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Quatro em cada dez mulheres têm medo de negar exigências sexuais de parceiros, diz estudo

Saiu no site NAÇÕES UNIDAS

 

Veja publicação original:  Quatro em cada dez mulheres têm medo de negar exigências sexuais de parceiros, diz estudo

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Quatro em cada dez mulheres em 51 países sentem não ter escolha a não ser concordar com as exigências sexuais de seus parceiros, informou nesta quarta-feira (10) o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Segundo a agência de saúde sexual e reprodutiva da ONU, estas mulheres também não têm a tomada de decisões sobre questões de gravidez e acesso a serviços de saúde.

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O relatório estimou que 214 milhões de mulheres no mundo não têm acesso fácil a métodos contraceptivos por conta de obstáculos culturais e econômicos – apesar de sua disponibilidade cada vez maior. Além disso, mais de 800 mulheres morrem diariamente de causas tratáveis durante a gravidez e o parto.

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De acordo com a análise, a ausência de direitos reprodutivos e sexuais tem grandes repercussões negativas sobre a educação, a renda e a segurança das mulheres, fazendo com que elas fiquem “incapazes de moldar seus próprios futuros”.

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Casamento precoce permanece um sério problema no Chade e na região do Sahel, na África. Foto: ONU/Eskinder Debebe

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Quatro em cada dez mulheres em 51 países sentem não ter escolha a não ser concordar com as exigências sexuais de seus parceiros, informou nesta quarta-feira (10) o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Segundo a agência de saúde sexual e reprodutiva da ONU, estas mulheres também não têm a tomada de decisões sobre questões de gravidez e acesso a serviços de saúde.

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A diretora do UNFPA em Genebra, Monica Ferro, disse que os números são “preocupantes”. Ela destacou a necessidade de aumentar o nível de consentimento e o acesso a serviços de saúde para milhões de mulheres no mundo todo. “Não se esqueçam: cada um destes números é uma pessoa”, acrescentou.

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As informações, relacionadas a mulheres de 15 a 49 anos, foram publicadas pela primeira vez como parte do relatório “Estado da População Mundial 2019”.

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Mortes por causas tratáveis relacionadas ao parto

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O relatório estimou que 214 milhões de mulheres no mundo não têm acesso fácil a métodos contraceptivos por conta de obstáculos culturais e econômicos – apesar de sua disponibilidade cada vez maior. Além disso, mais de 800 mulheres morrem diariamente de causas tratáveis durante a gravidez e o parto.

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De acordo com a análise, a ausência de direitos reprodutivos e sexuais tem grandes repercussões negativas sobre a educação, a renda e a segurança das mulheres, fazendo com que elas fiquem “incapazes de moldar seus próprios futuros”.

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Estas mulheres e meninas deixadas para trás “são tipicamente pobres, rurais e menos instruídas”, disse Ferro, acrescentando que “dois terços de todas as mortes maternas hoje em dia acontecem na África Subsaariana”.

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Além da pobreza rural e urbana, necessidades não atendidas de serviços de saúde sexual e reprodutiva também são mais altas em grupos marginalizados – incluindo grupos étnicos minoritários – jovens, pessoas solteiras, pessoas LGBTI e pessoas com deficiências.

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Casamento infantil

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Os casamentos infantis continuam sendo um grande obstáculo cultural ao empoderamento de mulheres e a melhores direitos reprodutivos, segundo o relatório do UNFPA.

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“Uma menina que se casa quando tem 10 anos provavelmente deixa a escola”, disse Ferro. “E como ela deixa a escola, ela não terá as habilidades de negociação, não terá as habilidades específicas que irão permitir que tenha um emprego de melhor remuneração”.

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Além das preocupações econômicas, meninas que se casam precocemente enfrentam sérios riscos à saúde. “Se ela se casar aos 10 anos, a probabilidade é que começará a ter filhos antes que seu corpo esteja pronto para isso, sem falar sobre (os efeitos) sobre seu estado mental. Isto também aumenta as possibilidades de complicações na gravidez e complicações no parto”, disse Ferro.

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Aumento de infecções transmitidas sexualmente

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Riscos adicionais à saúde causados por barreiras que impedem o acesso de mulheres a métodos contraceptivos também incluem 376 milhões de novas infecções por clamídia, gonorreia ou sífilis todos os dias, entre pessoas de 15 a 44 anos, acrescentou a diretora do UNFPA.

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Apesar destas preocupações, o relatório do UNFPA destacou que milhões usufruíram de vidas mais seguras e mais produtivas nos 50 anos desde que a agência foi fundada, graças à pressão da sociedade civil e de governos para reduzir drasticamente gestações não desejadas e mortes maternas.

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Destacando mudanças positivas na última metade de século, o relatório mostrou que em 1969 o número médio de partos por mulher era de 4,8, comparado a 2,9 em 1994. Hoje, o número médio é 2,5.

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As taxas de fertilidade em países menos desenvolvidos também caíram significativamente neste período: de 6,8 em 1969 para 5,6 em 1994 e para 3,9 em 2019. O número de mulheres que morreram de causas relacionadas à gravidez caiu de 369 a cada 100 mil nascimentos, em 1994, para 216, em 2015.

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Além disso, embora 24% das mulheres usassem métodos contraceptivos modernos em 1969, a porcentagem aumentou para 52% em 1994 e 58% em 2019, segundo a agência.

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Olhando para desafios futuros, a agência da ONU destacou a ameaça aos direitos reprodutivos de mulheres e meninas provocada por emergências decorrentes de conflitos ou desastres climáticos.

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Em torno de 35 milhões de mulheres, meninas e jovens irão precisar de serviços de saúde sexual e reprodutiva vitais neste ano, assim como serviços para responder à violência com base em gênero.

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“Todos os dias, mais de 500 mulheres e meninas, incluindo em países em cenários de emergência, morrem durante a gravidez e o parto por conta da ausência de assistentes de parto qualificados ou de procedimentos obstétricos de emergência”, disse Ferro.

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Alertando que mulheres e meninas deixadas sem direitos reprodutivos decentes são incapazes de ter o futuro que querem, a diretora-executiva do UNFPA, Natalia Kanem, pediu para líderes mundiais se comprometerem novamente a garantir direitos de saúde reprodutiva e sexual para todos. O primeiro compromisso foi feito na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, em 1994 no Cairo.

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“Sem acesso, elas não tem poder para tomar decisões sobre seus próprios corpos, incluindo se ou quando querem engravidar”, afirmou Kanem.

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No evento no Egito, 179 governos pediram para todas as pessoas terem acesso a assistência abrangente de saúde reprodutiva, incluindo planejamento familiar voluntário.

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Ecoando este apelo, Judith Bruce, uma dos 15 “campeões da mudança” apresentados no relatório por suas influências positivas em direitos sexuais e reprodutivos, pediu para a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável ser usada para levar investimento a locais onde casamentos infantis, coerção sexual e pobreza se sobressaem.

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Em torno de 50 milhões de meninas de 10 anos nos países mais pobres do mundo enfrentam crescente pressão para “comercializar sexualidade e fertilidade” perante “as crescentes emergências climáticas, conflitos, deslocamentos, escassez”, afirmou Bruce.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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