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Mostra ‘Mulheres Radicais’ reúne a produção artística feminina em tempos ditatoriais

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Radical (ra·di·cal | adj m+f). Relativo ou pertencente à raiz. Que se opõe ao que é conservador ou tradicional. Completo. Que quer reformas absolutas em política, na economia e na sociedade.

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Ser mulher, artista e viver em uma ditadura requer no mínimo ser radical. Sendo assim, em um período de instabilidades e incertezas, com flerte claro a esse regime retrógrado, se faz necessária a visita à mostra “Mulheres Radicais: arte latino-americana, 1960-1985”. Em cartaz na Pinacoteca de São Paulo até o dia 19 de novembro, a exposição reúne mais de 280 trabalhos em fotografia, vídeo, pintura e outros suportes. Dentre as cerca de 120 artistas, mulheres latinas ou que tiveram sua produção mais intensa por essas terras.

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Mulher, sim. Radical, mais ainda

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Com curadoria da historiadora de arte e curadora venezuelana britânica Cecilia Fajardo-Hill e da pesquisadora ítalo-argentina Andrea Giunta, a exposição parte do corpo da mulher como sendo já na essência um corpo político. A partir deste ponto, se desdobram 9 temas.

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Em Paisagem do Corpo, as texturas e linhas corporais que misturam com ambientes naturais. O desaparecimento de culturas e as preocupações com o pertencimento do local estão em pauta. Neste sentido, a série “Paisagens Epidérmicas” da gaúcha Vera Chaves Barcellos apresenta cada centímetro do corpo como uma paisagem única e todo o grafismo das nossas curvas. Em vídeo, “Interacciones en Agua” mostra o duo venezuelano Yeni y Nan dentro de uma bolsa plástica com água, simbolizando a própria origem da vida.

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A sala Mapeando o Corpo é sobre a desconstrução dos formatos que regulavam e, assim, limitavam o corpo da mulher. É sobre emancipação, sobre não precisar assumir o papel predeterminado pela sociedade. Por ali, destaque mais do que especial para o vídeo poderoso “Me gritaron negra!”, da poeta peruana Victoria Santa Cruz. Com trabalho inspirador e um marco na luta do movimento contra o racismo, Victoria é infelizmente a única artista negra em toda a mostra.

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Na sala seguinte, o Poder das Palavras. Se aproximando mais dos duros tempos de ditadura, a sala é um nó na garganta. Em tempos de linguagem controlada, as artistas encontravam suas formas de não deixar palavra escrita morrer. Assim, longe do significado literal, a palavra entra como desafio à tortura e à opressão. Atenção ao registro da performance da argentina Marta Minujín, “Leyendo Las Noticias” e ao “Marca Registrada”, onde a baiana Letícia Parente costura a palavra Brasil na sola de seu pé.

 

 

 

 

 

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