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Para 69% dos usuários, assédio contra mulheres é problema no transporte público de Piracicaba

Saiu no site G1 

 

Veja publicação original:   Para 69% dos usuários, assédio contra mulheres é problema no transporte público de Piracicaba

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Estudo da Unesp em parceria com Observatório Cidadão aponta, ainda, que 48% das mulheres ouvidas conhecem vítimas de abusos dentro de ônibus.

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Uma pesquisa da Universidade Estadual Paulista (Unesp) indica que 69% dos usuários do transporte público de Piracicaba (SP) apontam o assédio às mulheres como um problema que ocorre nos ônibus municipais. O levantamento ouviu 319 pessoas de ambos os sexos em quatro regiões da cidade: Centro, Piracicamirim, Pauliceia e Vila Sônia.

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Entre as mulheres ouvidas na pesquisa, que ocorreu em parceria com o Observatório Cidadão de Piracicaba (OCP), 48% afirmaram que conhecem vítimas de assédio dentro dos coletivos piracicabanos. Para 75,8% das entrevistadas, o abuso é um problema do transporte.

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Já entre os homens, 60% afirmam que o assédio às mulheres é uma questão grave a ser resolvida e 36% dizem conhecer ao menos uma mulher vitima de abuso.

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Ônibus do transporte público de Piracicaba — Foto: Edijan Del Santo/EPTV

Ônibus do transporte público de Piracicaba — Foto: Edijan Del Santo/EPTV

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Para o professor Roberto Braga, do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Unesp de Rio Claro (SP), é preciso que os serviços públicos invistam para facilitar as denúncias.

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“Canais como por exemplo telefones ou mesmo nos próprios terminais, termos profissionais treinados para receber as denúncias das mulheres que às vezes não sabem a quem recorrer”, disse o professor, que é o coordenador da pesquisa.

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O estudo avaliou, ao todo, 17 quesitos sobre a qualidade do transporte público da cidade na percepção de quem utiliza. Os demais resultados ainda serão divulgados, segundo o observatório.

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‘Não tem para onde correr’

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Segundo a servente escolar Aline Soares, o medo é constante. “Sempre a gente tem medo, porque não tem para onde a gente correr. Nem sempre tem segurança próximo da gente para reclamar e o ônibus sempre está lotado. É o medo de todas as mulheres”, diz Aline.

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“Quando o ônibus está muito cheio, e sempre está cheio, homem aproveita da situação para ficar encostando em nós mulheres”, afirma Aline.

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A dona de casa Roseli Alves da Silva relata uma experiência própria. “Eu mesma já passei por um momento desse de você estar sentada e a pessoa encostar na lateral e você começar a empurrar, dar toque, mas a pessoa não se tocar e ficar ali”.

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“Geralmente a mulher está de pé no ônibus ai dependendo do homem chega, encosta atrás, começa a ir mais para frente”, diz a doméstica Elisa de Oliveira.

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Terminal da Pauliceia, em Piracicaba — Foto: Thomaz Fernandes/G1Terminal da Pauliceia, em Piracicaba — Foto: Thomaz Fernandes/G1

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A Via Ágil

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A empresa responsável pelo transporte público de Piracicaba, Via Ágil, iniciou uma campanha com imagens tanto nos ônibus quanto nos terminais para que haja mais denúncia de assédio. Nas propagandas é informado o número que as vítimas ou testemunhas podem usar.

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Além disso, a empresa afirma que os motoristas passam por capacitações para aprender a lidar com situações de assédio nos coletivos. Há, ainda, o investimento em câmeras de segurança, segundo a empresa.

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Para além das campanhas, a dona de casa Roseli pede mais fiscalização. “Ajudaria bastante se tivesse mais fiscalização no ônibus”.

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