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Mulheres ganham menos que os homens em todos os cargos e áreas, diz pesquisa

Saiu no site G1: 

 

Veja publicação original: Mulheres ganham menos que os homens em todos os cargos e áreas, diz pesquisa

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A diferença salarial chega a quase 53%; as profissionais ainda são minoria em cargos de gestão.

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Por Marta Cavallini

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O mercado de trabalho brasileiro mostra que as mulheres ainda têm um longo caminho a percorrer para obter o mesmo reconhecimento que os homens. Pesquisa realizada pelo site de empregos Catho neste ano com quase 8 mil profissionais mostra que elas ganham menos que os colegas do sexo oposto em todos os cargos, áreas de atuação e níveis de escolaridade pesquisados – a diferença salarial chega a quase 53%.

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Além disso, mulheres ainda são minoria ocupando posições nos principais cargos de gestão, como diretoria, por exemplo.

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Para Kátia Garcia, gerente de relacionamento com cliente da Catho, apesar de ainda existir uma grande desigualdade entre homens e mulheres, houve um avanço, mesmo que tímido. E reconhece que levará tempo até que as condições sejam equiparadas.

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“Embora o cenário esteja longe do ideal, não podemos dizer que não há melhora. Aumentou a ocupação da mulher no mercado de um modo geral e também nos cargos de chefia”, diz.

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Nível de escolaridade

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A pesquisa mostra que as maiores diferenças salariais se dão entre os profissionais de nível superior e com MBA – as mulheres ganham quase a metade do salário dos homens. O percentual é atenuado conforme a escolaridade vai diminuindo, mas o salário dos homens é superior em todos os níveis de escolaridade.

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Kátia diz que essa diferença pode ser explicada pelo fato de as profissionais interromperem a vida profissional por causa da maternidade ou por mudarem de carreira e começarem do zero em outra com mais frequência que os homens.

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Segundo ela, estudo anterior feito pela Catho mostra que as mulheres interrompem a carreira seis vezes mais que os homens com a chegada dos filhos.

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Diferenças de salários de homens e mulheres por grau de escolaridade — Foto: Ilustração: Karina Almeida/G1

Diferenças de salários de homens e mulheres por grau de escolaridade — Foto: Ilustração: Karina Almeida/G1

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Cargos

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O levantamento mostra que quando as mulheres ocupam cargos de presidente e diretor recebem em média 32% a menos que os homens. No cargo de consultor, a diferença chega a quase 39%. As menores diferenças estão nos cargos de auxiliar/assistente e estagiário/trainee.

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Kátia considera que o contexto histórico explica tantas diferenças reveladas pela pesquisa. “O fato de a mulher ter entrado no mercado mais tarde, ter tido acesso a escolaridade mais tarde, ter atribuição principal sobre a maternidade, tudo isso contribui para que o processo de carreira seja mais lento e existam essas diferenças”, explica.

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Diferenças de salários entre homens e mulheres de acordo com os cargos — Foto: Karina Almeida/G1Diferenças de salários entre homens e mulheres de acordo com os cargos — Foto: Karina Almeida/G1

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Quanto mais alto cargo, maior a desigualdade

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Já em relação à distribuição das mulheres entre cargos de gestão pesquisados, houve uma pequena melhora desde 2011, mas as desigualdades ainda aparecem e aumentam à medida que o nível hierárquico sobe.

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O cargo de presidente é o que tem a menor proporção de mulheres – 25,85% em 2017 – e apresenta o menor crescimento em comparação a 2011 – aumento de 2,94 pontos percentuais.

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Já o cargo de encarregado, o mais baixo entre os pesquisados em nível de gestão, tem a maior proporção de mulheres – 61,57%.

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Kátia considera que a questão da maternidade pode desacelerar a carreira das mulheres, o que pode explicar tamanha desproporção e o fato de elas terem maior participação nos cargos mais baixos da hierarquia.

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Proporção das mulheres ao longo dos últimos seis anos em cargos de gestão — Foto: Karina Almeida/G1

Proporção das mulheres ao longo dos últimos seis anos em cargos de gestão — Foto: Karina Almeida/G1

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Áreas de atuação

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A pesquisa da Catho mostra que em todas as áreas de atuação pesquisadas, as mulheres ganham menos que os homens, até mesmo nas que há predominância feminina, como na de saúde. A maior diferença está na área jurídica – as mulheres recebem menos da metade da remuneração dos homens (52,7% a menos).

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“A verdade é que estamos longe da equiparação salarial, em especial quando percebemos que elas ainda ganham menos que eles em todas as áreas de atuação consultadas”, diz Kátia.

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Segundo ela, as empresas costumam avaliar a disponibilidade que a profissional mulher tem para contratá-la ou promovê-la. “Se o filho fica doente é a mãe que sai para socorrer. Para uma promoção por exemplo isso pesa”, diz.

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Diferenças de salários entre homens e mulheres por áreas de atuação — Foto: Karina Almeida/G1

Diferenças de salários entre homens e mulheres por áreas de atuação — Foto: Karina Almeida/G1

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Cenário promissor

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Kátia ressalta que tem havido um aumento das promoções para as mulheres, incluindo mudanças de cargos e reajustes de salários, e que existe uma tendência para que as desigualdades sejam reduzidas.

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Entre os fatores, ela cita a tendência de muitas empresas de permitirem o home office (trabalho remoto), que ajuda principalmente as profissionais com filhos a terem um horário de trabalho flexível.

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“É positivo para o mercado as profissionais que cuidam da casa e entregam bons resultados dentro do trabalho. Isso equaciona a maternidade e a carreira para as mulheres e propicia uma igualdade de salários um pouco maior”, afirma Kátia.

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Kátia se diz otimista com o futuro. Para ela, uma série de mudanças já começaram a contribuir para mudar o cenário de desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho.

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“Os homens estão ajudando as mulheres em casa, hoje em dia as famílias estão menores, há muitas famílias que optam por não ter filhos, a possibilidade de trabalhar em casa por causa da internet, tudo isso já está ajudando”, diz.

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