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João de Deus foi proibido de atender em templo no Rio Grande do Sul, por causa de relatos de abusos

Saiu no site O GLOBO

 

Veja publicação original:  João de Deus foi proibido de atender em templo no Rio Grande do Sul, por causa de relatos de abusos

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Jovem, à época menor de idade, teria sido uma das vítimas

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Por Luís Guilherme Julião

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Entre as vítimas de abuso sexual do médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, estaria uma menor de idade do Rio Grande do Sul. Segundo relato do pai dela ao GLOBO, o caso ocorreu em 2012 na Casa de Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, quando a jovem tinha 17 anos. A família, que mora no Sul, frequentava também uma espécie de filial da Casa no estado, localizada na cidade de Três Coroas, que deixou de receber visitas do médium após vários relatos de abuso chegarem ao conhecimento dos frequentadores naquele ano.

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Além do pai da vítima menor de idade, outras duas mulheres moradoras do Rio Grande do Sul que frequentavam a Casa de Dom Inácio tanto em Três Coroas quanto em Abadiânia relataram ter sofrido abuso sexual em 2012. O modus operandi é o mesmo das histórias reveladas pelo GLOBOe pelo programa “Conversa com Bial”, da TV Globo: sempre em uma sala fechada no centro de atendimento em Goiás.

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— Fiquei sabendo do abuso por telefone. Eu estava no Rio Grande do Sul, e minha filha tinha ido a Abadiânia para participar dos atendimentos, quando me ligou contando o que tinha acontecido. Isso foi em 2012, e ela tinha 17 anos. Nós ficamos em choque e depois disso nos afastamos, mas ela teve que fazer terapia. Aconteceu assim como nos relatos publicados: ela foi chamada para o atendimento individual na Casa de Dom Inácio, e ele começou a passar a mão em suas partes íntimas. Minha filha saiu chorando assustada. Depois disso, deixamos de frequentar o local — conta o pai da jovem, que pediu para não ser identificado por medo de represálias.

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A vítima, hoje com 23 anos, está muito abalada e não quis falar com a reportagem. Segundo três outras mulheres que frequentavam ambas as casas, vários relatos surgiram, já naquela época, contra João de Deus, que foi proibido pelos próprios frequentadores de voltar a prestar atendimento em Três Coroas. O médium visitava o local três vezes por ano.

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— Frequentei a casa por mais de três anos porque queria um tratamento para engravidar e não conseguia. Ele me levou para uma sala e passou a mão em mim. Tentou que eu fizesse sexo oral nele, mas resisti. Aí ele disse: ‘Tu é uma mulher cara, né? Se eu te pagar uma mesada de R$ 10 mil, você vai morar comigo em Brasília?’ Ele disse que reverteria a vasectomia para me dar filhos gêmeos e ameaçou que, se eu contasse para alguém, o ‘tratamento’ não ia dar certo. Depois disso parei de frequentar aquele lugar — conta uma mulher, também gaúcha.

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As frequentadoras relatam que, em 2012, houve uma reunião em que maridos e pais que frequentavam o local proibiram o médium de voltar ao estado. Desde então houve uma desmobilização das atividades da casa em Três Coroas. Apesar disso, as vítimas não registraram queixa na polícia por medo de represálias.

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— Meu marido e eu começamos a frequentar a Casa em Três Coroas em 2007 porque minha avó tinha câncer e chegamos a participar da direção. Aconteceu comigo duas vezes em Abadiânia. Ele passou a mão em mim, abriu a calça e disse que aquilo era uma energia que estava passando do corpo dele para o meu — conta outra vítima.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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