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Série ‘Vítimas Digitais’ retrata casos reais e efeitos de crimes digitais

Saiu no site EMAIS

 

Veja publicação no site original: Série ‘Vítimas Digitais’ retrata casos reais e efeitos de crimes digitais

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Nova produção da GNT recria situações a partir de depoimentos de vítimas e tem a participação de psicanalistas, advogados e coordenadores de ONGs e grupos de apoio

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Por João Pedro Malar*

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Com direção de João Jardim, a série Vítimas Digitais estreou na última segunda, 4, no canal GNT. A produção aborda um conjunto de crimes que têm em comum a origem: o ambiente digital.

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A atração tem sete episódios e é exibida às segundas-feiras, às 23h30, no GNT. Além da direção de Jardim, a produção conta com os roteiristas Antônia Pellegrino, Felipe Sholl, Fabio Mendes e Clara Meirelles. O elenco conta com atores como Débora Falabella, Mariana Nunes, Marcos Veras, Luis Lobianco, Maitê Padilha e Guta Stresser.

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Em entrevista, Jardim comenta que o canal já tinha interesse de fazer algo envolvendo as mídias sociais. Após pesquisas, decidiu-se falar sobre como as redes são usadas de forma violenta dentro de relações e, a partir disso, procuraram histórias para relatar. Para preservar a privacidade das pessoas, foi escolhido o formato de docudrama, trazendo histórias dramatizadas e análises de especialistas sobre cada caso.

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Elenco da série inclui a atriz Débora Falabella (foto) e atores como Mariana Nunes, Marcos Veras, Luis Lobianco, Maitê Padilha e Guta StresserElenco da série inclui a atriz Débora Falabella (foto) e atores como Mariana Nunes, Marcos Veras, Luis Lobianco, Maitê Padilha e Guta Stresser Foto: Divulgação / GNT

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Para o diretor o que mais chamou atenção foi que os crimes digitais “podem atingir qualquer pessoa, mas todos acham que não chegariam a essa situação. Todo mundo pode ser vítima ou algoz. A violência te atinge o tempo todo”.

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Apesar das análises de especialistas, Jardim destaca que a série não tem uma preocupação didática. “O foco é contar bem a história, de forma pertinente, que mostre a relevância da narrativa e a dimensão dela. O objetivo é gerar identificação.”

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Série retrata não apenas os crimes digitais, mas os seus efeitos nas vítimasSérie retrata não apenas os crimes digitais, mas os seus efeitos nas vítimas Foto: Divulgação / GNT

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E o telespectador tem várias oportunidades para se reconhecer considerando a diversidade das narrativas, tanto de crimes quanto em relação às personagens, com diferentes idades, gêneros e condições sociais. No primeiro episódio, que retrata a história da advogada Renata (Débora Falabella), mostra-se os efeitos de vazamentos de fotos íntimas, a chamada pornografia de revanche. Já no segundo, a atriz Teresa (Mariana Nunes) tem que lidar com os efeitos de um estupro após um encontro marcado em um aplicativo de namoro.

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No segundo episódio da série Teresa, vivida por Mariana Nunes, tem que lidar com os efeitos de um estupro após um encontro marcado por um aplicativo No segundo episódio da série Teresa, vivida por Mariana Nunes, tem que lidar com os efeitos de um estupro após um encontro marcado por um aplicativo  Foto: Divulgação / GNT

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João Jardim destaca o grande engajamento por parte de toda a equipe envolvida na série: “muito conscientes da importância do tema”. Como principal lição, o diretor comenta que “o que mais se aprende é que essa questão [a vivência no mundo digital] demanda muita responsabilidade. Não é só divertimento, há um perigo, um risco. Temos que entender o que estamos postando, criando. Temos que ser cuidadosos”.

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Confira o trailer da série:

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Presença de especialistas

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Vítimas Digitais também conta com um amplo time de especialistas de diversas áreas. Psicanalistas, advogados e coordenadores de ONGs e grupos de apoio participaram como consultores em cada episódio e analisaram os casos abordados, indo além de aspectos específicos de cada crime e apresentando contextualizações e reflexões sobre cada tema.

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Uma das especialistas é a promotora de Justiça do Estado de São Paulo Gabriela Manssur. Ela contribuiu para o segundo episódio, que vai ao ar nesta segunda, 11, que tem como foco os efeitos de um estupro em uma vítima e as reações no próprio ambiente digital.

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A promotora destaca que os ataques que Teresa, a vítima, sofre após tornar pública a agressão são bastante comuns. “O comportamento da sociedade brasileira ainda é machista, ainda culpa a mulher e justifica a violência. Ela sofreu o que muitas mulheres sofreram há vinte anos, quando foram mortas pelos companheiros e culpabilizadas em julgamentos. O episódio é um reflexo da sociedade machista. A consequência é que as pessoas têm medo de denunciar, medo de um julgamento social, intensificado no ambiente digital.”

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Manssur observa que os crimes digitais são reflexos dos problemas já existentes na sociedade. É impossível evitar que os delitos aconteçam, mas é possível tomar algumas precauções. “Denunciar ofensas, perseguições e importunações, tanto no site quanto nos órgãos de justiça responsáveis; bloquear o assediador; dependendo do caso é possível solicitar medidas protetivas de urgências.” A denúncia também é essencial para evitar que outras pessoas passem pela mesma situação e evitar que os agressores tenham uma sensação de impunidade.

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Para a procuradora, o ambiente digital criou uma sensação de proteção nos agressores que levou a um aumento dos crimes. Ao mesmo tempo, há uma maior conscientização da população, o que leva a um aumento de denúncias. No geral os crimes digitais e analógicos apresentam as mesmas causas e consequências, mas os efeitos são intensificados. “Os julgamentos se alastram mais, as exposições são maiores, há uma avalanche de emoções para a vítima e uma maior sensação de desproteção.”

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*Estagiário sob supervisão de Charlise Morais

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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