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Como é ser a única mulher no ambiente de trabalho

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Veja publicação original:  Como é ser a única mulher no ambiente de trabalho

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A última vez que Kaitlin Savage participou de uma reunião que incluiu outra mulher foi há meses. Savage trabalha no setor de energia solar, onde os homens superam o número de mulheres na proporção de 3 a 1. Ela passa a maior parte do tempo rodeada de homens que, segundo ela, às vezes subestimam seu trabalho, flertam com ela, ligam depois da meia-noite por “motivos pessoais” e fazem elogios inadequados.

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“É desgastante emocionalmente”, diz Savage, que considera mudar para um campo menos dominado pelos homens, como petróleo e gás.

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Ela faz parte de um grupo que uma nova pesquisa da organização Lean In e da consultoria McKinsey chama de “as únicas”: mulheres que, frequentemente ou sempre, são a única pessoa do sexo feminino no ambiente de trabalho. Uma em cada cinco mulheres se inclui nesta categoria, de acordo com o levantamento, que consultou mais de 64.000 funcionárias de 279 empresas nos EUA. Esse número sobe para 40% entre mulheres em cargos seniores ou técnicos.

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“As únicas” enfrentam mais desafios no local de trabalho do que outras mulheres, segundo a pesquisa. Metade dessas mulheres disseram que precisam fornecer mais provas de suas competências do que as outras. Elas são duas vezes mais propensas do que outras mulheres consultadas a serem confundidas com alguém júnior. Essas mulheres também têm quase o dobro de chances de serem submetidas a comentários humilhantes e são duas vezes mais propensas a relatar ter sofrido assédio sexual em sua carreira.

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Essas experiências são ainda piores para as mulheres que não são brancas. Quase metade delas disse que muitas vezes são a única pessoa de sua raça no trabalho. Essas mulheres são mais propensas a se sentirem excluídas, esquadrinhadas e observadas de perto, segundo a pesquisa. Maura Cheeks, uma estudante de MBA, escreveu recentemente em um artigo da “Harvard Business Review” que já foi confundida com outra mulher negra do seu escritório e que com frequência precisa explicar suas competências aos colegas.

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Mais de 90% das empresas pesquisadas afirmaram que diversidade e inclusão são uma prioridade, mas, pelo quarto ano consecutivo, a Lean In e a McKinsey concluíram que as empresas americanas quase não fizeram progressos no aumento da representação das mulheres no ambiente de trabalho. As mulheres representam 48% dos funcionários de nível iniciante, mas apenas 22% da diretoria, porque as empresas não promovem as mulheres, segundo o estudo.

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Nem mesmo aquelas que conseguem ultrapassar os estágios iniciais da carreira tem mais chance de permanecer. “As únicas” são mais ambiciosas do que as outras mulheres, segundo o estudo da Lean In e da McKinsey: quase metade disse que ambiciona o cargo mais alto e quase 80% querem ser promovidas. Mas elas são menos propensas a permanecer na própria empresa; mais de um terço disse que está pensando em largar o emprego nos próximos dois anos.

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“Existe um grupo de mulheres que são colocadas em posições muito isoladas e questionadas excessivamente”, diz Rachel Thomas, cofundadora e presidente da Lean In. “Dá para supor que elas estejam indo embora porque estão tendo uma experiência notavelmente pior que outras mulheres.”

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Thomas desconfia que muitas empresas buscam a diversidade contratando apenas uma ou duas mulheres. É uma estratégia que prejudica mais do que ajuda, diz ela. “Essas empresas querem uma diversidade de ideias”, diz Thomas, mas contratar o número mínimo de mulheres produz “uma forma diluída de diversidade”.

 

 

 

 

 

 

 

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