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Educação sexual ainda é tabu no Brasil e adolescentes sofrem com a falta de informação

Saiu no site G1

 

Veja publicação original: Educação sexual ainda é tabu no Brasil e adolescentes sofrem com a falta de informação

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Sem lei que determina o debate do assunto em escolas, jovens sofrem com problemas em questões que interferem no esclarecimento da sexualidade.

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A educação sexual no Brasil ainda não é um assunto fácil de ser discutido. Em um país de dimensão continental, não só zonas mais rurais e no interior, mas também as principais capitais enfrentam questões culturais, políticas e religiosas que interferem no esclarecimento da sexualidade.

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A repórter Eliane Scardovelli foi até Codó, município maranhense de 80 mil habitantes, onde a menstruação é um tabu. Ela acompanhou o trabalho da Plan International, uma organização não governamental, que instrui moradores da cidade sobre conceitos de higiene básica, saúde menstrual e hábitos de vida saudável para crianças e adolescentes.

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ONG Plan em aula sobre educação sexualONG Plan em aula sobre educação sexual

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Em conversa com Francisca da Silva, de 18 anos, Eliane descobriu que a falta de informação sobre menstruação é algo comum na cidade e acaba gerando muitos mitos.

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Meu marido diz que não é pra passar por cima dele quando eu estou menstruada. Ele não deixa.

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— Francisca da Silva, de 18 anos

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A pequena cidade ainda sofre com o pouco debate do tema nas salas aulas. Segundo a professora Morgana Ponte de Sousa, a educação sexual só é debatida a partir do sétimo ano e que muitos assuntos não são aceitos pelos pais dos alunos.

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“Em relação ao corpo humano, a gente trabalha mais no sétimo e oitavo ano. No sexto a gente fala sobre o planeta, sistema solar. Na escola a gente vai passar o conteúdo do corpo humano mais bem detalhado. Mas tem alguns pais que às vezes não aceitam. E às vezes as crianças chegam na sala e falam ‘minha mãe não disse isso’. Então a gente tem que saber como vamos passar para eles. Tem que ser de uma forma delicada para que eles possam absorver o conhecimento, mas sem o lado maldoso”, afirma a professora.

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Falta de conhecimento gera dúvidas

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A última edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar mostra que 27% dos estudantes do 9º ano do ensino fundamental já tiveram relação sexual.

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A repórter Mayara Teixeira conheceu o trabalho da Casa do Adolescente, em São Paulo, criada em 1991. A Casa funciona como um laboratório de novas políticas de saúde para os jovens paulistas. O local oferece oficinas para jovens com diversos assuntos que abordam desde nutrição até a educação sexual.

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A Casa mantém o “Disque Adolescente, que é um canal de comunicação para que jovens tirem suas dúvidas sobre sexo seguro, anticoncepcionais, relacionamentos afetivos, entre outros assuntos. Uma equipe formada por médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais prestam orientações de segunda à sexta, das 11h às 14h, através do número (11) 3819-2022.

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Jovens discutem sexualidade na Casa do Adolescente, em São Paulo — Foto: TV Globo

Jovens discutem sexualidade na Casa do Adolescente, em São Paulo — Foto: TV Globo

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Para a ginecologista e obstetra Albertina Duarte Takiuti, falar de educação sexual é papel da família e da escola. “A deseducação sexual já está em todos os lugares. Os adolescentes falam sozinhos sobre a sexualidade que faz parte do plano da vida. A educação sexual é papel da família, da escola, do Estado e das políticas públicas”, disse a coordenadora do programada Saúde do Adolescente.

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Em nota à reportagem do Profissão Repórter, o Ministério da Educação disse que a educação básica é norteada por três documentos. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, as Diretrizes Curriculares para a Educação Básica e a Base Nacional Comum Curricular.

