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Violência contra a Mulher

Saiu no site DNOTÍCIAS – PORTUGAL

 

Veja publicação original: Violência contra a Mulher

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Dia 25 deste mês de Novembro é o “Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher” e não podemos achar que isto é um problema do passado ou residual

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Por José Paulo do Carmo

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Não tenho a pretensão de me colocar na cabeça dos homens que durante séculos subjugaram e agrediram física e psicologicamente as mulheres. Não sei como pensavam na altura nem de que massa eram feitos. Mas que me custa olhar para trás , custa. Aquilo que eu não admito, é ter conhecimento de certo tipo de atitudes nos dias de hoje, com a informação de que dispomos , com o que temos a obrigação de ter aprendido através dos erros do passado, com a própria evolução da nossa espécie enquanto seres humanos, que supostamente pensam, que têm emoções, sentimentos e premeditações.

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Este ano voltamos a registar uma subida do número de vítimas mortais através de violência doméstica em relação ao ano passado. Isto não pode significar meramente um número. São pessoas e os nomes delas não devem sair da nossa memória e este retrocesso é sintomático. A Angelina, a Céu, a Margarida, a Marília, a Vera, a Silviana, a Nélia, a Marília, a Albertina, a Maria de Lurdes, a Ana, a Arminda, a Margarida C., a Etelvina, a Olga a Ni e outras fazem-nos corar de vergonha e deixam um sentimento apertado cá dentro.Cada pessoa que se considere de bem não pode ficar indiferente a isto. A culpa também é nossa que muitas vezes desvalorizamos o que se passa à nossa volta.Quer queiramos ou não admitir ou ver com atenção o que é facto é que entre os nossos amigos , familiares e conhecidos, existem vários casos desses. Até quando vamos continuar a fechar os olhos e permitir que este tipo de situações se continuem a repetir?

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Este ano por exemplo, quase metade das grávidas da Zona Centro admitiram terem sido agredidas física ou psicologicamente pelos seus companheiros durante o período de gestação e cerca de 15% foram obrigadas a ter relações sexuais. Até quando vamos deixar que se arraste esta proibição arbitrária da liberdade , esta autêntica vergonha social? Metem-me nojo o tipo de homens que exercem este tipo de comportamentos. Não existe sequer uma única razão que os desculpabilize e cada vez que uma amiga minha me confidencia que já sofreu esse tipo de violência eu próprio me sinto conspurcado e afundado nessa mesma lama. Nunca consegui entender esse tipo de gentalha que se passeia nas mesmas calçadas que eu e que ensanguenta a definição generalizadora dos homens. Não que me sinta culpado por eles, porque cada um é como cada qual e eu não assumo culpas nem comportamentos dos outros. O que não gosto é de ver uma mulher marcada para a vida e neste caso até marcada para a morte por uma questão de género.

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Dia 25 deste mês de Novembro é o “Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher” e não podemos achar que isto é um problema do passado ou residual. Estes casos sucedem-se todos os dias e muitas mulheres continuam a ter vergonha de o denunciar.É tempo de lhes darmos a devida força, de as apoiar e de criar leis e regras que as protejam e as defendam.O feminicídio é um flagelo atual que não pode nem deve ser esquecido.Assim como a violência de qualquer género como a das mulheres para com os homens.A grande parte destes casos é conhecida pelos vizinhos e amigos , alguns são consequência de denúncias desvalorizadas e nós somos responsáveis por atuar enquanto é tempo e de fazermos o que estiver ao nosso alcance para defender as vidas que se encontram em jogo. Um Mundo que permite este tipo de descriminações é um Mundo sem valores , perdido no seu tempo e sem capacidade para aprender. Mas não é tempo de parar.É tempo de nos insurgirmos e de não deixar o tema cair em esquecimento.

 

 

 

 

 

 

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