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No dia da Mulher Moçambicana, o debate sobre a vulnerabilidade continua

Saiu no site VOA PORTUGUÊS: 

 

Veja publicação original: No dia da Mulher Moçambicana, o debate sobre a vulnerabilidade continua

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As mulheres em Moçambique continuam entre o grupo social mais vulnerável. Apesar de existência de políticas que priorizam a mulher, esta ainda enfrenta a discriminação, dificuldades no acesso ao emprego, a violência domestica, o assédio sexual, e os casamentos prematuros.

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A desigualdade entre homens e mulheres é visível na sociedade moçambicana, e algumas activistas têm defendido um planeta cinquenta – cinquenta, onde homens e mulheres gozam da mesma maneira de seus direitos humanos.

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Dos 28 milhões de habitantes em Moçambique, de acordo com o resultado preliminar do censo populacional realizado no ano passado, a mulher é a maioria, mas ela é muitas vezes relegada o papel de responsável pelo lar o que leva muitas a não concluírem a escola.

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Anchieta Ayuba, tem 26 anos, mãe de quatro filhos, é residente na cidade de Nampula, norte do país.

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Nunca frequentou a escola porque como disse, os seus pais “não tiveram condições para o efeito”.

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Com a crise económica, Anchieta foi abandonada no ano passado pelo seu marido e hoje sustenta os seus quatro filhos através do comércio informal ambulante vendendo produtos da época.

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Com dinheiro que consegue do comércio, ela paga apenas a escola do seu filho mais velho que tem 12 anos os outros de dez e sete anos respectivamente não estudam.

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Com a sua actividade, consegue um rendimento diário de 55 meticais, quase um dólar , o que não chega para suprir todas as necessidades da família: “Não ganho muito, mas consigo alimentar as crianças. Há dias que o negócio não anda, aí a situação fica difícil em casa’’, disse.

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Mulheres celebram o dia da Mulher Moçambicana pintadas de mussiro e vestidas de capulana. Nampula. 7 de Abril
Mulheres celebram o dia da Mulher Moçambicana pintadas de mussiro e vestidas de capulana. Nampula. 7 de Abril

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Por outro lado, Lisete José vive também do comércio ambulante na cidade de Nampula. Aos 16 anos, Lisete foi forçada a abandonar a escola, quando frequentava a décima classe, para se casar e desde então não mais voltou à escola.

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As autoridades governamentais reconhecem as dificuldades que as mulheres enfrentam, mas consideram que foi dado um passo positivo na garantia dos direitos da mulher.

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Hermenegilda Jorge, do departamento da mulher na direcção provincial do género criança e acção social em Nampula , disse que várias acções têm sido realizadas em prol deste grupo social com destaque para o apoio psicossocial às mulheres vitimas de violência, promoção do empoderamento económico da mulher, através de criação de associações femininas e apoio nos projectos de geração de renda.

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Este ano já foram apoiados projectos de geração de renda de cinquenta e duas mulheres vítimas da fístula obstétrica, no âmbito de um programa do fundo das nações unidas para a população.

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Hermenegilda reconhece que os programas não abrangem todas mulheres e é por isso que desenvolvem algumas acções multissectoriais, sobretudo no combate à violência doméstica e casamentos prematuros. A ideia é incentivar a denúncia desses casos as autoridades

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Moçambique comemora neste dia 7, o dia da mulher em homenagem à heroína Josina Machel, mulher que desempenhou um papel fundamental na luta de libertação do país.

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Josina é até hoje inspiração das mulheres no país, diz Maria Elisa Rodrigues, secretária provincial da OMM, em Nampula, que considera o combate ao analfabetismo, como sendo “um dos grandes desafios para a conquista de melhores espaços na sociedade”.

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A OMM, destaca nesta data, o contributo da mulher no combate à pobreza, através da produção agrícola.

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Maria Elisa, disse que a organização esta a incentivar a mulheres para produzirem, estudarem e combatere a violência doméstica e os casamentos prematuros.

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O Dia da Mulher Moçambicana este ano é celebrado sob o lema: “activismo transformando a vida da mulher ao lado do homem”.

 

 

 

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