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As feministas da nova geração

Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE:

 

Veja publicação original:  As feministas da nova geração

 

Com táticas de guerrilha e olhar generoso para outras mulheres, essas militantes mostram como estão construindo um futuro mais igualitário em tempos de redes sociais

 

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Elas fizeram o país repensar a maneira como as mulheres são tratadas. Em casa, no mercado de trabalho, na vida. Ocuparam as redes sociais e as ruas com um grito há muito abafado. Têm linha direta com o público com quem partilham suas posições políticas. E dispensam o rótulo de novas feministas. As paulistas Stephanie Ribeiro (clique e leia sua coluna), 24 anos, Manoela Miklos, 34, Juliana de Faria, 33, e a carioca Julia Tolezano, 27, a Jout Jout, mudaram a cara de uma geração com um objetivo comum: dar voz às penalidades sofridas diariamente pelo público feminino.

A arquiteta Stephanie Ribeiro, colunista de Marie Claire (Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação)

A pauta entrou na vida de Stephanie, colunista de Marie Claire, quase sem querer. “Tinha 18 anos, havia acabado de entrar para a faculdade [de arquitetura] por meio do sistema de cotas e comecei a perceber o quanto as pessoas se incomodavam com as minhas opiniões”, diz. Sem falar no seu armário, que vez ou outra aparecia pichado, as festas das quais era excluída, a ausência proposital nos grupos de WhatsApp dos colegas.

Não demorou muito para a então estudante da PUC Campinas ter o insight que mudaria sua vida. “Percebi que nunca seria levada a sério por ser mulher e negra.” Naquele mesmo ano, organizou via Facebook o que seria o primeiro passo da militância: a marcha contra a mídia machista, que aconteceu em dez estados do Brasil. “Foi ali que descobri que tinha, sim, um lugar no mundo.” De lá para cá, Stephanie ampliou sua atuação nas redes sociais e sua voz é ouvida (no mínimo) por seus 68 mil seguidores.

A cientista social manoela miklos, do blog #agoraéquesãoelas  (Foto: Arturo Querzoli / Divulgação)

Manoela também viu sua voz ganhar coro quando, após bradar nas ruas contra o projeto de lei 5069/2013 – em que o então deputado Eduardo Cunha propunha encerrar a discussão sobre a legalização do aborto e dificultar o atendimento a vítimas de estupro pelo SUS –, em 2015, escreveu para todos os colunistas homens de grandes sites e jornais vendendo a campanha #AgoraÉQueSãoElas. Sua sugestão era que, durante uma semana, cedessem seus espaços na mídia a mulheres, para repercutir a passeata.

A youtuber Julia Tolezano, do canal joutjout prazer (Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação)

Manoela ganhou a página do ator Gregório Duvivier, uma das mais lidas do jornal Folha de S.Paulo, e a ação virou um blog fixo na versão online da publicação. “Foi um trabalho de guerrilha. Me apresentei a todos os caras em um enorme esforço de convencimento”, diz a cientista social, que já havia feito barulho com a página do Facebook Não Tem Conversa, em que homens se comprometem a não participar de mesas, fóruns e afins onde não haja mulheres. “Foram 7 mil adesões em 24 horas”, comemora ela, que também é assessora da Open Society Foundations, órgão que dá suporte a organizações de direitos humanos.

O alcance das redes sociais é um grande aliado desta fase do feminismo. “A internet ajudou muito com a popularização do movimento”, afirma Juliana, uma das criadoras do Think Olga, site que entrou no ar em 2013 e discute assuntos feministas, como violência sexual e racismo. É delas a campanha #PrimeiroAssédio, em que convocavam mulheres a contar publicamente a primeira vez que foram sexualmente molestadas. Para a jornalista, assim como para suas companheiras, o novo feminismo não existe. “As pautas são as mesmas. A diferença é a forma como nos mobilizamos. Graças à acessibilidade na produção de conteúdo, conseguimos criar uma comunicação traduzida, agregadora e que dialoga com as mais diferentes mulheres”, completa.

Julia é outra que se apropriou da internet em prol do movimento. Em seu canal no YouTube, JoutJout Prazer, hoje com 1 milhão e 617 mil inscritos, divide seu dia a dia com “momentos empoderadores”. Mesmo sem querer, a princípio, levantar bandeiras, assim que o vídeo “Não Tire o Batom Vermelho” entrou no ar, em 2015, seu nome foi imediatamente associado à causa.

A jornalista Juliana de Faria, do site think olga (Foto: Arquivo Pessoal / Divulgação)

 

 

 

 

 

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