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Alto Tietê tem três casos de feminicídio em menos de um mês

Saiu no site G1:

Na Grande São Paulo, 16 mulheres foram mortas nos últimos 12 meses. Outras 9.270 sofreram algum tipo de violência doméstica.

Foi enterrado nesta quinta-feira (8) o corpo da jovem de 21 anos morta a facadas pelo ex-marido em Suzano. O caso entra para uma estatística lamentável. Só na Grande São Paulo, nos últimos 12 meses, 16 mulheres foram mortas vítimas da violência doméstica e 9.270 sofreram algum tipo de agressão. Só no Alto Tietê foram duas mortes em menos de uma semana.

Parentes e amigos acompanharam o enterro abalados com a tragédia. “Estamos todos chocados. Eu não sabia de nenhuma reação da parte dela nem dele. Eu não conhecia a vida particular dela” , disse a comerciante Rita Torres da Silva.

Segundo testemunhas, o filho do casal de 7 anos testemunhou o crime e só não foi morto pelo pai porque correu para a casa de uma vizinha. Na mesma noite, Francisco tentou se matar com uma facada no próprio peito e foi internado na Santa Casa de Suzano.

O casal estava separado há dois meses, mas segundo amigos, Francisco tinha a cópia da chave da casa, não aceitava o fim do relacionamento e já teria tentado matar Adriana antes na mesma casa onde cometeu o crime.

Maria Margarida Mesquita, advogada e plantonista da Sala Rosa (setor implantado na delegacia para atender mulheres vítimas de violência), diz que aquelas que sofrem agressões e ameaças, além de registrar os boletins de ocorrência, devem avisar amigos e familiares que se sentem ameaçadas. “Ela tem que informar seus familiares e amigos sobre a conduta do agressor. Falar para os vizinhos que se verem o agressor rondando a casa, elas devem ser avisadas imediatamente ou avisar a Patrulha Maria da Penha”.

Familiares não quiseram dar entrevista depois do enterro, mas mandaram para o Diário TV uma mensagem de voz que Adriana teria enviado pra um parente por um aplicativo de celular. Nessa mensagem que seria do dia 6 de maio, Adriana, que estava no trabalho, pede para o familiar levar uma pasta para a casa da mãe dela, antes que Francisco pudesse encontrar papéis que ela não queria que ele visse, relacionados a uma denúncia na polícia sobre as ameaças.

 Montador é preso após matar ex-mulher a facadas na frente do filho em Suzano, diz polícia (Foto: Reprodução/TV Diário)

Montador é preso após matar ex-mulher a facadas na frente do filho em Suzano, diz polícia (Foto: Reprodução/TV Diário)

Apesar da mensagem, de acordo com a Delegacia da Mulher de Suzano, nenhum boletim de ocorrência de Adriana contra Francisco foi registrado no município. “Desde que implantamos a Patrulha Maria da Penha, não tivemos mais óbitos. Esse caso foi incomum”, disse a advogada.

A juíza Érica Marcelina Cruz explica que uma medida protetiva, que obriga o agressor a ficar longe da vítima, pode ser concedida em até 48 horas, a partir do momento que o caso chega ao poder judiciário. Mas para isso acontecer, é preciso que a vítima declare na delegacia que quer essa proteção. “O importante é que a vítima saiba que ela precisa fazer esse requerimento na delegacia para que o juiz avalie. A medida protetiva pode ser concedida de forma acumulativa, por exemplo, afastamento do lar e proibição de contato.”

A Patrulha Maria da Penha é feita pela Guarda Municipal e atende a mulheres vítimas de violência doméstica em Suzano que receberam medidas protetivas.

Publicação Original: Alto Tietê tem três casos de feminicídio em menos de um mês

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