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Menina ganhar festa por 1ª menstruação é um grande sinal de mudança

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Veja publicação original:   Menina ganhar festa por 1ª menstruação é um grande sinal de mudança

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Por Regina Navarro Lins

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Uma menina britânica de 11 anos ganhou uma festa com bolos e presentes em comemoração à primeira menstruação. Quem organizou tudo foi a mãe, que quis contribuir para que a filha abraçasse a transição sem vergonha ou preconceitos. “Quero que minha filha seja educada, confiante, forte e que não tenha vergonha do seu corpo e abrace a vida de mulher com orgulho”, declarou no seu instagram.

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Essa atitude da mãe deixa claro a mudança na forma de perceber o sangue menstrual, tabu em outras épocas e culturas. Observando a História constatamos que, sendo os órgãos sexuais de mulheres e homens tão diferentes, tornam-se de alguma forma misteriosos para o outro sexo. A vagina, vista como perigo ameaçador, não é visível e suas propriedades são estranhas.

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“No inconsciente e nos mitos, a vagina é representada alternadamente como uma força devoradora, devastadora, insaciável, uma caverna com dentes, que causa pesadelos e, finalmente, a morte. Esse medo quase universal é ligado ao do sangue. Primeiro, o sangue menstrual, assustador e doentio, já que é objeto de uma imensa quantidade de tabus, mas também o sangue da defloração, que se acredita trazer azar”, diz a filósofa francesa Elisabeth Badinter.

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Os baruya, da Nova Guiné, assumem postura de nojo e repulsa diante da menstruação. O escoamento do seu sangue menstrual ameaça a virilidade do homem e, consequentemente, o domínio dos homens sobre a sociedade.

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As mulheres baruyas, durante a menstruação ficam isoladas de seu grupo social, em tenda aparte, proibidas de tocar em alimentos ou em outras pessoas. Elas devem evitar passar por cima de qualquer objeto estendido no solo e nunca, sob pena de morte, da lareira da casa, mesmo apagada: seu sexo poderia se abrir e poluir o lugar onde ela cozinha o alimento que vai à boca do homem.

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No ato sexual, é proibido a mulher ficar por cima do parceiro, pois os líquidos que enchem sua vagina poderiam espalhar-se sobre o ventre do homem. E mesmo que a mulher chupe o pênis do homem (para se alimentar do esperma benéfico) este jamais deve aproximar sua boca do sexo da mulher, que deixa escorrer líquidos maléficos. Badinter assinala que, entre os baruya, não é tanto a cavidade vaginal que é temida, mas os venenos que ela secreta.

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A menina britânica, que festejou a primeira menstruação, é um sinal de que a distinção entre masculino e feminino, que tanto sofrimento causa às mulheres, caminha para o seu fim.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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