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Mulher no volante é cuidado constante!: impressões sobre motoristas de ônibus

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Veja publicação original: Mulher no volante é cuidado constante!: impressões sobre motoristas de ônibus

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Por Laís Souza

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A motorista de ônibus Juliana de Almeida, 33 anos, supera qualquer tipo de preconceito comum, contido em frases como “mulher no volante é perigo constante” ou até mesmo “lugar de mulher é pilotando fogão”, que são expressões pejorativas espalhadas por pessoas machistas na sociedade. Atuando na profissão há mais de dez anos, a condutora de ônibus relata que o machismo ainda é muito frequente, tanto no meio masculino quando no feminino. “Enfim, mesmo com todo o machismo, a mulher no volante torna o trânsito mais seguro pela forma que tem mais paciência e dirigem com mais cautela”, analisou.

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Em resposta a esses pensamentos preconceituosos dos quais Juliana também já foi alvo, nos últimos anos, tem se tornado mais popular a expressão “igualdade de gênero”. São apenas duas palavras que carregam consigo uma enorme discussão ao seu redor. Como a própria palavra já diz, igualdade de gênero é a busca por uma sociedade que não julgue como “melhor ou pior” uma pessoa pelo simples fato de seu gênero ser masculino ou feminino, ou até mesmo de acordo com a sua orientação sexual.

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Pensando dessa forma, as mulheres estão percebendo que não existe esse papo de “isso não é coisa de mulher”. Somando a esse pensamento à colega de trabalho de Juliana, na empresa Ratrans, Marcia Gardenia, 37 anos, afirma que o trânsito necessita de mais mulheres, pois são elas as mais cuidadosas. “Mulher no volante é cuidado constante!”, ressalta.

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E essas afirmações refletiram de forma concreta na pesquisa realizada pelo Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran-MA), que afirma que as mulheres cometem menos infrações no trânsito no estado do Maranhão. Das 236 mil 394 infrações gravíssimas do período de fevereiro de 2017 a janeiro de 2018, as mulheres respondem somente por 21% dos registros. Logo, também são as que menos se envolvem em acidentes.

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A rotina não é fácil nem para “eles’’ muito menos para “elas’’. Ser motorista de ônibus é sem dúvida uma profissão que exige muito do profissional, afinal todos os dias milhares de pessoas dependem do controle destes veículos. Mas o que mantém Juliana na rotina é saber que os usuários necessitam dela para se locomover em Imperatriz. “Ser motorista de ônibus é levantar toda madrugada e saber que tem muita gente à sua espera para assumir suas obrigações e afazeres. É você estar ali, pronta para transportar pais e mães de família que, assim como você, levantam cedo para garantir o desenvolvimento da sociedade. Eu amo ser motorista”, ressaltou Juliana.

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O que eles pensam

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O aposentado Sudário Pereira, 80 anos, afirma que nunca subestimou as mulheres, pois a vida já lhe ofereceu muitas surpresas. “Sempre olhei as pessoas como iguais, mas sem dúvida o que essas mulheres atuais estão fazendo é incrível. E essas lutas atuais têm que ser reforçadas por todos, seja mulher ou homem. Aliás, elas ficam mais bonitas ainda dentro de automóveis”, ponderou o aposentado.

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Já para o estudante Benicio Meireles Alencar, 16 anos, as motoristas são mais calmas, o que é bastante útil quando o assunto é transito. “Eu prefiro quando é uma das mulheres que vem dirigindo, pois elas têm mais cuidado na hora de passar por um quebra-molas e algumas sabem até onde é a nossa parada. Elas se atentam até nesses detalhes”.

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Inspiração

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Para a vendedora de hortaliças Maria Aparecida de Abreu, 50 anos, moradora do bairro São José, que depende do transporte público para ir e vir do seu lugar de trabalho para a sua casa, há mais ou menos três anos, essas mulheres servem de inspiração para diversas outras que se subestimam por fazer parte deste gênero.  “Essas garotas que se atrevem a enfrentar o machismo da sociedade deveriam ser parabenizadas por isso”, acredita.

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Já para a aposentada Elisabete Teixeira, 62 anos, essas motoristas mulheres lhe fizeram repensar suas perspectivas de vida. “Depois que me aposentei pensei que não podia fazer mais nada, mas olhando essas meninas trabalhando em serviços que na minha época eram consideradas apenas de homens, comecei a repensar minha vida e decidi começar na autoescola. Afinal, eu não me esforcei à toa para compra um carro e que agora está sobre o controle de meu filho, mas isso é só questão de tempo”, garantiu.

 

 

 

 

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