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Menina de 12 anos é mais uma vítima de difamação e polícia já fala em estupro virtual em 4 cidades de MS

Saiu no site G1

 

Veja publicação original:  Menina de 12 anos é mais uma vítima de difamação e polícia já fala em estupro virtual em 4 cidades de MS

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Investigação fala que, quem propaga conteúdos, também pratica crime. Maioria registrou queixa alegando que teve fotos copiadas das redes sociais e foram xingadas em vídeos.

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Por Graziela Rezende

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Uma menina de 12 anos está entre as supostas 18 vítimas de difamação em Bonito, a 278 km de Campo Grande. Segundo a Polícia Civil, a maioria delas já registrou boletim de ocorrência, ressaltando que tiveram as fotos copiadas das redes sociais em um vídeo, no qual são xingadas e o conteúdo foi espalhado na internet e WhatsApp.

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Uma estudante e atendente de farmácia, de 18 anos, diz que recebeu o conteúdo ao ser confundida com a irmã. “Algumas conhecidas mandaram achando que eu quem estava no vídeo, mas, é a minha irmã mais nova, uma criança. E lá fala que elas são as mais ‘prostitutas’ de Bonito. Ela está passando férias em Campo Grande e, quando está aqui, quase não sai de casa. Isso a deixou muito triste, mas, já conversamos e explicamos que tudo será resolvido”, afirmou.

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Ainda conforme a irmã, a mãe da vítima já esteve na delegacia para registrar o boletim de ocorrência. “Nós nem imaginamos o motivo deste vídeo. A única coisa que vi é uma menina escrevendo um texto no Facebook, pedindo desculpas, algo que logo depois foi apagado. Por aqui, está todo mundo bem revoltado e queremos providências, pois tem muita gente comentando e compartilhando”, ressaltou a jovem.

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Outros casos

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Além de Bonito, municípios como Sonora, Rio Brilhante e Ribas do Rio Pardo também registraram casos de difamação, envolvendo adolescentes vítimas de vídeos semelhantes. Conforme a polícia, a hipótese inicial não é de um grupo organizado, porém de fatos isolados, alguns envolvendo o crime de estupro virtual.

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Em Sonora, a 366 km de Campo Grande, a apuração do ato infracional envolve uma adolescente e o namorado dela, suspeitos de criar um vídeo, em que usam fotos de diversas meninas da cidade e as difamam com músicas e xingamentos. As vítimas vão de 15 a 17 anos e a suspeita teria feito o vídeo por ciúmes, ainda conforme a polícia. Nesta terça-feira (15), o delegado Daniel Luiz da Silva, responsável pela investigação, disse ao G1 que eles ainda não foram encontrados e as buscas continuam.

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Já em Ribas do Rio Pardo, a 84 km da capital sul-mato-grossense, quatro pessoas, entre elas dois adolescentes, de 12 e 17 anos, foram encaminhadas para a delegacia, após difamarem vítimas nas redes sociais e também em grupos de WhatsApp. O indiciamento dos envolvidos ocorreu no último dia 8.

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De acordo com as investigações, uma adolescente teria criado um vídeo, em que denegria várias meninas da cidade. Em seguida, um adolescente teria compartilhado na internet, o que gerou comentários ofensivos de suspeitos de 18 e 21 anos.

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Um deles falou que “todas as meninas do vídeo seriam marmitas e que quem criou o grupo deveria ganhar um prêmio”. Já o outro reforçou o comentário do amigo, falando que as faria de “marmitex”. Revoltadas, as vítimas comentaram que as imagens tiveram grande repercussão na cidade, além de outros municípios, como Campo Grande, Água Clara e Três Lagoas, na região leste do estado.

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Os jovens de 18 e 21 anos permaneceram presos em flagrante. Já os adolescentes respondem ao crime em liberdade, por conta do Estatuto da Criança e o Adolescente (ECA). Ao todo, eles respondem por 11 crimes de difamação, já que, até o momento, foi este o número de vítimas identificadas.

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A pena para difamação é de detenção, de seis meses a dois anos, além de multa.

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Intimidade exposta

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Conforme o delegado Wellington de Oliveira, assessor de comunicação da Polícia Civil, a primeiro passo é registrar queixa. “Por enquanto, não podemos falar em algo organizado. Nestes casos, não existe só o crime de difamar, caluniar e injuriar. Temos uma criança entre as vítimas, então quando você a chama de puta, por exemplo, está dizendo que ela transa e pratica atos obscenos. É um caso de estupro virtual, que inclusive já causou condenação em outros estados e infringe o ECA”, explicou.

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Nestes casos, é possível que seja feita a quebra de sigilo telefônico e telemático. “Quem propaga estes conteúdos também pratica crime, mesmo que inocentemente. Aquele que diz: vou repassar só para outras pessoas tomarem conhecimento, também está errado. Tivemos as prisões em Ribas do Rio Pardo recentemente, são casos em que extravasa o senso de intimidade e reforço que a recomendação é registrar o boletim de ocorrência”, finalizou.

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