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O número de mulheres que trabalha por conta própria na Grande Vitória é maior que uma população de 68 municípios do Estado. Segundo o IBGE , são 107 mil patroas e empresárias, muitas delas morando e empreendendo nos bairros periféricos, que representam a 40% dos domicílios.
A maior parte dessas mulheres (72%) ainda está na informalidade, ou seja, não tem CNPJ. Ainda assim, esses negócios fomentam a economia local, geram empregos e renda, além de sustentar famílias inteiras. Segundo dados do Datafavela, as periferias brasileiras movimentam R $ 119,8 bilhões por ano.
Quando se fala em empreendedorismo nas periferias, é uma necessidade que faz um CEO. Em 2019, 56% dos empreendedores abriram negócios porque precisavam, como no caso de uma demissão ou para complementar a renda.
É o caso da educadora física Karen Rodrigues, de 24 anos, que teve o salário reduzido em 70% na rede de academias onde trabalhava por conta da pandemia do novo coronavírus.
Sem poder trabalhar, decidiu comprar equipamentos de ginástica para fazer exercícios na garagem da casa dos pais, em um dos muitos becos do bairro Santo André, em Vitória . Ela passou a postar sua rotina de treinos nas redes sociais e o sucesso foi imediato.
“Surgiu uma demanda muito grande de visualizações nos Stories, no Facebook, de as pessoas me procurando perguntando como fazer orçamento pra praticar atividade física aqui comigo. Hoje minha agenda está cheia e eu tenho lista de espera ”, conta.
Karen transformou a garagem em uma “home box” de exercício funcional e comprou mais material para atender os clientes que não paravam de chegar. O beco agora também é pista de corrida e a jovem não quer parar por aí.
“Essa área era onde eu ia construir a minha casa. Agora, quero montar minha sala de ginástica, abrir aula de dança e de localizada. É outro produto que eu consigo vender por ter trabalhado com essas modalidades no passado, em academias ”, planeja.