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Somos muitas e muito mais fortes do que eles pensam: vamos vencer!!!

 Mulheres Negras e Indígenas: por nós, por todas nós, pelo Bem Viver

 

VEJA PUBLICAÇÃO ORIGINAL: Somos muitas e muito mais fortes do que eles pensam: vamos vencer!!!

 

 

 

POR: MARCHA DAS MULHERES NEGRAS DE SP 

 

Neste 25 de julho, nós mulheres negras e indígenas, que sempre lutamos para sobreviver à violência dos que nos trouxeram escravizadas a este país, ou ocuparam nossas terras e impuseram uma política escravizadora e colonialista, voltamos às ruas com a força das nossas ancestrais e de milhares de lutadoras anônimas para gritar bem alto que seguimos em marcha. Marchamos contra o racismo, o genocídio do povo negro, o feminicídio, o machismo, o etnocídio, a lesbofobia, a bifobia e a transfobia, o racismo religioso e todas as formas de violência e violação dos direitos humanos, contra o golpe e a retirada de nossos direitos.

 

Nossos passos vêm de longe

Tudo o que nós mulheres negras e indígenas temos em termos de direitos foi conquistado com muita luta e resistência. Nos libertamos do açoite e da escravidão. Derrotamos ditaduras. Conquistamos o direito ao voto, o SUS e a política de saúde da população negra. Conquistamos as cotas, a Lei Maria da Penha, as leis (10.639/2003 e 11.645/2008) que obrigam as escolas a ensinarem a história de luta do nosso povo e de como somos fundamentais para esse país ser rico como é. Arrancamos com unhas e dentes a lei do trabalho doméstico em 2015, ano da nossa primeira Marcha das Mulheres Negras – que fez história e cobriu Brasília sob a bênção de nossas ancestrais e com a força de mais de 50 mil irmãs de todos os cantos deste país.

 

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 Parem de nos matar!
Seguimos em marcha também pela liberdade de Rafael Braga. Vítima do racismo estruturante do Estado penal brasileiro que produz um judiciário corrompido pelo elitismo que legitima o genocídio da população negra. Há milhares dos nossos encarcerados, com destaque para o fato do encarceramento de mulheres ter aumentado 500% e duas a cada três mulheres com privação de liberdade são negras.

Marchamos para pôr fim aos feminicídios – que contra nós mulheres negras cresceu 54% em dez anos.

Nossa vida de mulher negra e indígena nunca foi fácil. E se somos bissexuais, lésbicas, travestis e transexuais, contrariando os padrões hegemônicos da sociedade, tudo fica ainda mais difícil.
O processo de construção da nossa Marcha demonstrou que mesmo sob governos progressistas nossos direitos ainda estavam longe de se consolidar. O Estado brasileiro, em qualquer regime político, segue matando nossos jovens, nossos filhos e filhas, irmãos e irmãs, companheiros e companheiras, nos encarcerando, dificultando o reconhecimento das nossas terras e a prática da nossa religiosidade.
Nenhum direito a menos!!

 

Derrotar o ataque golpista à aposentadoria, aos direitos do trabalho e ao retrocesso de nossos direitos conquistados

 

Com o golpe impetrado pela direita, os fundamentalistas e políticos corruptos tudo que era ruim tende a piorar. Querem nos tirar tudo que conquistamos com muito sangue, suor, lágrimas e luta. Mal as trabalhadoras domésticas conquistaram o direito a 13º salário, férias remuneradas e aposentadoria e os golpistas impõem uma reforma trabalhista que acaba com a CLT. Mesmo sendo a maioria das trabalhadoras informais, com dificuldade de acesso a benefícios trabalhistas, as mudanças nas leis do trabalho nos atingem porque quando todo mundo perde, nós negras e indígenas perdemos mais que todo mundo.
Querem também acabar com o direito à aposentadoria e nos fazer trabalhar até morrer. Querem desengavetar a redução da maioridade penal para aprisionar mais e mais nossos filhos numa política de encarceramento que é parte do genocídio do nosso povo. Congelaram por 20 anos o investimento no SUS, onde 7 em cada 10 usuários são negras e negros. Tentam exterminar comunidades quilombolas e nações indígenas para tomar as terras para o agronegócio.

 

Derrotar o higienismo e a privatização de tudo em SP

 

Mas não vamos deixar que eles ajam sem resistência e luta. E vamos derrotar a Casa Grande mais uma vez. Da mesma forma que estouramos os grilhões da escravidão e derrubamos generais. Como derrotamos os racistas da USP e conquistamos as cotas raciais para que nosso povo, que sustenta as universidades paulistas, entre pela porta da frente em todos os cursos, e não passemos mais 127 anos para formar quatro engenheiras negras na Escola Politécnica.

 

 Vamos ocupar todos os espaços nossos por direito!

 

Vamos garantir o direito de sermos livres e donas de nossos corpos, sem nenhuma interferência de fundamentalistas de qualquer natureza. Marchamos pela construção de um novo marco civilizatório que seja antirracista, anticapitalista e que contemple as mulheres negras de forma estrutural. Não há revolução que não passe por nós, mulheres negras!

Vamos fazer valer nossa luta pelo Bem Viver, aclamado por mulheres negras de todo Brasil na Marcha de 2015.

Não vão destruir nossos sonhos e utopias!

Essa luta é nossa e vamos vencer porque somos jovens, adultas, idosas, heterossexuais, lésbicas, transexuais, travestis, bissexuais, mulheres com deficiência, das favelas, subúrbios, sem-teto, trabalhadoras domésticas, prostitutas, artistas, empresárias, intelectuais, artesãs, catadoras de materiais recicláveis, religiosas de matriz africana, pastoras e evangélicas, agentes pastorais católicas, mães, feministas, mães de crianças assassinadas, estudantes, comunicadoras, e muitas mais.

Somos Dandara, Aqualtune, Tereza, Luiza Mahin, Carolina, Chicas, Laudelinas, Samoa, Luanas, Cláudias, Katianes.

Somos luta e resistência e uma sobe e puxa a outra. Ninguém fica para trás!

 

 

25 de julho: Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha 

 

 

Dia de Tereza de Benguela

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Contato: spmarchamulheresnegras2015@gmail.com

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