: “Precisamos falar com os homens?“.

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Arremata a fatura escutando o podcast sobre “masculinidades e sentimentos” do Mamilos, do qual participei. E o podcast “masculinidade negra”, do Lado Black.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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