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Mulheres encontram no esporte força para superar a violência doméstica

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Veja publicação original:   Mulheres encontram no esporte força para superar a violência doméstica

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O início do romance é quase sempre igual para as vítimas de violência doméstica. O homem mostra-se gentil, atencioso, zeloso com sua mulher, fazendo com que ela acredite que ele cuida dela de maneira muito especial. Aos poucos, no entanto, essas atitudes ganham ares de castração e proibição. “Para que usar esse batom vermelho? Isso é coisa de mulher que precisa arrumar namorado – e você já tem a mim!”; “Aquela sua amiga ri muito alto, quer chamar atenção. Não acho legal você andar com ela.” Tudo dito geralmente em tom protetor.

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A auxiliar de enfermagem, doula e consultora de amamentação Simone Gomes, de 31 anos, sabe bem o que é isso. “No começo, meu ex-marido se mostrou uma pessoa especial, me tratava como uma princesa, parecia só pensar no meu bem-estar. Mas assim que engravidei, fez com que eu parasse de trabalhar, passou a controlar todos os meus passos e me afastou até da minha família”, conta.

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Junto com o “isolamento do mundo”, vieram as agressões psicológicas e físicas. Depois de quase cinco anos e dois filhos, sofrendo calada, no final de 2015, Simone pediu a separação. No entanto, em março de 2016, já morando em casas diferentes, ele a procurou e a agrediu de novo. Machucada e muito triste, ela buscou ajuda e foi em frente com a denúncia de violência doméstica.

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Mulheres encontram no esporte força para superar a violência doméstica / Foto: Adobe Stock

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A corrida havia entrado em sua vida um pouco antes, quando uma amiga a presenteou com uma inscrição. “Começar a correr me trouxe de volta a autoestima, o empoderamento e minha identidade, pois até então eu tinha medo de sair, não conseguia tomar decisões. Tenho certeza que a força para dar um basta na situação veio da sensação que o esporte trazia. Correndo me sentia forte, destemida. Com isso segurei a barra quando foi preciso.” Hoje, Simone coleciona medalhas e troféus das corridas que participa.

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Já a jornalista Giselli Souza, 39 anos, vivenciou a violência doméstica na infância, assistindo às brigas dos pais. “Não à toa me tornei uma adolescente rebelde. Sempre estudei em excelentes colégios e por muito tempo me dediquei ao esporte como forma de extravasar tudo o que assistia em casa. Sei que muitos filhos de pessoas que sofreram com a violência doméstica não repetem esses comportamentos na vida adulta. Porém, há pessoas que simplesmente desconhecem relacionamentos que fogem a esse padrão. E eu me incluo neste grupo”, conta.

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Giseli superou o trauma com auxílio de profissionais e do esporte.”Graças a anos de terapia e à minha retomada ao esporte, há 13 anos, venho mudando o meu jeito de ser e me relacionar com o mundo. Hoje tenho me permitido vivenciar relacionamentos mais saudáveis e próximos daquilo que sempre quis: uma família unida pelo amor e pelo respeito. O esporte me empodera diariamente e me faz não só buscar a minha melhor versão, como também perdoar os erros dos meus pais e ainda enxergar a diva que existe em mim, capaz de reconstruir uma família com alicerces positivos”, conta Giselli, que é fundadora do “Divas que Correm”, o maior clube de corrida feminino do Brasil.

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A Corrida Movimento Pela Mulher é um evento para mulheres e homens, com o objetivo de incentivar a prática esportiva e conscientizar a sociedade e o poder público sobre o grave problema social que é a violência contra a mulher.

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A promotora de justiça Gabriela Manssur – idealizadora da corrida e um dos mais importantes nomes no combate à violência contra a mulher – sempre acreditou na força do esporte para transformar o mundo. “Por que não trazer o empoderamento por meio do esporte para o maior número possível de mulheres? Incentivá-las a praticar atividades físicas e adotar um estilo saudável contribui muito para a prevenção e erradicação da violência. Elas adquirem saúde, força, autoestima, respeito ao próprio corpo e amor à vida”, diz a promotora maratonista.

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“É muito mais que uma corrida, é um instrumento para provocar a união, expor a força das mulheres e, claro, trazer à tona a capacidade que o esporte tem como instrumento de empoderamento. O esporte tem o poder de blindar e transformar a mulher, garantindo-lhe autoestima, autoconfiança, motivação, socialização, propósito, dedicação, saúde e felicidade”, completa Fabíola Sucasas, titular da promotoria de justiça de enfrentamento da violência doméstica, corredora e embaixadora da prova.

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A 3ª Edição da Corrida Movimento Pela Mulher, realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social (INDES) e organizada pela Life Marketing Esportivo, acontece em 25 de agosto, na região do Parque Ibirapuera. As inscrições podem ser feitas pelo Ticket Agora.

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Pensado para envolver todas as pessoas, independente de gênero, idade, aptidão e nível esportivo, o evento traz as modalidades corrida (nas distâncias de 5 e 10K) e caminhada (5K). Parte da renda gerada será investida em organizações sociais que defendem e trabalham em prol dos direitos das mulheres e que são parceiras da Corrida Movimento pela Mulher, como o Instituto Maria da Penha, Projeto Vida Corrida, Geledés (Instituto da Mulher Negra), União das Mulheres e Plano de Menina.

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Serviço:
Data: 25/08/2019
Local: Parque Ibirapuera, São Paulo
Horário da largada: 7h
Inscrições: Ticket Agora

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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