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Cármen: ‘Se somos maioria da população, é estranho que não sejamos respeitadas’

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Veja publicação original: Cármen: ‘Se somos maioria da população, é estranho que não sejamos respeitadas’

 

Em evento, ministra criticou baixa representatividade feminina e falta de respeito aos direitos das mulheres

 

Seminário “Elas por Elas”, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no STF. (Crédito: Mariana Muniz)

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, criticou durante a abertura do Seminário “Elas por Elas”, nesta segunda-feira (20/8), o baixo índice de representação feminina nos órgãos estatais e a falta de respeito aos direitos das mulheres. O evento contou, entre outras, com a participação da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber.

“Se somos maioria da população, é estranho que não sejamos respeitadas naquilo que há de mais central no Direito, que é o respeito à dignidade humana, o direito de sermos iguais na nossa dignidade e diferentes na nossa dignidade. Respeitadas na nossa essência humana”, afirmou a ministra.

Promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o evento abordou a temática da mulher no poder estatal e na sociedade. Citando dois casos de feminicídio que ocorreram em Minas Gerais neste final de semana, Cármen disse que as notícias cotidianas de violência contra a mulher revelam um estado de “barbárie”.

“Ainda hoje as mulheres são enforcadas, caladas porque mostraram a voz, porque não conheceram o seu devido lugar”, afirmou.

Presidente recém-empossada do TSE, a ministra Rosa Weber falou sobre o que chamou de “verdadeira sub-representação” feminina na política brasileira. A ministra destacou o fenômeno das candidaturas fantasma, que em 2016 culminou com 14.417 candidatas que não tiveram sequer um voto – serviram apenas para o que o partido cumprisse o coeficiente eleitoral. E lamentou o fato de o Brasil estar nos últimos lugares nos rankings mundiais sobre representatividade na política.

Rosa chamou a atenção para a “contradição” no dado de que as mulheres representam 52% do eleitorado, porém o número de homens eleitos chega a ser 36 vezes maior do que o de mulheres.

“Façamos, mulheres, ao exercer nosso direito essencial à cidadania, a diferença para o fortalecimento do estado democrático de direito. Nas nossas mãos está o destino do país, na construção de uma sociedade que queremos: igualitária, justa e inclusiva”, disse a presidente do TSE.

Para Raquel Dodge, uma pauta de gênero é fundamental para aumentar o rol de direitos reconhecidos às mulheres. “A reivindicação das mulheres não é apenas por igualdade de tratamento e oportunidades, mas também pelo desejo de sermos reconhecidas como iguais em direitos e liberdades.”

A chefe da PGR afirmou que o fato de haver cinco mulheres à frente dos principais órgãos do Judiciário brasileiro – STF, STJ, TSE, PGR e AGU – é um “legado do esforço coletivo de todas as mulheres”. “Precisamos ultrapassar essa fase do arbítrio, opressão e intolerância para que os direitos das mulheres não sejam os primeiros a serem suprimidos”, disse.

Num segundo momento do seminário, participaram do debate a presidente da Rede Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano; a presidente da Goldman Sachs, Maria Silvia Bastos Marques; a presidente da Rede Sarah de Hospitais, Lucia Braga; a primeira-secretária da Academia Brasileira de Letras, Ana Maria Machado; a cantora Alcione; e a sócia-fundadora da Betânia Tanure Associados, Betânia Tanure.

 

 

 

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