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A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi publicada em 1996 e não define parâmetros para a educação sexual. O Ministério da Educação ainda afirma que as redes estaduais e municipais têm autonomia para definir quais e como os temas devem ser apresentados aos estudantes.

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Para a especialista em educação sexual Lena Vilela, falta uma lei para que o assunto seja melhor abordado nas escolas. “Não existe uma lei que defina o que precisa ser ensinado em termos de educação sexual. O que existe são orientações técnica que sugerem o que a escola poderia conversar sobre sexualidade com alunos, mas isso não chegou a virar uma lei”, diz.

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Lena também alerta que falar de educação sexual não é só falar de sexo, mas sim preparar a criança para identificar questões de abuso.

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“Educação sexual não é falar de sexo. É também, dependendo da idade e com quem você vai falar, é preparar a criança para a questão do abuso sexual, que é importante. A cada ano você trabalha determinadas questões ligadas à sexualidade e ao comportamento para que essa criança entenda melhor o que está acontecendo com ela.”

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Masculinidade tóxica

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No ano passado, o dicionário Oxford escolheu como palavra do ano o adjetivo “toxic”, “tóxico”, em português. O aumento nas buscas pela expressão “masculinidade tóxica” deu ainda mais peso à escolha. Ela se refere às “relações tóxicas” – ou pressões para que os homens tenham um comportamento padrão e, em muitos casos, machista.

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Repórter Júlio Molica conversa com jovens do Instituto Papai, em Recife — Foto: TV Globo

Repórter Júlio Molica conversa com jovens do Instituto Papai, em Recife — Foto: TV Globo

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O repórter Júlio Molica conheceu adolescentes do Instituto Papai, em Recife, uma organização sem fins lucrativos que, desde 1997, desenvolve ações para discutir a masculinidade. O Instituto também fala de situações de abuso sexual, agressão contra mulheres, gravidez e uso de camisinha.

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Para o estudante Wellington Costa, de 14 anos, a pressão para provar a masculinidade está no dia no dia a dia. “No dia a dia a gente vê. Meninos sofrendo pressão para ficar com menina. Ela pede e ele não quer. É uma escolha dele, mas todos ficam botando pressão para ficar com ela. Ai ficam chamando de fresco, veado”, afirma.

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Para Carolina Barros, psicóloga do Instituto Papai, em Recife, meninos também sofrem com o machismo pela necessidade de não poderem expressar seus sentimentos.

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Meninos também sofrem com o machismo. A impossibilidade de expressar sentimentos é algo muito presente no universo masculino. Todos esses atributos são delegados às mulheres como se fossem do feminino

— Carolina Barros, psicóloga

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Para muitos homens, o primeiro contato com o sexo é através da pornografia, o que reforça alguns estereótipos, serve para distorcer a ideia do que é sexo e fomenta o machismo.

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“Acredito que as consequências do consumo de pornografia como educadora de sexualidade é muito ruim porque distorce a ideia do que é sexo. Muitas vezes esse sexo acaba sendo muito egoísta, muito machista, porque o cara só está preocupado com o prazer dele”, afirma Claudio Serva, fundado do instituto PrazerEle, em São Paulo. Confira a reportagem completa acima.

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CASA DO ADOLESCENTE DE PINHEIROS – SÃO PAULO

Rua Ferreira de Araújo, nº 578 – Próximo ao Largo de Pinheiros
São Paulo – Capital
Tel: (11) 3819 2022
Disk Adolescente: 3819 2022 (das 11h às 14 horas)

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Instituto PAPAI – RECIFE
Rua Mardônio Nascimento, 119 – Várzea
Recife /PE – Brasil
CEP: 50.741-380
Email: papai@papai.org.br
Fone/fax: (81) 32714804/ 32711420

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UNIDADE DE PROGRAMAS CODÓ – MARANHÃO
Avenida Santos Dumont, 3888, São Sebastião/Codó/MA
CEP: 65400-000
Tel: +55 (99) 3661-9557

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