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Saiba quais são as 8 rainhas mais polêmicas da história

Saiu no site UNIVERSA

 

Veja publicação original:   Saiba quais são as 8 rainhas mais polêmicas da história

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Por Heloísa Noronha

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Autênticas, corajosas e temperamentais, elas desafiaram a sociedade da época em que viviam em nome do amor e do poder. Conheça um pouco da história das oito rainhas mais polêmicas da história

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Nzinga (1582-1663), de Ndongo (atual Angola): a guerreira

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Também conhecida como Jinga e Ginga, ela era membro da etnia Jagas e entrou para a história como o maior símbolo da resistência africana à colonização. Ela nasceu entre os africanos de língua bantu –os mesmos que, escravizados no Brasil, inventaram o samba e a capoeira. Excelente estrategista militar e expert na arte da diplomacia, Nzinga agrupou um exército para lutar contra os portugueses comerciantes de escravos. Ela era tão respeitada que Angola só foi dominada por Portugal após sua morte, aos 81 anos. Em sua biografia, porém, também constam contradições: a rainha foi acusada de vender prisioneiros de guerra e de adotar costumes católicos para ganhar prestígio.

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Divulgação
 Imagem: Divulgação

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Victoria (1837-1901), do Reino Unido: a apaixonada

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Ela entrou para a história como a governante que levou a Inglaterra a um outro patamar, investindo em sua expansão colonialista (inclusive dominando a Índia), ao subir ao trono com apenas 18 anos de idade por ser a única herdeira da família. Por também forçar a abertura dos portos nas Américas e apoiar o fim da escravidão, levou a Inglaterra a substituir a França como ícone de modernidade e elegância. Seu feito mais famoso, no entanto, ocorreu no âmbito pessoal: Victoria foi a primeira pessoa da realeza britânica a se casar por amor, em 1840, ao pedir a mão de seu primo, o príncipe Albert de Sanjonia-Coburgo-Gotha. Nem aí para a opinião alheia, ela ainda teve a ousadia de usar um vestido de noiva branco, contrariando a etiqueta da época que preconizava tons fortes, iniciando uma tendência que perdura até hoje.

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Divulgação
 Imagem: Divulgação

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Maria Antonieta (1774-1792), da França: a influencer

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Detestada na corte francesa por conta de sua origem austríaca e negligenciada por Luís XVI, seu marido poderoso mas pouco animado em se tratando de assuntos carnais, Maria Antonieta concentrou todas as suas energias no consumo desenfreado e nas extravagâncias com a aparência. Com a ajuda do Lèonard e da modista Rose Bertin, a rainha solitária montou um closet –que, dizem, ocupava boa parte do Palácio de Versalhes– composto por vestidos exuberantes, maquiagens e perucas estapafúrdias. Seus looks logo foram copiados pelas outras nobres. Luís XVI, ávido por sossego, estimulava o comportamento esbanjador da mulher. Enquanto o luxo corria solto nos jardins de Versalhes, o povo da França sucumbia à fome. Embora o estilo de vida ostensivo da rainha tenha sido um dos principais estopins para a Revolução Francesa, outros fatores –como gastos em armas– contribuíram para a revolta popular.

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Cleópatra (69 a.C.-30 a.C.), do Egito: a estrategista

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Apesar de não haver consenso sobre a numeração das rainhas entre os historiadores –há mais de uma Cleópatra na história–, a mais famosa foi a última rainha da dinastia de Ptolemeu, general que governou o Egito após a conquista do país pelo rei Alexandre III da Macedônia. Quando o pai, Ptolomeu XI, morreu, ela seguiu o costume e se casou aos 17 anos com o irmão, Ptolomeu XII, de 12. Ambicioso, ele a mandou para o exílio em Roma, onde conheceu e se apaixonou perdidamente por Júlio César. De volta, mandou matar o irmão e foi declarada rainha do Egito. Casou-se novamente com outro irmão, a quem envenenou. Anos depois da morte de Júlio César se encantou com Marco Antônio, comandante do Império Romano, com quem viveu um romance cheio de brigas e reencontros. Após o suicídio dele, motivado pela falsa notícia de que ela havia morrido, Cleópatra também se matou. Ótima estrategista e administradora, ela sabia ler (algo raro na época) e falava vários idiomas, o que encantava os interlocutores e facilitava as negociações. Em sua trajetória, se destacou por conduzir seu reino conforme as próprias convicções e vontades, sendo pouco influenciada pelos homens ao redor.

