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Stella Yeshua: papo reto com a rapper que exibe nas seu visual autoral nas redes

Saiu no site VOGUE

 

Veja publicação original: Stella Yeshua: papo reto com a rapper que exibe nas seu visual autoral nas redes

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Rapper, influencer, youtuber e integrante do coletivo Estaremos Lá, Stella Yeshua discute temas como feminismo, inclusão e autoestima

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Por Cláudia Lima

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Cria direta das redes sociais, Stella Yeshua, 33 anos, é um exemplo de como o YouTube, o Instagram e as ruas determinam o que se usa, se pensa e se consome nos dias de hoje. Para esta rapper, influencer, youtuber e integrante do coletivo feminista Estaremos Lá, música, universo fashion e militância andam juntos. “Nasci MC, faço rap desde sempre. E tenho uma ligação forte coma moda, é uma forma de expressão muito presente na minha vida.”

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Paulistana, criou os primeiros versos – de brincadeira – com os primos, no quarto da avó. Logo começou a fazer rimas com os garotos do bairro, entre eles Rincón Sapiência, em Cidade Tiradentes, na Zona Leste de São Paulo. Mais tarde, passou a participar de batalhas de rap e poesia – ou slam – ao lado de nomes como Emicida, Projota e Rico Dalasam.

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“Fazia rimas com assuntos do meu universo e logo percebi que elas causavam reação na galera que me assistia”, lembra sobre uma época em que a presença feminina ainda era mínima. Quem diria que anos depois, mais precisamente em 2016, seria criado o Slam das Minas, batalha só com mulheres da qual ela saiu vencedora no ano passado.

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Para essa turma, a roupa é tão importante quanto a música e o esporte, suas principais referências. No caso de Stella, as primeiras noções de estilo vieram principalmente das mulheres da família – mãe, avó e primas. “Em casa não se comprava roupa toda hora. Minha mãe criava looks com as peças que tinha e, se quisesse algo especial, ia à costureira.”

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Stella costumava se inspirar no personagem de Will Smith na série Um Maluco no Pedaço para misturar jeans e camisetas vestidas ao contrário, além de muitas sobreposições. “Sofri muito bullying, mas, mesmo querendo ser aceita, cresci mantendo meus princípios”, lembra. Hoje, a cantora Solange Knowles é outra grande influência. “O bom gosto e a ousadia dela me agradam.”

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Stella conta que nunca foi de mostrar o corpo e por isso sempre abusou das peças masculinas – que incluíam desde itens garimpados no armário do pai até camisetas de futebol (ela adora o Neymar). Hoje, se diz mais relaxada: tempos atrás, teve como objeto de desejo uma camiseta do filme Frozen. “Já usei até um vestido de noiva para gravar um vídeo de poesia.

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Na real, gosto de roupa sem gênero e sem idade. Para mim, a graça toda está na construção dos looks.” O cabelo – sempre com estilos diferentes – também é parte disso. No dia em que nos encontramos, as tranças compridas eram adornadas por contas coloridas.

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“Demorei até a aprender a me amar e me respeitar, sem ligar para a opinião dos outros”, diz. “E acho importante ser uma voz ativa para quem me segue e pede conselhos.” Ela se refere tanto à sua conta no Instagram (@stella.yeshua) – onde criou a série Stella Responde, na qual fala sobre relacionamentos – quanto ao Estaremos Lá, coletivo feminista que formou com amigas após gravarem, há três anos, um vídeo relatando um episódio de racismo sofrido em um shopping de São Paulo.

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Com mais de um milhão de visualizações no Facebook, o conteúdo viralizou e chamou a atenção não apenas do público, mas de marcas como Avon e do projeto de empoderamento feminino Free Free, que as convidaram para promover discussões sobre inclusão, moda, beleza, feminismo e autoestimado ponto de vista da mulher negra.

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Stella usa seu visual com forte pegada street como provocação. “É impressionante notar que vestir um camisetão é quase uma afronta. As pessoas desconfiam até do seu gênero. Isso mostra que a roupa fala.” Uma das labels com lugar cativo em seu guarda-roupa é a Nike, não só pelas peças icônicas, mas também pelo discurso assertivo e por vezes político.

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“Uma marca precisa de representatividade se quiser ter relevância no mercado”, reflete. “Quando faço parcerias, quero acrescentar algo. As empresas me contratam pelo meu discurso. No fim, sou quase como um produto, assim como um tênis também é. É uma via de mão dupla, acho isso incrível.”

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O fato de ser muito ligada à moda não faz com que Stella tenha um consumo desenfreado ou seja uma acumuladora. Como ganha muita coisa, faz doações ou promove bazares, exercício que serviu também para que ela desapegasse de peças de que gosta muito.

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Quando no fim da entrevista ela me conta que, além de fazer apresentações em eventos, trabalha em seu primeiro EP, com lançamento previsto para setembro (embreve algumas faixas estarão disponíveis no Spotify), pego a deixa: vai ter rap feminista? “Minha música aborda o feminismo, mas no fundo não tem gênero, tem empatia”, revela. Comtantas atividades, como ela se define? “Sou uma comunicadora. O que falo é o que me vende. Mas, mais que tudo, quero é trocar com as pessoas.”

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Styling: Juliana Beukers Ruiz
Beleza: Kamila Kim com produtos Nars e Keune
Produção de moda: Isabela Jangoux
Assistente de fotografia: Wallace Costa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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