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Violência doméstica: em um dia, registros foram quase 50% maior do que a média

Saiu no site JORNAL DE BRASILIA

Por: Manuela Rolim

 

 

O número de pedidos de socorro de mulheres vítimas de violência doméstica, no último domingo, foi quase 50% maior do que a média contabilizada pela Polícia Militar nos fins de semana no DF. Apesar de não haver um levantamento fiel da quantidade de ocorrências, a PM estima que os registros de agressão chegam a cerca cem casos diários. No domingo (9), porém, em menos de 24 horas, a corporação foi acionada 147 vezes para atendimento dessa natureza. Ontem, de 0h até às 20h39, a PM já havia somado 74 chamados enquadrados na Lei Maria da Penha.

O cenário surpreendeu a corporação. “Foi um número alto, que fugiu da normalidade. De fato, aos sábados e domingos, as ocorrências disparam e, quase sempre, envolvem a ingestão de bebida alcoólica por parte dos autores”, afirma a tenente Vilela, da Comunicação Social da PM.

Ela explica que os chamados são feitos via 190 ou a partir de uma situação flagrada durante patrulhamento. “As mulheres estão mais encorajadas a denunciar os companheiros. No entanto, existem vítimas que desistem de acusar os agressores com a chegada dos militares em casa e os chamados se tornam apenas números. Porém, caso os policiais percebam alguma lesão aparente, a ocorrência é registrada de imediato, independentemente da decisão da mulher”, declara a tenente.

No último domingo, dos 147 casos, cinco resultaram na prisão em flagrante dos suspeitos. Na maioria dos atendimentos, a corporação conseguiu mediar os conflitos. Logo cedo, por volta das 6h20, um homem de 31 anos foi detido depois de ameaçar a mulher com uma faca e agredir uma jovem de 17 anos, no Paranoá. A adolescente é sobrinha da vítima e também foi atacada depois de tentar ajudar a tia. O homem já tinha passagem por violência doméstica.

No mesmo horário, outra mulher de 33 anos foi agredida pelo marido, 22, na Estrutural. Ele foi preso e também colecionava antecedentes criminais. Na mesma cidade, às 8h40, um homem de 31 anos ameaçou matar a mulher e a sogra com uma faca. O suspeito foi detido em flagrante.

Saiba Mais
Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, nos dias de semana, a média de chamados no 190 envolvendo violência doméstica chega a 90 casos.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, as cinco regiões administrativas que mais contabilizaram ocorrências nos três primeiros meses deste ano foram: Ceilândia, com 527 casos; Planaltina, com 293; Samambaia, com 275; Taguatinga, com 250; e Gama, com 205.
Ainda segundo a pasta, em todas as ocorrências de violência doméstica registradas entre janeiro e março deste ano, os autores foram localizados. No total, existem 3.707 suspeitos identificados. Houve a reincidência de 117 deles, 3,2% do total.
Entre os suspeitos identificados, 3.360 eram homens, o que representa 90,6% do total e 347 mulheres, que representa 9,4%. Do sexo masculino, a faixa etária que mais cometeu a violência foi entre 31 a 35 anos, com 647 autores. Já do sexo feminino, a faixa etária foi de 18 a 24 anos, com 74 autoras.

Agressores com várias passagens
No quarto registro, em Ceilândia, um pedido de socorro de uma mulher de 22 anos, vítima de seu marido, 21, também resultou na prisão do agressor. O homem foi detido em flagrante depois de ameaçar a mulher com uma faca. O suspeito já tinha passagem pela polícia por crime enquadrado na Lei Maria da Penha.

Em Sobradinho, um homem de 27 anos também foi preso em flagrante após ameaçar a mulher com um facão. A vítima, de 27 anos, foi agredida nas pernas e nos braços. Ele batia na mulher com o objeto e ainda a ameaçava de morte caso fosse detido pela PM. O agressor tinha em sua ficha criminal passagem por violência doméstica.

Apesar do cenário melhorar a cada ano, segundo a Secretaria da Segurança Pública, os dados seguem altíssimos. De acordo com a pasta, no primeiro trimestre de 2017, foram registradas 3.420 ocorrências com base na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340 de 2006). O número é 2,8% menor se comparado com o mesmo período de 2016, quando foram contabilizados 3.520 casos.

Em todo o ano passado, o órgão notificou 13.212 ocorrências de violência doméstica. Se comparado com 2015, o número é 4,2% menor, quando foram somados 13.798 casos.

 

 

Veja publicação original: Violência doméstica: em um dia, registros foram quase 50% maior do que a média

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