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Capacitar profissionais para lidarem com situações de violência doméstica

Saiu no site M DE MULHER

 

Veja publicação original:  Capacitar profissionais para lidarem com situações de violência doméstica

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“Quando confrontados com casos de violência doméstica, os profissionais nas esquadras, hospitais, tribunais, advogados e ação social têm que aprender a valorizar o trabalho dos outros e trabalhar em rede para evitar que a vítima repita a mesma história traumática mil vezes”, disse ao JORNAL DAS CALDAS, Marta Silva, que lidera o Núcleo de Prevenção da Violência Doméstica e Violência de Género da CIG – Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.

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É preciso que estes profissionais “se organizem e reconheçam na sua região qual a melhor metodologia para trabalhar em rede, porque o que funciona na zona das Caldas poderá não funcionar num concelho em Trás-os-Montes onde as realidades são diferentes”, adiantou a responsável, sublinhando que é necessário evitar que “as respostas sejam fragmentadas”.

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Marta Silva revelou que está a ser preparada uma plataforma informática que deverá ser lançada no país no final de 2020 e que irá permitir fazer a gestão do processo da queixosa de violência doméstica. “Por exemplo, uma vítima que é atendida no gabinete de apoio das Caldas mas por razão extrema tem que ser acolhida numa casa de abrigo no Porto, a técnica das Caldas regista um conjunto de informação e com a autorização da vítima é possível todo o processo dela migrar para o Porto e no local onde for recebida não tem que repetir a história”, explicou a coordenadora, oradora de uma conferência sobre violência doméstica que decorreu no passado dia 30 nas Caldas.

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“O sistema não está preparado para averiguar se deve valorizar a queixa”

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A sensibilização de todas as pessoas que trabalham na área da justiça para as questões da violência doméstica foi o objetivo da iniciativa que a delegação das Caldas da Rainha da Ordem dos Advogados e o Conselho Regional de Lisboa levaram a cabo no auditório da Câmara Municipal.

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“Esta iniciativa insere-se nas várias ações realizadas pelo Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados que visam capacitar melhor os advogados, agentes policiais e assistentes sociais para melhor lidarem com situações de violência doméstica e tornarem-se mais conscientes sobre o tema”, disse Sofia Mendes, da delegação das Caldas da Rainha.

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Segundo esta responsável, é preciso começar a “preparar a sociedade, inclusivamente nós, advogados, que temos um papel importante quando nos ocorrem situações de violência doméstica”. “É importante saber colmatar as falhas quer da lei quer também em termos sociais”, apontou a advogada, dando o exemplo da vítima de violência doméstica que “não tem direito a um advogado e não sabe o que fazer e como agir”. “Houve uma grávida que acabou por ser assassinada e andou durante um ano a pedir ajuda a tudo e a todos e não houve uma única entidade que lhe desse resposta, o que prova que o sistema não está preparado para averiguar se deve valorizar a queixa”, adiantou Sofia Mendes.

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António Castanho, psicólogo clínico e psicoterapeuta, membro da equipa de análise retrospetiva de homicídio em violência doméstica, que também foi orador na conferência, referiu que o homicídio em violência doméstica não é ”tipicamente, um crime súbito e inesperado”. “Constitui muitas vezes o clímax de uma história de violência, de um padrão de abuso e de controlo coercivo por parte de um sujeito com personalidade controladora”, apontou, acrescentando que “os episódios de violência doméstica são frequentemente repetidos pelos agressores ao longo do tempo”.

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Segundo António Castanho, “tentativas de rutura num relacionamento onde existem padrões de controlo de natureza física ou emocional, quando mal geridas, podem ser determinantes para um desfecho trágico”.

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Foi perante uma plateia de cerca de 70 pessoas, constituída maioritariamente por advogados, forças policiais e técnicos da área social do município das Caldas, Nazaré e Bombarral, que António Castanho falou de como distinguir os agressores.

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A conferência contou também com a intervenção de Cristina Borges de Pinho, advogada e professora universitária de direito penal.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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