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Mirian Bottan venceu a bulimia, foi musa fitness e aprendeu a amar seu corpo

Saiu no site ELLE:

 

Veja publicação original: Mirian Bottan venceu a bulimia, foi musa fitness e aprendeu a amar seu corpo

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Por Nathalia LevyJulia MelloPedro Camargo

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Mirian Bottan superou transtornos alimentares e hoje inspira muitas mulheres a fazerem o mesmo.

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Encontramos com Mirian Bottan em um restaurante especializado em crepres e waffles que fica ao lado de sua casa, em São Paulo. Ela chega sorrindo e logo dá um “oi” simpático ao garçom, e entendemos que o local deve ser um de seus favoritos. Ao longo da conversa, esse detalhe se mostra uma vitória maior do que parece. Mirian passou 13 anos lidando com uma bulimia, que em 2015 se transformou em uma fixação por alimentação saudável e exercícios físicos. A ideia pode soar positiva, mas representa um outro tipo de transtorno, a ortorexia. “A ferramenta havia mudado, mas a obsessão era a mesma. Em vez de eu vomitar e ficar sem comer, eu só ingeria alimentos sem sal, sem açúcar e sem gordura. Vi que era a mesma coisa, pois a obsessão pelo corpo continuava ali. A falta de vida estava ali”, relembra a época quando tudo girava em torno de cozinhar, fazer marmitas, ir à academia e negar convites para sair com os amigos. “Eu estava pior, na verdade. Me aproximava do corpo que achava que queria ter, mas não me sentia menos insegura. Ao contrário, passei a me comparar com todo mundo e a seguir musas fitness“.

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O bombardeio imagético na rede social, como ela aponta, é perigoso porque não considera as receptoras dessas imagens. Meninas se inspiram em rotinas que podem não fazer sentido com as suas vidas e seus corpos, e se frustram ao não alcançar os resultados desejados. Mas esse universo é sedutor e fez com que Mirian acreditasse por um tempo que as resoluções de seus problemas estariam nele. Ainda em 2015, ela foi ao Medium e escreveu um texto que viralizou, o Como ser ‘fitness’ tem me ajudado a vencer a bulimia, que mostrava, de fato, pontos positivos, mas escondia as novas obsessões. Na época, a jornalista relembra que ficou ciumenta, a relação com todos ao redor estava mais difícil e que sentia como se estivesse secando gelo — sempre com mais gordura para perder, músculos para ganhar, bunda para conseguir.

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mirian-bottan-body-neutrality Mirian usa vestido Miu Miu.

Mirian usa vestido Miu Miu. (Thais Vandanezi/ELLE)

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Sua presença nas mídias sociais mudou drasticamente quando, depois de crises de ansiedade e muita terapia, ela começou a se redescobrir como uma pessoa inteira. E esse conceito merece atenção especial. Se você acompanha posts de blogueiras que focam no estereótipo do corpo ideal, já deve ter visto muitas fotos de meninas com o celular na frente do rosto, além de cliques apenas de barrigas chapadas ou pernas definidas. “Aprendi a parar de me desmembrar e me exergar de forma completa. Uma pessoa com um corpo, sim, mas também com outros interesses e hobbies. Nós não somos um braço que achamos gordo, nós somos nossos sonhos. Comecei a me questionar se eu sabia, de fato, quais eram os meus gostos. E finalmente percebi que eu era muito maior do que um transtorno alimentar”.

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Hoje, Mirian inverteu tudo aquilo que outrora a havia dominado e virou uma digital influencer, no sentido mais puro da expressão. Ela fala com cerca de 600 mil pessoas em seu perfil no Instagram, e organicamente transformou cada uma de suas postagens em verdadeiros fóruns de discussão. Ela usa o humor para criar montagens invertidas de “antes e depois”, que se destacam no mar de fotos de barrigas negativas e coxas que não se tocam. “Eu nunca uso a frase ‘se eu consigo você também consegue’ porque não dá para ignorar os contextos. Meu namorado nunca me chamou de linda, ele sempre falou que eu era brilhante, se fosse um namorado que falasse para eu ir à academia talvez fosse diferente”, analisa. Hoje em uma missão de abrir os horizontes de muitas mulheres que podem estar passando por algo que já foi superado por ela em sua trajetória, Mirian adotou um olhar neutro para sua vida e também para aquilo que a sociedade enxerga como pressão. “Meu rosto está mudando, há olheiras que não vão mais embora. Tive um trabalho de mudar de mentalidade, e agora vejo que esses anos a mais que trouxeram olheiras também trouxeram conhecimento. Vejo todo o tempo perdido lá atrás e jamais voltaria aos meus 20 anos para ter aquele corpo de antes”.

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 (Thais Vandanezi/ELLE)

Este texto faz parte do Especial Body Neutrality, publicado em novembro de 2017. Clique aqui para conhecer mais histórias de mulheres inspiradoras.

 

 

 

 

 

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