SAIU NO SITE O GLOBO
Outros 11 estudantes receberam apenas sanções, e a atlética segue interditada por tempo indeterminado
A faculdade Santa Marcelina, localizada na Zona Leste de São Paulo, anunciou que expulsou 12 dos 23 estudantes de medicina fotografados ao esticarem uma faixa com a frase “entra porra, escorre sangue”, em alusão ao crime de estupro, em um evento esportivo voltado aos calouros do curso. Os outros 11 alunos receberam “sanções regimentais”, que configuram suspensões e medidas disciplinares. A atlética envolvida no caso segue interditada por tempo indeterminado.
Os suspeitos foram investigados em uma sindicância aberta pela própria universidade, que identificou todos os envolvidos no caso e enviou seus dados à polícia. Em nota publicada nas redes sociais na noite dessa segunda-feira, a instituição afirmou que está “comprometida com a transparência”, e que a ação “
Nos comentários do post, há divergências entre a medida tomada pela instituição. “Excelente, que sirva de aprendizado para os próximos e que agora a nossa faculdade reconstrua um ambiente de regras e limites”, escreveu uma aluna. Outra internauta, no entanto, comentou que “todos deveriam ser desligados”. Na imagem que gerou a punição, há ao menos 24 pessoas, sendo uma mulher.
Relembre o caso
O evento esportivo onde a faixa foi esticada ocorreu no dia 15 de março. A imagem gerou repercussão nos grupos internos da faculdade, e notas de repúdio da direção da universidade e instituições universitárias. No mesmo dia, o presidente da Atlética Acadêmica Pedro Vital (AAAPV) divulgou um pedido de desculpas, alegando que não havia lido o conteúdo da faixa antes de posar para a foto.
Posteriormente, a Atlética atribuiu a confecção da faixa aos calouros, e comunicou que o presidente e vice-presidentes da gestão 2025 foram afastados. A frase da faixa, segundo alunos, teria sido inspirada em uma letra de uma música, banida pela instituição em 2017. À época, a universidade informou que os responsáveis seriam “penalizados conforme a gravidade da infração”.
O caso fez a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) protocolar uma denúncia no Ministério Público de São Paulo contra a atlética envolvida. No requerimento encaminhado, a parlamentar exige a notificação de representantes da atlética e a identificação dos alunos que participaram da manifestação.
“Em que pese a tomada de medidas no âmbito acadêmico em desfavor dos envolvidos, indispensável levar em conta a natureza criminosa do ato, que não apenas faz horrenda referência ao crime de estupro, como também o estimula”, diz a denúncia protocolada por Sâmia junto ao MP a qual o GLOBO teve acesso.