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ELAS POR ELAS: COMO AS MULHERES EMPODERAM UMAS ÀS OUTRAS?

SAIU NO SITE MARIE CLAIRE:

Um time poderoso de mulheres de sucesso se reúne no Rio de Janeiro para debater a sororidade em todas as esferas sociais – do direito ao esporte, passando pela publicidade e universo digital. “Enquanto eu for promotora de justiça, não vou permitir que nenhuma mulher se desculpe por ser mulher”, disse Gabriela Manssur

Jout Jout (Foto: Divulgação)

A liderança, empreendedorismo, violência doméstica e novas perspectivas da moda, beleza e gênero foram alguns dos temas debatidos no primeiro dia do evento “Elas por Elas”, que começou, nesta sexta (31.03), no Rio de Janeiro, e contou com a participação de uma série de mulheres de destaque. Durante dois dias, uma programação recheada de palestras e bate-papos discutem o empoderamento feminino das mais variadas perspectivas.

A seguir, confira os principais destaques…

 Julia Tolezano, Youtuber Jout Jout

“Quando falam que eu empoderei mulheres, a sensação é a de que elas estão afundadas numa sombra e chegou uma deusa para empoderá-las. Não é assim. O que faço é mostrar o outro lado sobre algum assunto e aí quem assiste decide se faz ou não sentido para ela. Impor uma discussão vira uma nova colonização.”

Gabriela Manssur, promotora de justiça
“Uma a cada três mulheres já sofreu violência no Brasil. Cerca de 27% das jovens foram atacadas dentro da universidade. A cada hora e meia uma mulher é morta no País. Segundo uma pesquisa realizada em 2016 pelo Ministério Público, 90% dos casos de violência foram denunciados, porém 50% das vítimas desistem de representar. A violência contra a mulher é ‘democrática’ e está em todas as classes sociais. Vivemos em uma sociedade machista. Por isso, enquanto eu for promotora de justiça, não vou permitir que nenhuma mulher se desculpe por ser mulher.”

Gabriela Manssur (Foto: Divulgação)

Stephanie Ribeiro, arquiteta e feminista negra
“Fui ameaçada por um homem em específico nas redes. E não adiantava bloquear, ele criava outros perfis e derrubava os meus o tempo todo. Fiquei com medo de andar sozinha, ficar sozinha.”

Maya Gabeira, surfista profissional
“O esporte feminino, principalmente o surfe, é pouquíssimo apoiado no Brasil. As pessoas discutem muito a questão do sex appeal, quando se trata da conquista do patrocínio. O homem pode ser feio e ainda assim faz sucesso. A gente não. Mulher atleta precisa da combinação entre beleza e performance.”

Rachel Maia, CEO da Pandora
“Estou aqui hoje porque sou CEO da joalheria Pandora. Mas no futuro, outras mulheres negras ocuparão lugares como esse. Aprendo a ser líder todos os dias e tenho 74% do meu board director formado por mulheres. Hoje, os homens me respeitam pela minha capacidade de entregar números, não pela roupa que estou vestindo.”

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EVENTO ‘ELAS POR ELAS’ CELEBRA EMPODERAMENTO FEMININO

EVENTO ”ELAS POR ELAS”

Flávia Durante (Foto: Divulgação)

Flávia Durante, jornalista e produtora da feira Pop Plus
“Eu era rejeitada nas lojas por ser gorda. ‘Aqui não tem nada do seu tamanho’, me diziam. Em 2012, decidi então criar o bazar e entendi que moda é expressão da identidade. Fico feliz de ouvir relatos de outras meninas que se inspiraram em mim para usar uma blusa curta ou uma calça justa. Se vocês virem um monde de bunda gorda por aí, a culpa é nossa.”

Deb Xavier, empresária e consultora de carreira
“Criei o Jogo de Damas [plataforma de conteúdo para mulheres no mercado de trabalho], porque me sentia incomodada quando os eventos de negócios e tecnologia só tinham homens. Sororidade é se fortalecer na outra. O círculo do silêncio – nos negócios e na carreira – parece um problema só nosso, individual. Mas quando vemos que outras mulheres passam por isso, questionamos o sistema. Quando falo da importância do empoderamento, gosto de dar exemplos: enquanto as mulheres brancas e ricas querem voltar pra casa, as negras não podem sair de lá porque não têm creche para deixar os filhos; quanto mais bem-sucedida a mulher, maior a probabilidade de ela se separar; quando a mulher ganha mais que o marido, ela se dedica muito mais aos trabalhos domésticos para que ele não se sinta diminuído. Tudo isso é sintoma de um mercado de trabalho doentio.”

Gal Barradas, co-presidente da agência BETC São Paulo
“Quando a empresa começou, em 1994, a nossa discussão mais incipiente era a de ter mulheres em cargos de comando. Hoje, temos um homem e uma mulher em cada cargo, assim como na presidência.  Esse é nosso DNA. O RH é fundamental para que isso aconteça, mas se a alta gestão da companhia não promove a equidade de gênero, nada acontece. Um ambiente onde a diversidade existe é muito mais criativo. Levei muito tempo para firmar a minha opinião sobre cotas, até ouvir de uma amiga francesa: ‘Os homens também brigam pelas cotas: para tê-las 100% para eles’. Mudanças culturais demoram a acontecer, mas um dia eu sei quer iremos rir disso tudo.”

 

PUBLICAÇÃO ORIGINAL: Elas por Elas: Como as mulheres empoderam umas às outras?

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