HOME

Home

Carnaval 2019 em BH: milhares de ‘tatuagens’ contra o assédio serão distribuídas em mais de 30 blocos

Saiu no site G1

 

Veja publicação original:  Carnaval 2019 em BH: milhares de ‘tatuagens’ contra o assédio serão distribuídas em mais de 30 blocos

.

Criado no Rio de Janeiro, movimento ‘Não é Não’ estará pelo segundo ano na capital mineira.

.

Por Raquel Freitas

.

É umas das primeiras palavras que aprendemos a falar e uma das que mais usamos no dia a dia. Apesar disso, nem sempre ela é entendida, ainda mais quando se trata de assédio. Para reforçar que “Não é Não” e que essas três letras precisam ser respeitadas, milhares de tatuagens temporárias serão distribuídas para mulheres no carnaval de Belo Horizonte.

.

“Infelizmente, o corpo feminino é muito objetificado ainda, e o carnaval é um ambiente que propicia o aumento de assédio. (…) A gente busca levar o entendimento para o público sobre o que é o assédio e quais medidas tomar”, explica a advogada Lívia Maris, de 35 anos, uma das integrantes do movimento “Não é Não” em Minas Gerais.

.

A campanha foi criada em 2017 por um grupo de amigas do Rio de Janeiro, após uma delas sofrer um assédio. Segundo Lívia, a inciativa se espalhou e agora está presente em sete capitais.

.

Este é o segundo ano em que o projeto dará o recado na capital mineira e, desta vez, contará com o apoio de mais de 30 blocos, 13 marcas e diversos coletivos, segundo a advogada. Para ela, a resposta dos foliões em 2018 foi positiva, mas ainda tem muita gente que não se ligou na diferença entre assédio e paquera.

.

“O cara te beijou à força? Passou uma ‘mão boba’? Puxou seu cabelo ou te agarrou pelo braço? O cara não aceitou sua rejeição e continuou insistindo? Quando finalmente desistiu de te assediar te xingou de vagabunda? Isso é assédio. Encostou em você sem consentimento, é assédio”, exemplifica.

.

.

Para que tatuagens sejam produzidas, campanha de financiamento coletivo está no ar — Foto: Saulo Duarte/DivulgaçãoPara que tatuagens sejam produzidas, campanha de financiamento coletivo está no ar — Foto: Saulo Duarte/Divulgação

.

Para que as tatuagens possam ser produzidas e distribuídas já no pré-carnaval, o coletivo colocou no ar uma campanha de financiamento coletivo.

.

Quem contribui com o projeto recebe recompensas produzidas por artesãs locais, como acessórios de carnaval, bolsas e bioglitter. Até a tarde desta terça-feira (15), mais de R$ 10 mil haviam sido arrecadados, o que garante a confecção de pelo menos 5 mil tatuagens.

.

Lívia destaca que um dos principais objetivos da campanha é contribuir para que o carnaval seja um ambiente seguro para todas as mulheres.

.

“Durante o carnaval, os tipos de assédio são diversos, pois o corpo da mulher e também das pessoas LGBTQI ainda é considerado ‘público’, como se todos pudessem usufrui-los sem consentimento. É culturalmente aceito que isso aconteça, por isso tantas situações são vividas e presenciadas nesse ambiente festivo em que ‘tudo pode’, mas não é bem assim. Pode quando há consentimento, o carnaval precisa ser um ambiente seguro para todas nós, afinal, a palavra ‘não’ é confundida com ‘sim’ ou ‘talvez’ muitas vezes”, afirma a advogada.

.

.

Tatuagem temporária pretende aliar mulheres contra o assédio durante a folia em Belo Horizonte. — Foto: Paula Molina e Henrique Fernandes/DivulgaçãoTatuagem temporária pretende aliar mulheres contra o assédio durante a folia em Belo Horizonte. — Foto: Paula Molina e Henrique Fernandes/Divulgação

.

Nos anos anteriores, alguns casos de assédio ganharam repercussão no carnaval de Belo Horizonte ao serem denunciados pelos próprios blocos durante o desfile. Um deles ocorreu, no ano passado, no Garotas Solteiras, como relembra Lívia. “Uma menina estava sendo assediada e conseguiu avisar bateria. O regente parou o cortejo e ela foi ajudada”, conta.

.

De acordo com a advogada, para orientar os blocos sobre como proceder nesse tipo de situação, uma cartilha será distribuída.

.

Para as vítimas de assédio, ela também dá algumas orientações. “Quando ela estiver sozinha, procurar outras mulheres que possam ajudá-la e procurar agentes de segurança. O recado para os homens é que coíbam, mas que não tentem resolver sozinhos”, diz.

.

A campanha de financiamento coletivo vai até esta sexta-feira (18).

.

.

Mulheres usam corpo como outdoor em forma de protesto contra o assédio — Foto: Bitar e Paiva/DivulgaçãoMulheres usam corpo como outdoor em forma de protesto contra o assédio — Foto: Bitar e Paiva/Divulgação

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhe

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no linkedin
LinkedIn

HOME