A obra, batizada de “Femme Maison”, da artista carioca Panmela Castro, faz parte da 2ª edição do Frestas – Trienal de Artes do Sesc Sorocaba, que começa neste sábado (12).

O vereador protocolou requerimento na quinta-feira (10) solicitando à prefeitura a imediata remoção da pintura do prédio, tombado como patrimônio histórico em 2013. No documento, ele alega que a figura tem causado repúdio e vergonha à população, especialmente às mulheres.

Entretanto, nesta sexta-feira (11) o pastor tomou conhecimento do esboço apresentado pela artista ao poder público, em abril, e disse que vai solicitar o arquivamento do pedido. “Agora, vou fazer outro requerimento pedindo que ela se retrate e pinte o desenho original.”

Luis Santos afirma que a obra causa impacto e está localizada ao lado de um colégio católico, em uma via que passam milhares de carros todos os dias. Questionado se recebeu reclamação de moradores sobre o grafite, o vereador disse que viu comentários em redes sociais de pessoas que acharam o desenho de “extremo mau gosto”.

“Fez para causar mesmo, é a verdade, o que é próprio dos artistas. Artista tem disso”, afirma.

Nas redes sociais, alguns internautas elogiaram a obra, mas outros criticaram o desenho e questionaram o fato dele ter sido feito em um prédio tombado pela prefeitura.

O pastor finaliza dizendo que defende a causa das mulheres para que não sejam vistas como uma genitália e criticou a falta de mobilização por parte das mulheres contra o desenho.

“Não era para causar polêmica e, sim, tratar da igualdade feminina, mas criou esse problema sério. Ficou, a meu ver, de extremo mau gosto no que diz respeito à proposta e conceito de luta [feminina], porque reduziu, mais uma vez, apoiou a visão machista de que a mulher é apenas isso.”

Em seu canal de vídeos no YouTube, Panmela publicou o making of do grafite, em um vídeo chamado de “Poema da Vagina”.

Em nota, o Sesc informou que a obra faz parte de um projeto premiado de Panmela que vai integrar o futuro Museu de Arte Urbana Contemporânea de Berlim. Sobre o esboço apresentado pela artista, afirma que as diferenças são decorrentes do processo de criação artística, e que a síntese foi mantida. Por fim, o Sesc frisa que a obra não será apagada.

A Prefeitura de Sorocaba respondeu ao questionamento do G1 dizendo que as imagens – o esboço e o resultado final – têm a mesma temática e questionam o papel e espaço da mulher na sociedade, segundo o secretário de Cultura e Turismo, Werinton Kermes.

A pasta recebeu com “tristeza e indignação” o requerimento do vereador e finaliza informando que a “luta é para que a livre expressão artística não seja cerceada”.

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