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Sarah Magalhães é a 1ª mulher transexual a integrar Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

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Por Neto Lucon

A estudante de Serviço Social, Sarah Magalhães Urbieta, 32 anos, tem um importante papel para a população trans e a sociedade em geral. Ela é a primeira mulher transexual a integrar a CONANDA – Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Ela chegou ao conselho após uma votação dentre 98 instituições de todo o Brasil, nas quais foram eleitas 14 do movimento civil e 14 ligadas ao governo. Sarah representou a Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil e foi indicada pela presidenta Tathiane Araújo devido ao seu histórico na militância.

De acordo com ela, a principal importância de ocupar este espaço é a representatividade. “É um marco não só para mim, mas para outras pessoas que se identificam como tal e almejam lugares longe da invisibilidade e da escória social. E até mesmo os outros conselheiros, tendo esse contato, desmistificam a ideia estereotipada que têm. Ninguém melhor do que quem vive o estigma social para levantar questões de exclusão e direitos retirados de nós”.

Sarah diz que ninguém melhor que vive o
estigma social para levantar essas questões

Ela afirma que as atuais pautas que se têm discutido é sobre a redução da maioridade penal e o aumento do tempo de internação, assim como os parâmetros para adoção de crianças por LGBT’s, os novos conceitos de arranjos familiares e a exclusão de transexuais e travestis no âmbito social.

Sarah revela que ainda é um tabu levar a pauta LGBT para este espaço, uma vez que há uma parcela conservadora até mesmo entre os conselheiros. “Existe uma parcela conservadora que segue os conceitos de que sexualidade não deve ser discutida no que se refere à criança e ao adolescente, assim como desconhecem a identidade de gênero na primeira infância”.

A conselheira aponta, todavia, que a infância e a adolescência de pessoas trans são traumáticas na maioria das vezes e que a exclusão social se dá desde cedo, tirando aquela pessoa da escola e muitas vezes catapultando-a para a marginalidade. “A preocupação da Rede nacional de Pessoas Trans no Brasil é diminuir esses efeitos sociais sobre a população infanto-juvenil, que acarretam uma série de problemas, tais como empregabilidade, educação, qualidade de vida e dignidade que nos são arrancados brutalmente”.

QUEM É SARAH

A universitária revela que entrou para a militância em 2010, após sofrer um episódio de transfobia. Ela foi expulsa de um restaurante de sua cidade, Itumbiara, Goiás, simplesmente por ser uma mulher transexual. Sarah foi atrás dos seus direitos e teve uma grande repercussão na mídia.

“Foi quando me dei conta dos problemas que a população LGBT como um todo e principalmente a população de travestis e transexuais enfrentam diariamente”, diz ela, que no ano seguinte foi convidada para realizar a primeira Parada LGBT de Itumbiara-GO.

Desde então não parou mais com palestras e eventos sobre a diversidade sexual e de gênero. Em 2012, se candidatou à vereadora pelo PCdoB e ficou como suplente. Em 2015, conheceu Tathiane Araújo, presidenta da Rede Trans, e se engajou nas demandas da população trans e do transfeminismo.

Foto durante o workshop regional da Rede Trans Brasil
Sarah em reunião com a deputada estadual Isaura Lemos e membros do partido

Hoje, além de conselheira do CONANDA, está nas articulações políticas para a implantação do Ambulatório Transexualizador do Sul de Goiás e também na criação da Comissão da Diversidade Sexual da OAB da subseção de Itumbiara.

 

 

 

PUBLICAÇÃO ORIGINAL: Sarah Magalhães é a 1ª mulher transexual a integrar Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

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