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Universos femininos fortalecem o festival Mada

Saiu no site AZ MINA: 

 

Veja publicação original: Universos femininos fortalecem o festival Mada

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Festival acontece em outubro em Natal e terá 50% de artistas mulheres na programação

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lfonsina é uruguaia, poeta, compositora, multi-instrumentista e coprodutora de seu último álbum “Pactos” que foi lançado em meados de 2017. Ela começou seu trabalho na música em 2010, depois que o artista Tricky (ex-Massive Attack) a convidou para sair em turnê como sua vocalista. Ela nos conta em entrevista que considera a poesia “como um relacionamento de formas e silêncios, sem importar a disciplina (podem ser palavras, cores, arranjos de bataria e baixo, o que seja)”.

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Esse ponto de vista foi criado pelo relacionamento com o avô que se dava à distância, “meu avô enviava cartas pra mim, porque vivia longe. Ele cultivou em mim o gosto pela palavra escrita e também junto a meu outro avô, o gosto pela pintura. A música é uma continuação da poesia“. Para ela, a carreira musical não implica em obstáculos e sim em pacto:

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“Não falaria de obstáculos, mais sim de uma investigação constante, um interesse desde cedo sobre a estranheza de estar viva e de engajar um diálogo poético com o mundo”.

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Luísa Nascim é frontwoman de Luísa e os Alquimistas, natalense, e consolidou sua carreira artística dentro do universo e da linguagem circense.  Foi a partir dai que começou a se interessar por direção, figurino, produção de espetáculos e música. Recorda-se que “foi na trilha sonora de uma cena em que atuava como acrobata que comecei a cantar em público e me expressar através da voz. Sempre gostei de cantar, desde pequena, mas era algo muito íntimo, que fazia em casa.” E revela, “o primeiro obstáculo pra mim foi me considerar capaz de compor e de assumir o lugar de frontwoman em uma banda” – desafio comum à muitas de nós, mulheres, em qualquer âmbito da vida.

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Luisa e os Alquimistas – foto por Luana Tayze

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A banda é formada por Luísa (compositora e vocalista), Zé Caxangá (synth e guitarra), Gabriel Souto (bases eletrônicas, mpc e efeitos de voz) e Pedras (baixo e samplers) e conta com dois discos na carreira, sendo o último, Vekanandra, lançado em novembro do ano passado. É fortemente influenciado pelo pop underground da música eletrônica surgida nas periferias do Brasil, passando pelo soul e traz também influências jamaicanas.

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A banda demonia (escreve assim mesmo, tudo minúsculo), também de Natal-RN, representa o punk rock no seu estado puro trazendo letras tanto com temas políticos e agressivos quanto ácidos e divertidos, além de um repertório curto, e intenso. Formada por Quel Soares (bateria), Nanda (guitarra), Isabela Graça (guitarra), Karina Moritzen (vocal) e Karla Farias (baixo).

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O single de estréia, Reptilianos Malditos, foi lançado em todas as plataformas streaming neste ano. Segundo elas, todas têm um pé na música desde sempre: Karla e Raquel tocam há uns 10 anos, Karina tem uma produtora independente (Brasinha), já Nanda e Isa tinham algum projeto musical desde cedo.

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Karina revela que a banda foi formada por conta da necessidade de expressão, “a música surge na vida da gente pela necessidade de se expressar, e essa necessidade às vezes é mútua e daí nasce uma união“. O principal obstáculo encontrado foi o de ser uma banda independente no Brasil, “e mais ainda, no nordeste, porque tudo que precisamos fazer depende inteiramente de nós”, desabafa Quel.

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Sabemos que o Brasil e o continente Sul-Americano é muito rico em música e cultura. No entanto, é nas capitais que estão os holofotes. Aqui no Brasil, o eixo São Paulo-Rio acaba sempre concentrando as referências. Ainda assim, Afonsina prefere ver o lado positivo e questionada sobre as alegrias e dificuldades responde “às vezes, tenho a alegria de encontrar um lugar pra minha arte, às vezes tenho a tristeza de não encontrar um lugar pra minha arte”, nos lembrando que a vida é cheia de altos e baixo e todas as situações vivenciadas são de um profundo aprendizado. Luisa completa,

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“Vejo o cenário musical latinoamericano como algo muito rico e bebo demais dessa fonte . Grandes artistas (principalmente mulheres) me inspiram”.

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Para as garotas da demonia o cenário vem crescendo “em especial, existe uma forte cena punk na Venezuela pela crise que tá acontecendo por lá. A música surge da necessidade de se expressar, vivemos tempos difíceis, e a tendência do crescimento do cenário é um pouco maior”, conclui Isabela.

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Essas três potências da música (e da representatividade feminina à frente dos palcos) estará reunida no M.A.D.A. (Música Alimento da Alma), um dos principais festivais do país, que acontece dias 12 e 13 de outubro no estádio Arena das Dunas (em Natal-RN), numa edição especial de 20 anos. Com a programação contando com 50% de artistas mulheres, Jomardo Jomas, diretor do festival, comenta “sempre tivemos a sensibilidade e preocupação de ter uma programação igualitária entre os gêneros”.

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Essa é a terceira participação no festival de Luisa, “o MADA nos apoia desde o início e foi fundamental pra nos conectar com pessoas que estão fora da nossa rede de atuação no cenário underground. É uma grande vitrine, uma super festa e estamos muito empolgados!”

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Afonsina, que recebeu o convite através de seu produtor no Brasil, Rafael Lopes, da Música a Vapor, diz que “o festival é muito importante pra mim, vai começar um diálogo com muitas pessoas jovens interessadas realmente em sons novos. Esse momento de abertura me dá sentido“.

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Para as demina, convite foi recebido com muita empolgação. Karla nos conta “é um festival que está há 20 anos no cenário musical do RN, e é de suma importância pra gente fazer parte de uma de suas edições, e sendo a edição comemorativa estamos mais lisonjeadas ainda” e Nanda finaliza, “Vamos fazer história nesse rolé!“.

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demonia – foto divulgação

 

 

 

 

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