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“Não quero ter filhos, mas me olham como se eu fosse anormal”

Saiu no site UNIVERSA

 

Veja publicação original:   “Não quero ter filhos, mas me olham como se eu fosse anormal”

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“Estou casada há cinco anos, mas não quero ter filhos. Já disse isso claramente várias vezes. O problema é que a pressão que sofro do meu marido e da família está se tornando insuportável. Estou terminando meu mestrado e já pensando no doutorado. Não tenho dúvida de que um filho vai me impedir de crescer profissionalmente. De uns tempos pra cá sinto que todos com quem convivo me olham de forma meio estranha, como se eu fosse anormal.”

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Em todas as épocas e lugares foi comum o homem repudiar a mulher e se casar novamente. Para isso não faltavam pretextos e um dos mais convincentes era o não nascimento de um filho.

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Afinal, ele queria mais braços para ajudá-lo no trabalho. A forma como as mães se relacionavam com os filhos, nos séculos 17 e 18, deixa claro que não somente o desejo de ter filhos, mas também o amor materno, não são inerentes às mulheres. É um sentimento que pode ou não se desenvolver.

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Naquele período, a amamentação passou a ser considerada ridícula e repugnante e não era digno uma mulher amamentar seu próprio filho. Só para se ter uma ideia, das 21 mil crianças nascidas em Paris em 1780, menos de mil foram amamentadas pelas mães. Todas as outras foram morar com amas de leite.

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No século 19, houve grande mudança. Várias teorias foram criadas sustentando que o único prazer da mulher era ter filhos e criá-los, e que ela não se interessaria por sexo. Seu aparelho genital serviria tão-somente à procriação.

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O fato de ser capaz de ter filhos passou a significar que os desejaria naturalmente. Hoje, ainda há mulheres que acreditam desejar filhos sem que esse desejo realmente exista. Afinal, a cobrança da família e dos amigos é tanta que, em muitos casos, elas temem ser taxadas de egoístas e de pouco sensíveis.

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Mas as mentalidades estão mudando. Apesar de ser difícil escapar dos modelos impostos, as últimas pesquisas mostram que aumenta cada vez mais o número de mulheres que não deseja ter filhos.

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Para as que julgam que sua realização pessoal depende do êxito profissional, a questão da maternidade se coloca em outros termos. E a crescente rejeição aos modelos tradicionais de comportamento permite que se percebam com mais clareza os próprios desejos.

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Ter ou não ter filhos passa a ser uma opção individual, longe da cobrança de corresponder ao modelo imposto de mulher ideal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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