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Luzia Amélia sofre racismo no Facebook e registra B.O: “senti uma dor imensa”

Saiu no site CIDADE VERDE – PIAUÍ

 

Veja publicação original: Luzia Amélia sofre racismo no Facebook e registra B.O: “senti uma dor imensa”

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Por Izabella Pimentel

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Uma das principais referências da dança no Estado, a bailarina Luzia Amélia Marques, foi alvo de racismo no Facebook. Três perfis de mulheres fizeram ataques a coreógrafa piauiense após divulgação de fotos da performance “Banho de Sangue”.

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Um dos comentários dizia que Luzia “merecia 20 chibatadas”. O outro dizia que a performance da artista era “falta de vassoura”.

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“Senti uma dor imensa. Um sentimento de inferioridade. Foi a primeira vez que sofri um racismo de forma tão evidente. É como se você não pudesse fazer o que quer porque é negra. O Brasil é um país racista e se você é mulher, negra e artista esse racismo vem mais forte”, disse Luzia.

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A performance que impulsionou o racismo contra Luzia Amélia é intitulada “Banho de Sangue”. O perfil da usuária I.M repostou uma foto da apresentação feita na frente da prefeitura de Teresina e questionou se aquilo “era arte”. Foi nesta postagem que os comentários racistas foram feitos. No ato  realizado nas escadarias do Palácio da Cidade, a artista chamava atenção para o processo de desapropriação dos moradores da Avenida Boa Esperança.

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“Sobre não entender ou criticar minha arte eu não me importo. Mas a gente sabe que disseram isso porque sou negra. É misto de revolta e ao mesmo tempo uma consciência que eu sei que as coisas são assim por mais que as pessoas digam que não existe racismo no Brasil”, acredita Luzia.

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Nessa segunda-feira (14) Luzia denunciou os ataques à Delegacia de Crimes Virtuais e um inquérito policial será aberto. A bailarina também irá processar as autoras do racismo por injúria racial e difamação.

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“Vamos mover processo contra as três. Desta vez eu acho que é uma obrigação que eu tenho porque eu percebo que não mexeu só com a questão do meu corpo. Mexeu com questões  muito maiores  sobre o que é  ser uma mulher negra na sociedade contemporânea. A pessoa negra tem que  estar sempre atrelada ao serviço,  a varrer , a limpar, a baixar a cabeça. Eu acho que  a mulher negra pode estar em outros lugares. No meu caso, a pessoa negra escolheu ter um mestrado, escolheu e teve a oportunidade de fazer obras artísticas então eu penso que a gente realmente não pode baixar a cabeça”, declarou Luzia.

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Banho de Sangue

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A performance  Banho de Sangue foi criada por Luzia Amélia após o assassinato da cabelereira Aretha Dantas. A jovem foi vítima de feminicídio praticado pelo ex-namorado em maio de 2018. 

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Foto: Tássia Araújo

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“Minha ideia é denunciar as mortes de mulher no Piauí. O Piauí é um dos Estado que registra mais casos de feminicídios. Essa performance já foi feita na frente do Palácio de  Karnak, no Tribunal de Justiça e na prefeitura”, conta Luzia.

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Em Banho de Sangue Luzia protesta através do corpo. Ela toma um banho de sangue [um suco concentrado de beterraba] e chama atenção para o assassinato de mulheres.

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“É uma performance  pesadíssima. Sempre que faço eu sei que não vai ser fácil. Sei que não é uma coisa leve”, disse a coreógrafa. Luzia garante que não vai se intimidar e vai continuar apresentando “Banho de Sangue”.

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“Não podemos baixar a cabeça”, acrescenta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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