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Dia Internacional da Menina: projeto social Plano de Menina se transforma em instituto

Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE

 

Veja publicação original:  Dia Internacional da Menina: projeto social Plano de Menina se transforma em instituto

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Criado em 2015 pela comunicóloga e jornalista Viviane Duarte para criar oportunidades de trabalho para meninas entre 13 e 22 anos nas periferias de São Paulo, o projeto passa a ser um instituto e deve ter atuação em todo o Brasil

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Por Priscilla Geremias

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Quando a jornalista Viviane Duarte, a Vivi, de 40 anos, idealizou o Plano de Menina, em 2015, sua intenção era dar a garotas de periferia oportunidades de trabalho que ela própria não teve. Nascida na Freguesia do Ó, em São Paulo, Vivi teve uma adolescência marcada pelos esforços que teve para ocupar espaços importantes. “É cruel nascer sem privilégios. Na minha época tinha muito quem indica, e eu não tinha quem me indicasse para nada. Com mãe vendedora e pai ambulante, nasci em um lar forte e a educação e sorte me fizeram ‘hackear o sistema’ que insiste em criar muros ao invés de pontes. Depois de conquistar meu espaço, entendi que era hora de ajudar as meninas que vivem hoje o que eu vivi no passado”, diz ela. “Meu objetivo era criar chances dessas moças serem protagonistas de suas próprias histórias, independentemente de onde elas tenham nascido.”

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Para isso, ela criou um programa de mentoria no qual profissionais de diferentes áreas realizam workshops baseados em cinco eixos de atuação: educação financeira e carreira, autoestima, direito, raça e gênero e tecnologia. O projeto oferece ainda cursos profissionalizantes e bolsas de estudo e cria oportunidades de trabalho. O Plano de Menina passará a ser Instituto com celebração no dia 20 de outubro, na EBAC – Escola Britânica de Arte Contemporânea, em São Paulo.

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Desde sua estreia, em 2015, cerca de 150 garotas se formaram no projeto, que realiza a sua XX cerimônia no dia 20 de outubro. “Comecei a fazer um mapeamento dos bairros com maiores índices de violência quando se trata de meninas em São Paulo, fui nas escolas do Campão Redondo e Grajaú para dar palestras e conversar com essas garotas, percebi que elas ainda tinham medo e não tinham planos de conquistar nada da ponte pra cá, muitas coisas que eu ouvia quando era criança”, conta Vivi.

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Com a ajuda das amigas que se tornaram mentoras e de uma psicóloga, Vivi criou uma medotologia para o Plano de Menina. “Tinha que ser lúdico e conseguir despertar nas amigas a beleza pela sua cor, cabelo, traços e assim entender a potência delas”. Em 2016, 250 meninas se formaram e muitos delas se tornaram mentoras teen. Os cursos acontecem simultaneamente nos locais uma vez por semana.

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Hoje, pelo menos 600 meninas de diversos bairros e comunidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e do Paraná estão conectadas às suas mentoras.

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Expansão
Mas Vivi quer mais. Até 2019, o Plano de Menina deve estar em dez Estados, atendendo até 2.000 garotas, além de outras centenas de milhares por meio de sua plataforma digital, onde as garotas têm acesso aos conteúdos que são apresentados nos encontros presenciais, e este ano se tornará um grande espaço com ainda mais trocas. “A grande mídia traz a objetificação de corpos e padrões de beleza totalmente distorcidos, e com a plataforma podemos falar do que realmente importa para as meninas para que se construam como protagonistas de suas histórias. Falamos abertamente sobre relacionamentos abusivos, autoestima, consumo sustentável e outros temas que acendem a luz de diversas questões para elas, e faz com que se percebam agentes de mudança de suas rotas”, afirma Viviane Duarte.

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“Continuaremos com o Plano Feminino [consultoria criada por ela em 2010 para questionar  a representação feminina na publicidade] para colocar o dedo na ferida de propagandas que não representam a mulher, já que a baixa autoestima das meninas começa daí”, acredita Vivi.

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“O Instituto funcionará em paralelo, realizando um trabalho com as garotas de comunidades do Brasil inteiro. Quero estar 100% dedicada ao Plano e ter mais pessoas me ajudando a buscar oportunidades que são dessas meninas por direito”, diz Vivi.

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A ampliação deve começar em Salvador, Recife e Manaus. “Fazemos uma análise de perfil das mentoras, elas passam por um processo seletivo, sobre quais são seus propósitos com o projeto. Convidamos as mulheres que passaram, uma delas se torna a embaixadora do estado e para lançar o projeto ela deve levantar 20 mulheres de diferentes expertizes dentro dos temas do Plano e vamos até o estado para fazer um treinamento de tudo que temos na cartilha. Depois buscamos um lugar para ser parceiro, escolas e ONGs sempre nos apoiam, e já começamos as ações, que são todas gratuitas, nosso diferencial é empoderar meninas sem que elas tenham que pagar por isso. E começamos o porjeto com pelo menos 25 meninas inscritas”, explica Vivi.

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Atualmente o Plano de Menina tem as marcas Seda e Pepsico como madrinhas do projeto. A consultoria Plano Feminino também atua como parceira. “Ao nos tornarmos Instituto fica mais fácil porque abre uma frente de capitação de recursos”, diz Vivi.

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Plano de Menina (Foto: Arquivo pessoal)

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Para a jornalista, depois de passarem pelo instituto, as participantes aprendem a “hackear o sistema”. “Uma menina que nasce sem privilégios e não se vê representada, acha que tem de ficar escondida na periferia, que outros status não pertencem a ela”, diz Vivi. “Quando começamos a acender essa luz nas meninas, elas passam a ser agentes de mudança na sociedade e multiplicam esse poder e conhecimento dentro de suas comunidades, se tornando referência e líderes.”

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Minidocumentário: Autoestima para Ocupar
A partir do trabalho realizado pelo Plano de Menina, foi criado o minidocumentário Autoestima para Ocupar, que registra o dia a dia das meninas no projeto, e será exibido no evento de lançamento do Instituto no dia 20 de outubro, na EBAC, em São Paulo.

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“Filmes como esse despertam o sentimento de mudança”, acredita Mariana Chaves, redatora e produtora do curta. “A entrada e a permanência de uma menina periférica no mercado de trabalho são processos desafiadores. Nesse percurso, é preciso quebrar obstáculos sociais para manter-se integralmente nesses espaços, que, por vezes, são reducionistas e opressores”, diz Mariana.

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O minidocumentário também será exibido na edição do TEDx São Paulo, no Villa Lobos, dia 27 de outubro. Assista ao teaser

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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