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Projeto Justiceiras evita caso grave de violência doméstica em Santa Catarina

 

Saiu no site ND+

 

Veja a publicação original: Projeto Justiceiras evita caso grave de violência doméstica em Santa Catarina

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O projeto veio para apoiar, fortalecer e encorajar mulheres que estão em situação de violência doméstica durante a quarentena

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Por Diane Bikel

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O isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus enclausurou mulheres dentro de suas casas junto com seus agressores. Denunciar as agressões e sair do ciclo da violência doméstica tornou-se ainda mais desafiador na quarentena.

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Para dar apoio a essas mulheres e acolhê-las é que operadoras do direito nas mais diferentes áreas se uniram para doar seu tempo em prol do projeto Justiceiras do Instituto Justiça de Saia.

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O projeto que conta com voluntárias em Santa Catarina evitou que algo mais grave ocorresse a uma vítima, em meados de maio, em um pequeno município na Serra Catarinense.

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Segundo Ingrid Chineppe Hofstatter, uma das líderes do projeto em Santa Catarina, a mulher foi proibida de sair de casa por seu companheiro.

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Ela soube do projeto e pediu ajuda pelo WhatsApp. A voluntária que atendeu ao chamada era de São Paulo e direcionou o caso para Ingrid, que, por sua vez, deu continuidade ao atendimento.

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Com problemas de sinal na rede de Wi-Fi, a vítima não conseguiu falar muito, apenas enviar a localização.

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A Polícia Civil foi mobilizada através da delegada Patrícia Zimmermann que é coordenadora das Dpcaims (Delegacias de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso) no Estado.

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Patrícia fez contato com a polícia de São Joaquim, que fica há 100 quilômetros de distância do município. Enquanto isso, a vítima manteve contato com Ingrid. Ela conseguiu se trancar no banheiro para usar o celular.

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Quando a polícia chegou, não houve flagrante. Eles contataram a vítima, que, em depoimento, acabou não confirmando a denúncia. A delegada afirma, no entanto, que haviam sinais de agressão. Ela provavelmente estava com medo de formalizar a denúncia.

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A vítima já vivia com o agressor há três anos. Juntos eles tem um filho pequeno. Ela contou que queria voltar para sua cidade natal, porém o agressor não havia aceitado sua decisão. O homem foi levado para a delegacia.

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No outro dia, pela manhã, a vítima recebeu ajuda da polícia e retornou para sua cidade de origem. Ela também está recebendo apoio psicológica do Justiceiras.

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A reportagem tentou o contato da vítima para confirmar as informações, mas a coordenação do projeto não quis repassar com o argumento de que a identidade dela precisa ser preservada.

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Detalhes que pudessem identificá-la não seriam revelados pelo nd+ de qualquer modo, uma vez que a preservação da imagem da vítima de violência é prevista por lei.

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Investigação

Um inquérito foi instaurado contra o agressor para apurar eventuais torturas psicológicas ou qualquer outra agressão. Ele responde em liberdade.

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Segundo Ingrid, a vítima não quis medida protetiva, porque segundo ela, o agressor não iria até a casa da sua família.

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“Não se sabe o que aconteceria com a mulher durante a noite, já que ela queria ir embora e o agressor não a deixava. Ainda bem que ela entrou em contato com o projeto e conseguimos levá-la em segurança”, complementou Ingrid.

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O Justiceiras

Justiceiras é uma rede de apoio que ajuda mulheres vítimas de violência criado em parceria com o Instituto Bem Querer Mulher, Nelson Willians e Justiça de Saia. O projeto teve início com base em experiências de outros países, nos quais houve aumento considerável da violência doméstica em tempos de pandemia.

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Como funciona

A vítima entra em contato pelo número do Whatsapp divulgado nas redes sociais e preenche um cadastro. Quando a violência está em andamento, o atendimento é feito na hora, como ocorreu com a vítima de Santa Catarina.

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A rede de apoio funciona para ajudar, orientar e apoiar as mulheres que sofrem algum tipo de violência. Participam do projeto psicólogas, advogadas, juízas, assistentes sociais e mulheres leigas.

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“É um processo até que a vítima consiga sair da bolha que envolve pressão psicológica e física. A violência é um ciclo, o agressor bate, pede desculpas, trata a vítima como “princesa” e, depois, bate de novo e se mantém nesse ciclo vicioso”, explicou Ingrid.

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O atendimento é feito de forma gratuita e online. As voluntárias também auxiliam nos pedidos de medida protetiva e registro de boletins de ocorrência.

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Mais de 1,5 mil voluntárias fazem parte do projeto no Brasil. São Paulo é o estado com mais chamados e já atendeu mais de 400 vítimas.

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A juíza aposentada Gabriela Coral, que também é líder do projeto em Santa Catarina, diz que o atendimento pode ser feito em português, italiano e francês.

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Gabriela explica que cada procedimento é único. “Existem mulheres que ainda estão descobrindo que são vítimas e precisam de ajuda para criar coragem em denunciar”.

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Atuação em Santa Catarina

As voluntários atenderam até quinta-feira (3) oito mulheres em situação de violência. As mulheres atendidas são jovens, com idades entre 25 e 33 anos.

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Saiba como pedir ajuda

Whatsapp: (11) 99639-1212
Site: www.justicadesaia.com.br

Para denunciar você também pode procurar a delegacia mais próxima ou registrar ocorrência pela internet.

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