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Como ser dona de si em tempos de crise? Suzana Pires responde!

Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE

 

Veja publicação original:  Como ser dona de si em tempos de crise? Suzana Pires responde!

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Em sua coluna, Suzi Pires fala sobre o tempo em que vivemos uma crise de alma e como driblar essa situação como uma verdadeira dona de si

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Por Suzana Pires

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Não, não estou loira. Só me adequei ao cenário, risos  (Foto: Fernando Torquatto)
Não, não estou loira. Só me adequei ao cenário, risos (Foto: Fernando Torquatto)


 

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Caríssimas #DONADESI, como avisei para vocês pelo meu Instagram, precisei do mês de janeiro para descansar da escrita da coluna, oxigenar os temas e também minha visão sobre os assuntos. Foi bom ter dado essa pausa. Trabalhei em todos os meus outros trampos, mas pude ficar atenta ao novo momento do mundo e como é ser uma dona de si inserida nesta realidade.

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Como está o mundo hoje? Dona de Si, o globo terrestre nunca esteve numa crise tão profunda. Tivemos momentos péssimos no ultimo século, como a Primeira e Segunda Guerras, o 11 de setembro… Mas, neste momento, temos uma crise mundial de alma. Sim, acredite em mim. Além da economia do mundo estar beirando o colapso; Estados Unidos tenta se reerguer, a China compra o mundo inteiro e o petróleo da Venezuela tá do jeito que está – temos a grave crise migratória que atinge todos os continentes. As pessoas são obrigadas a saírem dos seus países por causa de guerras, ideologias, fome e ir até outro país pedir asilo. Geralmente, o caminho entre a origem e o destino é recheado de perigos de morte. E elas acontecem, de fato.

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O lance é que a migração está remodelando a face de cada país. Não há mais o “puro sangue”, como Hitler queria. O que há agora é a miscigenação. E essa mistura não acontece somente na parte física, mas principalmente nas questões éticas e morais de um povo. Isso é um problema? Não, se as diferenças forem respeitadas. Acontece que elas não são. Se tem uma coisa que o ser humano detesta é lidar com coisas e gente diferente. Surge o medo de ser alienado dos seus valores originais, o pavor de perder o emprego para o forasteiro e o terror de ver que sua família pode ser a próxima a ser misturada.

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O que o movimento migratório nos traz é a obrigatoriedade de sair do comodismo, de não só ver os nossos iguais, de não imaginar que através das fronteiras que construímos estamos seguras, e que o nosso pequeno cercadinho onde nossa vida funciona é um limite imaginário e vulgar, diante da grandeza que são as diferenças. A crise a que estamos sujeitos é misturada entre economia, ideologia e migração. Digo que é crise de alma porque é sobre os três elementos combinados. Jamais vivemos com tanta intensidade como nos últimos cem anos. Nos acostumamos com uma pretensa paz e um pretenso aceitar de todos que não é real.

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O momento é escolher, cara Dona de Si: você vai sucumbir no seu conforto ou levantar seu olhar e exergar o que se passa?!

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Estou aqui falando do movimento migratório do mundo como base para falar sobre:

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1. FUSÃO DE EMPRESAS, 2. NOVOS MERCADOS e 3. COMPORTAMENTO ADEQUADO PARA TEMPOS DE CRISE. Vamos lá! Você trabalha há alguns anos na mesma empresa, conseguiu subir de cargo, ser reconhecida e está confortável. Dona de Si, a primeira dica é: se sentir conforto na sua cadeira de trabalho, saiba que algo está errado. Você está se confundindo com a cadeira e incapaz de se olhar de fora. Sim, você já está miscigenada com a logomarca de onde trabalha e agora com a súbita fusão com outra empresa, você terá sua cadeira ameaçada.

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Ao se sentir com a cadeira ameaçada, você vai diretamente para o desespero e ações desesperadas vão te naufragar na enxurrada de novidades. Preste atenção, por favor, se você se apegou ao seu cargo e à sua cadeira. Faça uma profunda reflexão e tenha coragem de assumir que, sim, você se fundiu com a sua cadeirona e que, sim, você vai modificar isso na sua vida. Distanciada e sem apego, você terá um raciocínio e uma visão do cenário em crise de maneira clara e objetiva, podendo, desta maneira, se salvar, confeccionando sua própria boia.

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Já a Dona de Si que é dona do seu próprio negócio precisa lidar com as expectativas e desejos de um novo público consumidor e esse público está estranho de decifrar, pois ele está raivoso, bélico e não sabe compreensão de texto. Aí vai minha sugestão: não se coloque como antagonista! Mesmo que este público consumidor te cause calafrios pelas suas crenças, é ele quem vai comprar seu produto, portanto desapegue! Nas suas relações íntimas você já tem pessoas que admira, e entre seus clientes não há essa necessidade. Lembre-se que muitas famílias dependem do trabalho no seu negócio para se manterem de pé. Portanto, nas redes sociais do seu negócio, só fale do produto! Nas suas redes fechadas, aí você se coloca e mostra suas opiniões, porque ali estão as pessoas que realmente querem debater algo construtivo. Enxergue as diferenças a ponto de saber como manejá-las no mundo.

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E, por fim, o comportamento da Dona de Si em tempos de crise. Como uma Dona de Si geralmente é? Ela tem relações de confiança e intimidade com seus parceiros de trabalho, ela é puro transbordamento e motivação e, além disso, ela é sinônimo de expansão. Caríssima Dona de Si, sei que será difícil, mas você precisa rever esse comportamento em tempos de crise. A alegria chega a doer no corpo das pessoas em épocas de crise e lucro baixo e, não, ninguém quer saber das suas esfuziantes idéias. Seu chefe quer que você entregue seu trabalho e não encha o saco dele com novidades.

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Portanto, não confunda seu comportamento em tempos de crise com sua essência. Para sua essência, há de se ter caminhos para preservá-la e um deles é não permitir que o cenário te esmague.O mundo testa a nossa resistência. Mas uma Dona de Si entende o momento, observa o cenário e cria uma estratégia para sobreviver. Não ria tanto em público; guarde seu ouro para sua visão e para os seus; ame, mas não se apegue; saiba identificar a loucura do mundo e ultrapasse-a incólume. Não se dê tanto. Observe e, para agir, crie sempre uma estratégia. Em algum momento essa crise vai passar, dando lugar a outra crise e mais uma vez teremos que entender para nos posicionar no game. É assim. É a vida.

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Antes de fechar, queria agradecer a cada uma de vocês que me lê aqui. Muito obrigada mesmo! Somos a primeira coluna no ranking aqui de Marie Claire. Não, não é uma competição, somente o resultado de uma dedicação e de um compromisso grande.

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OBRIGADA LINDONAS!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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