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Sorocaba vira capital do maracatu feminino

Saiu no site CRUZEIRO DO SUL

 

Veja publicação original: Sorocaba vira capital do maracatu feminino

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3º Encontro Nacional Baque Mulher acontece na cidade, de hoje a sábado, com várias atrações

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De hoje, quinta-feira (29), até domingo, Sorocaba será a capital mundial do maracatu feminino. A cidade foi escolhida para sediar o 3º Encontro Nacional Baque Mulher, promovido pelo Sesc Sorocaba, que deve reunir mais de 150 batuqueiras de diferentes regiões do Brasil para uma imersão de quatro dias, com oficinas e vivências de maracatu de baque virado e roda de conversa sobre questões ligadas à resistência e o empoderamento feminino.

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O encontro também celebra os dez anos do grupo “matriz”, fundado pela Mestra Joana Cavalcante na comunidade do Bode, em Recife (PE), e que hoje conta com 38 “filiais” em 11 estados brasileiros — uma delas em Sorocaba. A programação integra o especial “Iorubrá: protagonismo negro”, realizado pelo Sesc Sorocaba em novembro, Mês da Consciência Negra e todas as atividades são gratuitas e livre para todos os públicos.

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A programação tem início hoje, às 19h, no teatro da unidade, com a roda de conversa “O protagonismo da mulher e seu empoderamento na sociedade atual”, que discutirá os impactos do feminismo no Brasil em diferentes contextos sociais, as conquistas do movimento feminista e lutas por direitos. Participam da roda de conversa a mestra Joana Cavalcante, fundadora do Baque Mulher; Eliane Dias, advogada e produtora do Boogie Naipe; Mãe Ofá; Iya Neide Ribeiro e Renata Oliveira, do Centro Cultural Orunmilá. A mediação será da pedagoga Mariana Bianchi. Os ingressos devem ser retirados com uma hora de antecedência na Central de Atendimento da unidade (rua Barão de Piratininga, 555, Jardim Faculdade).

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Amanhã, das 18h às 20h, acontece ensaio aberto Baque Mulher, com todas as integrantes e participantes das oficinas, coordenado por Mestra Joana Cavalcante com o auxílio de Iyabá Tenily Guian, Mariana Bianch e demais batuqueiras do Baque Mulher Recife. A atividade gratuita acontece no campo de grama sintética da unidade e as vagas são limitadas.

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No sábado (1º), às 17h, na área de convivência da unidade, será ministrada a Oficina de Dança Yorubana com as irmãs Danielle, Ana Paula e Renata Oliveira, coreógrafas do Afoxé Omó Orunmilá, de Ribeirão Preto. Já no domingo (2), também às 17h, o evento será finalizado com a apresentação do show “Baque Mulher 10 anos”. Na apresentação, o Baque Mulher comemora 10 anos de existência com um repertório especial com as loas (canções) que mais representam esses anos de lutas e conquistas desse movimento de mulheres.

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Além da música, projeto trabalha a temática do empoderamento feminino

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Sorocaba vira capital do maracatu feminino
Joana Cavalcante é fundadora do Baque Mulher. Crédito da foto: Divulgação

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O Baque Mulher é um grupo de maracatu formado exclusivamente por mulheres e foi fundado Joana Cavalcante, 39 anos, mestra da Nação do Maracatu Encanto do Pina. Nascida em uma família de batuqueiros de maracatu, em 2008, ela conta, se tornou a primeira mestra de uma nação de maracatu do Brasil, indicada pelos búzios, por escolha dos Orixás, dando início ao grande movimento de mulheres envolvidas nesta cultura que mescla ritmo, dança e ritual de sincretismo religioso de matriz africana. “No inicio foi bem dolorido. Houve uma pressão gritante dos batuqueiros homens, porque, até então, a mulher não podia tocar instrumentos. Muitos saíram porque não aceitaram ser regidos por uma mulher. Então, tive que reiniciar do zero, tempo, com muita luta frente à toda opressão e dificuldade”, comenta, em entrevista ao Mais Cruzeiro.

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Desde então, mais do que um grupo voltado à prática musical, o Baque Mulher se tornou o embrião de um coletivo voltado ao fortalecimento de discussões sobre empoderamento feminino e mobilização contra o machismo, a opressão e a violência doméstica. “Devido a essa necessidade — que não é só de Recife, mas do país todo — esse espaço onde as mulheres se sentem pertencentes, se escutam e têm abertura para expressar sua dor e suas dificuldades, o Baque Mulher se tornou uma rede e tem grupos em 38 cidades”, afirma.
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O núcleo de Sorocaba foi fundado há três anos e, de acordo com a coordenadora local Camila Jurado, conta atualmente com cerca de 25 integrantes. Os ensaios gratuitos e abertos a todas as mulheres ocorrem às quintas-feiras, às 19h30, na sede do Momunes (rua Orestes Angelo Coló, 62 Jardim São Marcos), e quinzenalmente, aos sábados, às 16h, em espaços públicos como a praça Frei Baraúna.

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Mestra Joana destaca que o Encontro Nacional propicia a troca de experiências e fortalecimento ainda maior desta rede de mulheres, por meio de bate-papo, ensaios e vivências. A escolha de Sorocaba como sede do encontro (a primeira edição, em 2016, também foi realizado na cidade) se deve ao apoio oferecido pela unidade do Sesc e por sua posição geográfica, já que o estado de São Paulo é o que concentra maior número de núcleos em todo o país. “É um evento muito importante e aguardado o ano inteiro, mas este será ainda mais especial. Primeiro, porque a celebração dos 10 anos do Baque Mulher e segundo porque ocorre em um momento político turbulento, que exige que as mulheres estejam ainda mais unidas”, conclui.

 

 

 

 

 

 

 

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