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Defensora pública ouve suspeitos de feminicídio em MT e diz que maioria presenciou violência doméstica na infância

Saiu no site G1

 

Veja publicação original: Defensora pública ouve suspeitos de feminicídio em MT e diz que maioria presenciou violência doméstica na infância

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Maioria dos presos alegou a coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública (NUDEM) que cometeu crime porque não se conformava com o fim do relacionamento.

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A defensora pública e coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública (NUDEM), Rosana Leite Antunes de Barros, realizou uma pesquisa em presídios de Mato Grosso em 2015 – ano em que foi sancionada a Lei do Feminicídio – e ouviu suspeitos e acusados desse tipo de crime.

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Com base nessas conversas com os presos, ela conta que a maioria deles vêm de família com histórico de violência doméstica.

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“A principal violência a ser enfrentada é dentro de casa. Quando perguntei aos detentos porquê cometeram feminicídio, a maioria respondeu que vivenciaram violência doméstica na infância”, disse Rosana.

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Eles também disseram à defensora os motivos que os levaram a assassinar as mulheres, ex-mulheres, namoradas e ex-namoradas. As três principais são:

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  • Inconformismo com o término do relacionamento
  • Quebra da virilidade masculina
  • Quebra da expectativa do ser mulher

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A maioria disse que cometeu o crime porque não se conformava com o fim do relacionamento. “São motivos fúteis, somente pelo fato de ser mulher. O mais comum é o inconformismo com o fim do relacionamento”, explicou.

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Outros relataram que mataram a mulher porque não sentiam que a vítima era somente deles, temiam traição ou porque a mulher não tinha organizado a casa como eles queriam.

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A cada quatro dias uma mulher foi morta em Mato Grosso neste ano, segundo a Secretaria Estadual Segurança Pública (Sesp).

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O último levantamento da Sesp apontou que 66 mulheres foram mortas violentamente entre 1º de janeiro e 15 de outubro deste ano. Desses, 50% foram por motivos passionais.

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Fim do relacionamento

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Em maio de 2017, a universitária Dineia Batista Rosa foi espancada, teve o rosto desfigurado e foi morta estrangulada pelo ex-marido Welington Fabrício de Amorim Couto, em Cuiabá. O acusado foi preso, em seguida.

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Welington já havia sido condenado em janeiro de 2011, pela morte da ex-mulher, Danevimar da Silva Dias, de 23 anos. Naquela ocasião, a vítima foi estrangulada com um fio de energia e teve um dos seios mutilado.

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Segundo a família de Dineia, o ex-marido dela não aceitava o fim do relacionamento.

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Traição

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Um dos casos ocorridos em Mato Grosso em que o crime teria sido cometido por suspeita de traição vitimou Ana Lúcia Camargo de Oliveira. Ela foi assassinada a marteladas pelo marido, em agosto de 2016, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. Segundo a Polícia Militar, a vítima foi encontrada morta com uma sacola na cabeça dentro da casa onde morava com o marido.

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O suspeito, Flávio Silva Santos confessou o crime e alegou traição por parte da mulher. Além de atacar a vítima com um martelo, ele teria asfixiado a mulher.

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‘Sem almoço’

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Um homem de 36 anos foi preso suspeito de agredir e tentar matar a mulher, de 27 anos, porque o almoço não estava pronto no horário em que ele chegou em casa, em Campo Novo do Parecis, a 397 km de Cuiabá, no dia 12 de outubro deste ano.

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Segundo a vítima, o marido ficou irritado ao saber que o almoço não estava pronto e passou a xingá-la. Depois disso, ele teria jogado a mulher no chão e pego uma faca, dizendo que ela era a culpada por toda a situação que eles estavam vivendo.

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