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Elizabeth I (1533-1603), da Inglaterra: a destemida

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Fruto do relacionamento conturbado entre Henrique VIII e sua segunda esposa, Ana Bolena. Para se casar com Ana, o rei rompeu com a Igreja Católica e fundou a Anglicana na Inglaterra. Interessado pela criada da própria mulher, Joana Seymour, Henrique VIII acusou Ana de adultério, incesto e traição contra o Estado, encarcerando-a na Torre de Londres e condenando-a morrer decapitada. Declarada ilegítima depois da morte da mãe, Elizabeth I assumiu o poder em 1558 após o falecimento de dois irmãos que a antecediam na linha de sucessão. Não demorou a mostrar talento para o trono: dotada de enorme visão política, acalmou a agitação religiosa vigente, desenvolveu o comércio e a indústria, instituiu leis trabalhistas e promoveu várias manifestações artísticas –foi sob seu comando que o nome de William Shakespeare despontou. Em 1570, mais uma vez declarada ilegítima pelo papa, conseguiu combater todas as armações para tirar-lhe o poder com o apoio dos ministros. Derrotou a Espanha em 1580 e, paranoica com possíveis conspirações, mandou matar sua prima e rival Mary Stuart, rainha católica da Escócia, em 1587.

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Catarina, a Grande (1729-1796), da Rússia: a empoderada

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Ambiciosa e sedutora, uniu-se num casamento de interesse com o grão-duque Pedro de Holstein, seu primo. Ambos colecionavam amantes. Uma conspiração dos guardas do palácio russo, arquitetada pela própria Catarina de acordo com algumas fontes, tiraram Pedro do poder. Em vez de governar em nome do filho, conforme a tradição, ela decidiu se declarar rainha. Durante todo o reinado, resistiu a vários ataques do Império Otomano. Defensora das artes, da cultura e das mulheres, inaugurou a Universidade de Moscou em 1783 e a primeira escola para meninas da Rússia.

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Wikimedia commons
 Imagem: Wikimedia commons

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Carlota Joaquina (1775-1830), de Portugal e do Brasil: a transgressora

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Nascida em Queluz, na Espanha, uniu-se a dom João VI com apenas dez anos de idade. Só consumaram o casamento quando ela completou 15 anos. Apesar de viverem em casas separadas, tiveram nove filhos. Como as crianças, no entanto, apresentavam biotipos bem diferentes, sempre se aventou a possibilidade de terem distintas paternidades. Nunca fez questão de agradar ninguém ou de disfarçar sua personalidade forte. Não se importava com normas morais e só fazia o que lhe dava na telha. Era odiada pela corte portuguesa, que a apelidou de “Megera de Queluz”, e pelos súditos, escandalizados com seus inúmeros casos amorosos e com o fato de ela influenciar o marido a favor da coroa espanhola. Em 1808, mudou-se para o Brasil com a corte, onde ficou até 1820 –e seguiu morando numa casa independente da do marido. Odiou o clima quente do Rio de Janeiro de cara. Na verdade, detestou cada minuto passado aqui –tanto que, dizem, ao subir no navio para regressar a Portugal chegou a tirar e a sacudir os sapatos para não levar consigo nenhum grãozinho de terra sequer. Embora racista, gostava de receber jovens escravos em sua cama e volta e meia saía para “caçar” amantes no porto. De volta a Portugal, em 1821, se recusou a jurar a bandeira e teve a cidadania portuguesa cassada.

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Inês (1320/1325-1355), de Portugal: a rainha-cadáver

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A expressão “Agora, Inês é morta”, usada para “definir” uma situação irreversível, surgiu em sua homenagem. Nascida em data imprecisa na região da Galiza, na Espanha, Inês mudou-se para Portugal para trabalhar como ama da futura rainha dona Constaça. Porém, apaixonou-se pelo príncipe, Pedro, e foi prontamente correspondida. Pedro e Constança se casaram em prol de interesses monárquicos de um e outro lado, mas a união não impediu que o nobre mantivesse um romance clandestino com Inês por muitos anos, e do qual nasceram quatro filhos. O rei dom Afonso IV e o clero reprovavam a relação, que após a morte de Constança (durante o parto do primeiro filho) se tornou escancarada. Com medo de que um dos filhos bastardos pudesse reivindicar o trono, Afonso IV ordenou que três capangas degolassem Inês. Ao receber a notícia, o príncipe tentou tomar satisfações com o pai, mas foi impedido pela mãe. “Agora, Inês é morta!”, lamentou, de coração partido. Depois da morte do pai, em 1357, dom Pedro tornou-se o oitavo rei de Portugal. Três anos depois, legitimou os filhos afirmando que tinha se casado legalmente com Inês em 1354. Vingativo, mandou matar os assassinos de sua amada. E mais: desenterrou seu corpo, vestiu-a como uma rainha e fez uma cerimônia em que obrigou os presentes a beijarem a mão da morta, como sinal de respeito.

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LIVROS CONSULTADOS:
“Inês”, de Roger Mello & Mariana Massarani
“O Guia das Curiosas”, de Marcelo Duarte e Inês de Castro
“Mulheres do Brasil – A História Não Contada”, de Paulo Rezzutti
“Rainha da Moda: como Maria Antonieta se Vestiu para a Revolução”, de Caroline Weber
“Rainhas Trágicas: Quinze Mulheres que Moldaram o Destino da Europa”, de Renato Drummond Neto

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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