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Diretoras mulheres são maioria no Festival de Cinema de Brasília pela primeira vez desde 1965

Saiu no site G1: 

 

Veja publicação original: Diretoras mulheres são maioria no Festival de Cinema de Brasília pela primeira vez desde 1965

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Por Luiza Garonce

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Elas assinam a direção de cerca de 70% dos filmes selecionados para a Mostra Competitiva.

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Pela primeira vez na história do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, criado em 1965, as mulheres são maioria na direção dos filmes selecionados para a Mostra Competitiva.

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Elas estão à frente de cerca de 70% das produções que concorrem ao Troféu Candango na 51ª edição, que começou nesta sexta-feira (14) e segue até dia 23 de setembro.

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Sara Rocha, diretora executiva do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro — Foto: TV Globo/ReproduçãoSara Rocha, diretora executiva do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro — Foto: TV Globo/Reprodução

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Para a diretora executiva do festival, Sara Rocha, a representatividade feminina no evento mais antigo – e mais político – do país tem importância não apenas histórica, mas simbólica para a produção audiovisual brasileira.

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“O protagonismo das mulheres já existia, mas ficava submerso numa tônica patriarcal de 500 anos. Sem dúvida, hoje também observamos um cenário maior de profissionalização, especialização e projeção das mulheres no mercado de trabalho.”

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“Isso reflete o que nossa sociedade é hoje, por isso, tem uma importância simbólica inequívoca.”

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A diretora brasileira Beatriz Seigner nas filmagens de 'Los Silencios', selecionado para a Mostra Competitiva do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro — Foto: Juliana Vasconcelos/DivulgaçãoA diretora brasileira Beatriz Seigner nas filmagens de ‘Los Silencios’, selecionado para a Mostra Competitiva do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro — Foto: Juliana Vasconcelos/Divulgação

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Para traçar o perfil de quem assina a direção dos filmes selecionados, o festival passou a aplicar novos indicadores no formulário de inscrição. A partir desta edição, inserir dados sobre gênero, etnia e orçamento das produções, por exemplo, é obrigatório.

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“Agora, temos um mapeamento bem mais amplo de quem assume as funções técnicas.”

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Segundo Sara, a referência veio de festivais de outros países que aplicavam a medida para traçar um panorama da produção audiovisual. “Alguns parecem até um centro do IBGE”, brincou.

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Cena do curta-metragem "Casa de praia" (DF), de Duda Affonso, selecionado para a Mostra Brasília no 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro — Foto: Humberto Araújo/DivulgaçãoCena do curta-metragem “Casa de praia” (DF), de Duda Affonso, selecionado para a Mostra Brasília no 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro — Foto: Humberto Araújo/Divulgação

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“É curioso ver que, nas inscrições, 67% dos filmes eram dirigidos por homens. Na seleção, o resultado se inverteu.”

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“No saldo geral, isso demonstra a capacidade criativa e qualidade técnica das obras de mulheres.”

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Dos diretores selecionados, 52,4% são mulheres cis (que se identificam com o gênero feminino) e 9,5% se identificam pelo gênero não-binário – que transita entre o feminino e o masculino.

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Prêmio Leila Diniz

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Foto de Leila Diniz na Praça General Osório na década de 1970, uma das fotos em cartaz na Exposição A Arte da Lembrança - A Saudade na Fotografia Brasileira — Foto: Evandro Teixeira/DivulgaçãoFoto de Leila Diniz na Praça General Osório na década de 1970, uma das fotos em cartaz na Exposição A Arte da Lembrança – A Saudade na Fotografia Brasileira — Foto: Evandro Teixeira/Divulgação

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Na crista da onda feminista no cinema, o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro também cria o Prêmio Leila Diniz – uma homenagem à trajetória da atriz e também uma forma de visibilizar o protagonismo das mulheres na produção audiovisual brasileira.

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A premiação foi idealizada no ano passado e, segundo Sara Rocha, coincidentemente concretizada na edição que estreia a maioria feminina. “Antes de ter o resultado [do perfil dos diretores] em mãos, já tínhamos o prêmio definido”, comemora.

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“Foi uma feliz coincidência.”

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Leila Diniz no filme "Todas as mulheres" (1966) — Foto: Acervo O Globo/ReproduçãoLeila Diniz no filme “Todas as mulheres” (1966) — Foto: Acervo O Globo/Reprodução

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Segundo a diretora executiva do festival, Leila foi escolhida para “batizar” o prêmio pelo posicionamento transgressor que assumiu no cinema e na vida pessoal.

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“O filme ‘Todas as mulheres’ (1966) foi uma passagem triunfante e libertária pelo festival. Ela concedeu entrevistas muito transgressoras, dizendo que era livre e que se relacionava com quem quisesse.”

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“A Leila tinha uma postura de vanguarda em relação ao empoderamento feminino, que levamos quatro décadas para entender.”

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A vida de Leila Diniz, embora tenha durado 27 anos, ainda é um “exemplo da importância da mulher na sociedade e da força que ela tem para transformar a realidade”, segundo Sara.

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Público assistindo filme do festival de cinema  no Cine Brasília — Foto: André Borges/Agência BrasíliaPúblico assistindo filme do festival de cinema no Cine Brasília — Foto: André Borges/Agência Brasília

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As primeiras mulheres a receber o prêmio, na 51ª edição do festival, são a atriz Íttala Nandi e a montadora Cristina Amaral.

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“Geralmente atribuem a grandiosidade dos filmes aos diretores, mas a qualidade daquelas obras é, em grande medida, atribuída às mulheres que fizeram o filme, que participaram da equipe técnica”, disse Sara.

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“Este não é um prêmio para musas, mas para mulheres que protagonizaram no cinema nacional.”

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